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sexta-feira, 6 de maio de 2016

O vício por golpes da direita

A história do Brasil é repleta de momentos em que a elite, a oligarquia, a direita enfim, se colocou contra o país e promoveu seus golpes de Estado desde que o mandato de Getúlio Vargas, democraticamente eleito em 1950 numa memorável campanha contra o Brigadeiro Eduardo Gomes, foi levado ao suicídio pela ação da antiga UDN, da mídia e dos grandes proprietários, inconformados com o caráter popular e nacionalista do governo do líder gaúcho. 



Daí por diante foi uma sequência só. Contra Juscelino o golpe frustrado pelo Marechal Henrique Doufles Batista Teixeira Lott em 1955. Depois Aragarças e Jacareacanga durante o governo JK, frustrados pelo espírito conciliador do Presidente. Em 1961 o golpe frustrado pela Campanha da Legalidade de Leonel Brizola. Em 1964, enfim, chegam ao poder com o golpe civil com apoio de setores das Forças Armadas.

Não bastou. A sequência foi adiante e com a redemocratização os direitistas conseguiram chegar ao poder com Fernando Collor de Mello e depois Fernando Henrique Cardoso. 

Perdido o governo, voltaram a carga em 2005 com a cumplicidade do Supremo Tribunal Federal e sua estranha e inacreditável "Teoria do Domínio do Fato" que só não levou a cassação do Presidente Lula por impossível provar-se seu envolvimento no processo da famosa Ação Penal 470, o impropriamente chamado "Mensalão". 

Com a eleição de Dilma, a direita agora aglutinada sob os auspícios da Rede Globo de Televisão e com seu braço partidário no PSDB e a coligação mais conservadora e retrógrada já vista depois da UDN de Carlos Lacerda com DEM - PPS - Solidariedade e legendas de aluguel de pastores evangélicos - levou quatro anos para perceber que, pelo voto, não mais chegariam ao poder. 

Daí o golpe armado e cuidadosamente instruído a partir da reeleição de Dilma em 2014. Golpe anunciado pelo neoconservador Aécio Neves que jogou no lixo a tradição democrática de seu avô, Tancredo Neves e criou o clima propício para que a grande mídia liderada pela Globo, Estadão, Folha de S. Paulo, veja, TV Bandeirantes e outros grupos se unissem em um processo de desconstrução do governo legitimamente eleito. Impediram Dilma de governar, ainda que eleita e empossada, repetindo as ameaças de Lacerda contra Juscelino de que eleito, não deveria tomar posse; empossado, não poderia governar. 

Agora, feito o serviço sujo pelas mãos corruptas e manchadas de Eduardo Cunha chegam ao epílogo de levar um fantoche à Presidência com a figura tenebrosa de Michel Temer, um homem que se perde pela traição, pela perfídia, pela simulação e pela ilegitimidade. 

Descartaram Eduardo Cunha já imprestável depois de seus atos e agora querem mais. Querem impedir o vice-Presidente da Câmara Federal Waldir Maranhão, de exercer seu cargo. Mais um golpe já que sem golpe a direita que não suporta o voto, não existe.

O vício golpista da direita ainda vai acabar por levar o Brasil à guerra civil, à convulsão social e ao caos que nos custará além da democracia já violentada, a própria condição de Nação digna e respeitada. Viramos quintal da mais retrógrada direita do Continente, servos dos países centrais e ajoelhada diante do mundo. 

Triste sina.