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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Os nazistas & o senador...

Do Blog Luís Nassif Online: 


Por Laura Capriglione, no Yahoo


Acostumados a se esgueirar pela noite, sempre em bandos, em busca de homossexuais e negros andando desacompanhados (para cobrir de porradas, quem sabe matar), predadores neonazistas agora deram para exibir sua truculência à luz do dia.

Como participantes das manifestações que a direita paulistana vem promovendo para disseminar seus ideais golpistas, esses órfãos de Hitler parecem ter encontrado uma turma disposta a acolhê-los e legitimá-los, como se fossem apenas mais alguns entre os opositores do governo da presidente Dilma Rousseff, do PT, recém-eleita.

Seria apenas uma moçada jovem, careca e muitas vezes musculosa exercendo o sagrado direito democrático de manifestação e expressão.


Só que não.

Nas redes sociais, essa gente reúne-se em comunidades com nomes carregados de simbolismos de violência explícita, como Carecas do ABC, CCC (uma homenagem ao velho Comando de Caça aos Comunistas, organização paramilitar de direita que teve seu apogeu nos anos 1970), Frente Integralista Brasileira (uma contrafação de organização nazista), Confronto 72 (anti-semita e skinhead), além do Combate RAC (Rock Contra o Comunismo) e do Front 88 (a oitava letra do alfabeto é o H; HH dá “Heil, Hitler”, a saudação dos nazistas).

Trata-se de grupos que cultivam o ódio como definição existencial, como se viu no ato público realizado no sábado (15/11) pelo impeachment de Dilma.

Pois bastou a tais lobos encontrarem a repórter-fotográfica Marlene Bergamo, da “Folha de S.Paulo”, que registrava a manifestação tendo ao lado Marcelo Zelic, vice-presidente do grupo Tortura Nunca Mais-SP, para começarem a salivar.

Armados de socos ingleses, muitos carecas, vestidos com camisetas ilustradas com a bandeira de São Paulo, ou com os dizeres “Fora Dilma”, ou “Hate” (Ódio), ou “Proud” (Orgulho), acharam-se no direito de urrar nos ouvidos de quem desconfiavam ser “petralha”: “Comunistaaaaa!”, “Vai pra Cubaaaaaa!”

Como hienas excitadas, e sempre em bando, prometiam “limpar a rua desses malditos”. Logo um deles desferiu cusparada no rosto de Zelic. Outro estapeou Marlene quando viu que ela filmava a agressão.

Covardes.

É claro que a direita “fina” quer parecer distante dessa turma. Não pega bem aparecer ao lado de facínoras tatuados com o número 88, ou exibindo a Cruz de Ferro com a suástica, com que se condecoravam os militares alemães, durante o Terceiro Reich.

O candidato a vice-presidente na chapa de Aécio Neves, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), totalmente sem eixo, perspectiva e nem noção, achou de comparecer ao ato, mas sem subir nos carros de som.

Sua adesão, entretanto, foi comemorada pela malta. Que o tucano, agora, não alegue desconhecimento sobre quem seriam seus companheiros de passeata.

A última que essa gente patrocinou,no dia 1º de novembro, acabou nas portas do Comando Militar do Sudeste, o antigo Segundo Exército, no bairro do Paraíso, em São Paulo, implorando pela “Intervenção Militar Já”.

Foi, aliás, nas tristes instalações do Segundo Exército, em seu anexo mais soturno, o DOI-Codi, que o jornalista Vladimir Herzog foi assassinado em 1975, por bandidos anti-comunistas como esses que cuspiram no rosto do ativista e bateram na fotógrafa.

E o que dizer da paralisia da Polícia Militar diante das ameaças dos fascistas? Estaria inebriada com os gritos de “Viva a PM!”, entoados pela turba?

Todos se lembram quando, nas manifestações contra a Copa, a PM revistava mochilas e confiscava qualquer apetrecho “suspeito”, levando preso o seu proprietário.

Foi assim que um frasco contendo líquido amarronzado e cheirando chocolate, que depois a perícia provou ser Toddynho mesmo, custou quase dois meses de prisão a um manifestante.

No ato pelo impeachment da presidente Dilma, contudo, a polícia fez-se se de morta, enquanto rapazes com socos ingleses, canivetes e nunchakus (arma usada por praticantes de artes marciais) desfilavam impunemente, arrostando sua violência e arreganhando os dentes.

Na hora em que essa gente matar alguém, que pelo menos o senador Aloysio e o comando da PM não digam que foram pegos de surpresa. Seu silêncio e inação são cúmplices.




Enfim, um tucano honesto...

Faço meu este texto do Fernando Brito, de o "Tijolaço": 

Como ser tucano sem ser hipócrita: um texto para a história

21 de novembro de 2014 | 11:50 Autor: Fernando Brito
anesia

O empresário Ricardo Semler, que ficou nacionalmente conhecido com seu best-seller “Virando a própria mesa – uma história de sucesso empresarial Made in Brazil”, escreve hoje, na Folha, o melhor texto que já li sobre o escândalo da Operação Lava-Jato.

Semler esclarece logo que não é petista, mas tucano, filiado ao partido por nada mais que gente como Montoro, Covas, Serra e FHC. E que votou contra Dilma.
Tem suas convicções neoliberais, certamente, mas não é um cínico.

E diz com todas as letras que a corrupção nunca foi tão pequena no Brasil.

O que não é, claro, razão para tolerá-la ou para “deixar para lá” a roubalheira, mesmo que em escala melhor.

Semler dá uma bordoada em quem acha que tudo está acontecendo “contra” Dilma e é claro ao afirmar que é ela quem está criando as condições para que a lama venha à tona: “É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer outro presidente. Com roubalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo”

É algo para que se faça o que jamais recomendo aqui, por deixar que cada um chegue às suas conclusões. Mas que, neste caso, o faço: reproduzir e mandar para todos.

Leia, e você vai ler de um tirada só, sem parar, porque a honradez intelectual e moral  não tem partido.

Nunca se roubou tão pouco

Ricardo Semler

Não sendo petista, e sim tucano, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país
Nossa empresa deixou de vender equipamentos para a Petrobras nos anos 70. Era impossível vender diretamente sem propina. Tentamos de novo nos anos 80, 90 e até recentemente. Em 40 anos de persistentes tentativas, nada feito.
Não há no mundo dos negócios quem não saiba disso. Nem qualquer um dos 86 mil honrados funcionários que nada ganham com a bandalheira da cúpula.
Os porcentuais caíram, foi só isso que mudou. Até em Paris sabia-se dos “cochons des dix pour cent”, os porquinhos que cobravam 10% por fora sobre a totalidade de importação de barris de petróleo em décadas passadas.
Agora tem gente fazendo passeata pela volta dos militares ao poder e uma elite escandalizada com os desvios na Petrobras. Santa hipocrisia. Onde estavam os envergonhados do país nas décadas em que houve evasão de R$ 1 trilhão –cem vezes mais do que o caso Petrobras– pelos empresários?
Virou moda fugir disso tudo para Miami, mas é justamente a turma de Miami que compra lá com dinheiro sonegado daqui. Que fingimento é esse?
Vejo as pessoas vociferarem contra os nordestinos que garantiram a vitória da presidente Dilma Rousseff. Garantir renda para quem sempre foi preterido no desenvolvimento deveria ser motivo de princípio e de orgulho para um bom brasileiro. Tanto faz o partido.
Não sendo petista, e sim tucano, com ficha orgulhosamente assinada por Franco Montoro, Mário Covas, José Serra e FHC, sinto-me à vontade para constatar que essa onda de prisões de executivos é um passo histórico para este país.
É ingênuo quem acha que poderia ter acontecido com qualquer presidente. Com bandalheiras vastamente maiores, nunca a Polícia Federal teria tido autonomia para prender corruptos cujos tentáculos levam ao próprio governo.
Votei pelo fim de um longo ciclo do PT, porque Dilma e o partido dela enfiaram os pés pelas mãos em termos de postura, aceite do sistema corrupto e políticas econômicas.
Mas Dilma agora lidera a todos nós, e preside o país num momento de muito orgulho e esperança. Deixemos de ser hipócritas e reconheçamos que estamos a andar à frente, e velozmente, neste quesito.
A coisa não para na Petrobras. Há dezenas de outras estatais com esqueletos parecidos no armário. É raro ganhar uma concessão ou construir uma estrada sem os tentáculos sórdidos das empresas bandidas.
O que muitos não sabem é que é igualmente difícil vender para muitas montadoras e incontáveis multinacionais sem antes dar propina para o diretor de compras.
É lógico que a defesa desses executivos presos vão entrar novamente com habeas corpus, vários deles serão soltos, mas o susto e o passo à frente está dado. Daqui não se volta atrás como país.
A turma global que monitora a corrupção estima que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Esse número já foi de 3,1%, e estimam ter sido na casa de 5% há poucas décadas. O roubo está caindo, mas como a represa da Cantareira, em São Paulo, está a desnudar o volume barrento.
Boa parte sempre foi gasta com os partidos que se alugam por dinheiro vivo, e votos que são comprados no Congresso há décadas. E são os grandes partidos que os brasileiros reconduzem desde sempre.
Cada um de nós tem um dedão na lama. Afinal, quem de nós não aceitou um pagamento sem recibo para médico, deu uma cervejinha para um guarda ou passou escritura de casa por um valor menor?
Deixemos de cinismo. O antídoto contra esse veneno sistêmico é homeopático. Deixemos instalar o processo de cura, que é do país, e não de um partido.
O lodo desse veneno pode ser diluído, sim, com muita determinação e serenidade, e sem arroubos de vergonha ou repugnância cínicas. Não sejamos o volume morto, não permitamos que o barro triunfe novamente. Ninguém precisa ser alertado, cada de nós sabe o que precisa fazer em vez de resmungar.




quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Os "baruscos" de FHC

Por fim cai a máscara com a divulgação pelo site Brasil 247 da "mãe de todas as corrupções" feita sob medida para a criação da Petrobrax de FHC que agora se finge de vestal para acusar os outros...

247 - A origem do escândalo de corrupção que atinge a Petrobras pode ser a lei 9478/97, idealizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e por seu ex-genro David Zylberstajn, que presidiu a Agência Nacional do Petróleo.
Conhecida como "Lei do Petróleo", a 9478/97 abriu o mercado brasileiro a firmas internacionais e, em compensação, permitiu que a Petrobras adotasse regras mais flexíveis para contratar bens e serviços.
A partir daquele ano, a empresa foi dispensada da Lei de Licitações, a duríssima 8.666, e ganhou poderes para contratar de forma simplificada – em muitos casos, até por meio de carta-convite.

Ontem, no Congresso Nacional, o secretário de Fiscalização de Obras para a Área de Energia do Tribunal de Contas da União (TCU), Rafael Jardim Cavalcante, afirmou que a estatal petrolífera realizou a maior parte das contratações diretas de bens entre os anos de 2011 e 2014 sem licitação.  

"Não temos ainda números definitivos, mas nos últimos quatro anos eventualmente em bens a Petrobrás talvez tenha contratado entre R$ 60 e R$ 70 bilhões. Levantamentos preliminares, e peço a paciência e a compreensão sobre a higidez desse número, apontam que de 60% a mais de 70%, dessas contratações de bens são feitas sem licitação. Para avaliar, antes do certo e errado, qual é o risco em termos de boa governança corporativo dessa prática e dessa previsão legal?", questionou.

Quando a lei foi adotada, no governo FHC, dizia-se que a estatal precisava de maior flexibilidade para concorrer com firmas internacionais. O presidente escolhido para comandar a empresa, Henri Philippe Reichstul, orgulhava-se de dizer que geria a Petrobras como uma empresa privada e fez vários negócios que, hoje são objeto de contestação judicial – como uma polêmica troca de ativos com a espanhola Repsol, assinada no apagar das luzes do governo FHC.

No governo Lula, a Petrobras viveu seu maior ciclo de investimentos. O gerente-executivo Pedro Barusco, hoje conhecido como o corrupto de US$ 100 milhões, teve poderes para contratar nada menos que R$ 15 bilhões em sondas e plataformas que foram fretadas à Petrobras pelo grupo Schahin.

Em 2010, a facilidade com que a Petrobras contratava, sem licitações, foi questionada junto ao Supremo Tribunal Federal. Com parecer do então advogado Luis Roberto Barros, hoje ministro do STF, a Petrobras continuou livre da lei de licitações, numa decisão que teve voto favorável do ministro Dias Toffoli (leia aqui reportagem do Conjur a respeito).

FHC hoje se diz envergonhado com o que ocorreu na Petrobras, mas ele talvez tenha sido um dos responsáveis pelo surgimento de Baruscos na empresa.


terça-feira, 18 de novembro de 2014

Ricardo Boechat, a volta...

Está de volta o combativo e objetivo jornalista Ricardo Boechat que, no dia 27, segunda feira, comentou na rádio Band News FM o seguinte:



“O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso veio a público para dizer que sentia vergonha do que estava acontecendo na Petrobras. Eu queria fazer a seguinte observação: Acho que ele [Fernando Henrique Cardoso] está sendo oportunista quando começa a sentir vergonha com a roubalheira ocorrida na gestão alheia. É o tipo de vergonha que tem memória controlada pelo tempo. A partir de um certo tempo para trás ou para frente você começa a sentir vergonha, porque o presidente Fernando Henrique Cardoso é um homem suficientemente experiente e bem informado para saber que na Petrobras se roubou também durante o seu governo. 'Ah, mas não pegaram ninguém!” Ora presidente! Dá um desconto porque só falta o senhor achar que na gestão do Sarney não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Fernando Collor não teve gente roubando na Petrobras. Na gestão do Itamar Franco não teve gente roubando na Petrobras. A Petrobras sempre teve em maior ou menor escala denúncias que apontavam desvios. Eu ganhei um Prêmio Esso em 89 denunciando roubalheira na Petrobras. […] A Petrobras sempre foi vítima de quadrilhas que operavam lá dentro formada por gente dos seus quadros ou que foram indicados por políticos e por empresários, fornecedores, empreiteiras. Então essa vergonha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é sim uma tentativa de manipulação política partidária da questão policial”

 "Eu acho mais o que saudável que as pessoas se manifestem politicamente. Contra e a favor do Governo. Eu acho muito bom que se manifestem contra principalmente porque governos sob pressão tendem a ser mais claros, objetivos, focados no interesse coletivo, mas acho que pegar essas manifestações para vender a ideia de que está se trabalhando um impeachment, ou se pedindo um impeachment da presidente Dilma é tão ridículo quanto estar nessas manifestações para pedir a volta a ditadura militar. Quem está pedindo o impeachment, mesmo que não peça a volta da ditadura militar está trabalhando com o mesmo DNA golpista, o mesmo tipo de idiotice, de imbecilidade, porque a Dilma, queiram ou não, foi eleita legitimamente não pelos nordestinos como parte deles prefere de forma neurótica e preconceituosa propagar, mas pelos mineiros que Aécio Neves governou, cariocas e fluminenses que jamais foram dados a votar em governantes da situação. Então ela foi eleita pela maioria dos votos do Brasil. Pronto, acabou, vira essa página e vamos em frente”.

O golpe em andamento...

Espero, sinceramente, que não sejam verdadeiras as conclusões de Luís Nassif...


Armado por Toffoli e Gilmar, já está em curso o golpe sem impeachment



Gilar e Toffoli planejam golpe do impeachment
Atualizado às 09:50

O processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do COngresso. Já a rejeição das contas impede a diplomação. A decisão fica com o Judiciário. Este é o golpe paraguaio.
Já entrou em operação o golpe do impeachment, articulado pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Antonio Dias Toffoli em conluio com seu colega Gilmar Mendes. O desfecho será daqui a algumas semanas.
As etapas do golpe são as seguintes:
1. Na quinta-feira passada, dia 13, encerrou o mandato do Ministro Henrique Neves no TSE. Os ministros podem ser reconduzidos uma vez ao cargo. Presidente do TSE, Toffoli encaminhou uma lista tríplice à presidente Dilma Rousseff. Toffoli esperava que Neves fosse reconduzido ao cargo (http://tinyurl.com/pxpzg5y).
2. Dilma estava fora do país e a recondução não foi automática. Descontente com a não nomeação, 14 horas depois do vencimento do mandato de Neves, Toffoli redistribuiu seus processos. Dentre milhares de processos, os dois principais - referentes às contas de campanha de Dilma - foram distribuídos para Gilmar Mendes. Foi o primeiro cheiro de golpe. Entre 7 juízes do TSE, a probabilidade dos dois principais processos de Neves caírem com Gilmar é de 2 para 100. Há todos os sinais de um arranjo montado por Toffoli.
3. O Ministério Público Eleitoral, através do Procurador Eugênio Aragão, pronunciou-se contrário à redistribuição. Aragão invocou o artigo 16, parágrafo 8o do Regimento Interno do TSE, que determina que, em caso de vacância do Ministro efetivo, o encaminhamento dos processos será para o Ministro substituto da mesma classe. O prazo final para a prestação de contas será em 25 de novembro, havendo tempo para a indicação do substituto - que poderá ser o próprio Neves. Logo, “carece a decisão ora impugnada do requisito de urgência”.
4. Gilmar alegou que já se passavam trinta dias do final do mandato de Neves. Na verdade, Toffoli redistribuiu os processos apenas 14 horas depois de vencer o mandato.
5. A reação de Gilmar foi determinar que sua assessoria examine as contas do TSE e informe as diligências já requeridas nas ações de prestação de contas. Tudo isso para dificultar o pedido de redistribuição feito por Aragão.
Com o poder de investigar as contas, Gilmar poderá se aferrar a qualquer detalhe para impugná-las. Impugnando-as, não haverá diplomação de Dilma no dia 18 de dezembro.
O golpe final - já planejado - consistirá em trabalhar um curioso conceito de Caixa 1. Gilmar alegará que algum financiamento oficial de campanha, isto é Caixa 1, tem alguma relação com os recursos denunciados pela Operação Lava Jato. Aproveitará o enorme alarido em torno da Operação para consumar o golpe.
Toffoli foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Lula. Até o episódio atual, arriscava-se a passar para a história como um dos mais despreparados Ministros do STF.
Durante a campanha, já tomara decisões polêmicas, que indicavam uma mudança de posição suspeita. Com a operação em curso, arrisca a entrar para a história de maneira mais depreciativa ainda. A história o colocará em uma galeria ao lado de notórios similares, como o Cabo Anselmo e Joaquim Silvério dos Reis.
Ontem, em jantar em homenagem ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o ex-governador paulista Cláudio Lembo se dizia espantado com um discurso de Toffoli, durante o dia, no qual fizera elogios ao golpe de 64.
Se houver alguma ilegalidade na prestação de contas, que se cumpra a lei. A questão é que a operação armada por Toffoli e Gilmar está eivada de ilicitudes: é golpe.
Se não houver uma reação firme das cabeças legalistas do país, o golpe se consumará nas próximas semanas.

Imagens




Do Luís Nassif Online

domingo, 16 de novembro de 2014

PF corrompida: o nome disso é golpe!!!

Mais uma do "Viomundo" do Azenha, agora com nomes e rostos dos delegados que atuam a favor de Aécio Neves na operação Lava-Jato: 

Delegados da PF deixaram digitais: acreditavam que o golpe ia dar certo

publicado em 14 de novembro de 2014 às 21:02

6 - 6-Cardozo3-001

por Conceição Lemes

Ontem, quinta-feira 13, a reportagem de Júlia Duailibi, publicada em O Estado de S. Paulo revelou: no período eleitoral, delegados da Polícia Federal (PF) usaram as redes sociais para elogiar Aécio Neves, candidato do PSDB à Presidência, e para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidenta Dilma Rousseff, que disputava a reeleição, bem como a replicar conteúdos críticos aos petistas.

Esses policiais, que mostraram ser anti-petistas militantes e radicais, são simplesmente os responsáveis pela Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, empreiteiras, doleiros, partidos políticos, funcionários e ex-funcionários da estatal.

Pela primeira vez os rostos desses delegados estão sendo mostrados. Para isso, contamos com a preciosíssima colaboração do NaMariaNews, que também nos ajudou na busca dos vídeos, das imagens e dos links que aparecem nos PS do Viomundo, ao final da matéria. Como os delegados mudam de nome dependendo da situação, a pesquisa foi bastante difícil.

São eles:

Igor Romário de Paula, da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado
2 - 1- Igor Romario de Paula

As investigações da Lava Jato estão sendo conduzidas por delegados vinculados a Igor Romário de Paula, que responde diretamente a Rosalvo Ferreira Franco, superintendente da PF do Paraná.
Igor Romário de Paula, que atuou na prisão do doleiro Alberto Youssef, participa de um grupo do Facebook chamado Organização de Combate à Corrupção (OCC), cujo “símbolo” é uma imagem da Dilma, com dois grandes dentes incisivos para fora da boca e coberta por uma faixa vermelha na qual está escrito “Fora, PT!”

Márcio Adriano Anselmo, coordenador da Operação Lava Jato
10 - 9- Marcio Anselmo 2

Márcio Adriano Anselmo foi quem, no Facebook, afirmou: “Alguém segura essa anta, por favor”, em uma notícia cujo título era: “Lula compara o PT a Jesus Cristo”

Na reta final do 2º turno, fez comentários em outra notícia, na qual Lula dizia que Aécio não era “homem sério e de respeito”.

Escreveu: “O que é ser homem sério e de respeito? Depende da concepção de cada um. Para Lula realmente Aécio não deve ser”.

O delegado apagou há poucos dias o seu perfil no Facebook.

Maurício Moscardi Grillo, chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários
15 - 12-Mauricio Moscardi Grillo em VIDEO 1-003

Maurício Moscardi Grillo é o responsável por apurar a denúncia de grampos na cela de Youssef.
Segundo a reportagem de Júlia Duailibi, ele aproveita a mensagem de Márcio Anselmo, para se manifestar sobre Lula: “O que é respeito para este cara?”

Grillo também compartilhou uma propaganda eleitoral do PSDB, como a que dizia que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobrás.

“Acorda!”, escreveu ele ao comentar a reportagem da Veja, que foi às bancas na quinta-feira anterior ao segundo turno: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.

Erika Mialik Marena, da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos do Paraná
Erica

Na delegacia de Erika Mialik Marena, estão os principais inquéritos da operação Lava Jato.
Em uma notícia sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobrás à Justiça Federal, ela comenta: “Dispara venda de fraldas em Brasília”.

No Facebook, usava o codinome “Herycka Herycka”. Após a reportagem de Júlia Duailibi,  seu perfil foi retirado dessa rede social.

A denúncia envolvendo esses quatro delegados da PF é gravíssima.

Estranhamente, a mídia deu pouca repercussão a ela.

Estranhamente também, até a hora do almoço da quinta-feira, 13 de novembro, a Polícia Federal, o Ministério da Justiça, a Procuradoria-Geral da República e o Supremo Tribunal Federal (STF) não haviam se manifestado sobre a denúncia do Estadão.

O Viomundo contatou então as quatro instituições, via suas respectivas assessorias de imprensa.

Primeiro, por telefone. Depois, por e-mail, fazendo vários questionamentos.
Uma pergunta comum a todos:

–  Que providências pretende tomar em relação ao caso?

Ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, perguntamos também:

– A partidarização explícita dos delegados da PF envolvidos na Lava Jato não contamina o resultado da investigação, já que eles demonstraram evidentes objetivos políticos?

– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição?

Ao ministro Teori Zavascki , do STF, indagamos:

–  O comportamento dos delegados da PF não contamina a investigação, comprometendo o inquérito?
– A partir de agora a Lava Jato não fica sob suspeição, inclusive as delações premiadas?

À Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, onde fica a sua sede, perguntamos:

– O que a PF tem a dizer sobre os evidentes objetivos políticos desses delegados?

Na parte 1 da entrevista abaixo, o delegado Maurício Moscardi Grillo  fala aos 2,06 minutos sobre a PF e como deve deve agir em casos policiais. Imperdível.

Ele diz que a Polícia Federal é republicana. Exatamente o oposto do que fizeram os quatro delegados da PF durante as eleições de 2014.

Por isso, perguntamos também à Polícia Federal, via sua assessoria de imprensa:

–  Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não agiu de forma republicana nessas eleições, mas politicamente em favor do então candidato do PSDB, Aécio Neves, e contra a candidata do PT, Dilma Rousseff, e o ex-presidente Lula?

Do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quisemos saber, entre outras coisas:

– Quais seriam as medidas punitivas aos envolvidos no caso?

– Como a sociedade vai confiar numa Polícia Federal que não age republicanamente, mas sistemática e politicamente em favor do PSDB e contra o PT?

Nenhum respondeu. Insistimos por telefone.

Questionada de novo, a Polícia Federal disse que não se manifestaria sobre o caso.

O procurador-geral Rodrigo Janot também não respondeu. A assessoria de imprensa da PGR, em Brasília, alegou que ele estava em São Paulo e não tinha sido possível contatá-lo. Desculpa, no mínimo, estranha, já que existe celular hoje em dia e de de vários modelos. Não seria mais digno dizer que não iria se manifestar e pronto?

Como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não respondeu às nossas quatro perguntas, acrescentamos agora uma nova:

– O senhor concorda com a nota dos procuradores do Ministério Público Federal, seção Paraná, em apoio aos delegados da PF?

A íntegra da nota:

Operação Lava Jato: Membros da força-tarefa do Ministério Público Federal manifestam apoio a delegados, agentes e peritos da PF

Os Procuradores da República membros da Força-Tarefa do Ministério Público Federal, diante do teor da reportagem “Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede”, publicada pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta data, vem reiterar a confiança e o apoio aos delegados, agentes e peritos da Polícia Federal que trabalham nessa operação.
Em nosso país, expressar opinião privada, mesmo que em forma de gracejos, sobre assuntos políticos é constitucionalmente permitida, em nada afetando o conteúdo e a lisura dos procedimentos processuais em andamento.
A exploração pública desses comentários carece de qualquer sentido, pois o objetivo de todos os envolvidos nessa operação é apenas o interesse público da persecução penal e o interesse em ver reparado o dano causado ao patrimônio nacional, independentemente de qualquer coloração político-partidária.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, também nada respondeu.

No início da noite, a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça nos prometeu enviar o áudio da coletiva de Cardozo, dada um pouco antes em Brasília. Ficou na promessa. Mais uma vez o vazio.

Como bem observou Fernando Brito, do Tijolaço, no post  Cardoso, o Lento, pede sindicância sobre “delegados do Aécio”, o ministro da Justiça “resolveu agir 12 horas depois que o país tomou conhecimento de que os delegados federais da Operação Lava-Jato participavam, no Facebook, de animadas e desbocadas tertúlias sobre a investigação que conduzem”.

Cardozo determinou à Corregedoria da Polícia Federal que abra investigação sobre o caso.
Na coletiva de imprensa, ele disse:

Lava Jato - Cardoso 2
Cardozo mostrou mais uma vez que é inepto e incompetente, para o dizer o mínimo.

Em artigo publicado nesta sexta-feira 14, no GGN,  Luis Nassif acrescenta:

O Ministro chega às 11 no trabalho, sai às 12h30 para almoçar, volta às 16 e vai embora por volta das 18h. A não ser que se considere como trabalho conversas amistosas com jornalistas em restaurantes da moda de Brasília.

Será que é por isso que esta repórter não recebeu as respostas de Cardozo até agora?

As manifestações dos quatro delegados da PF são cristalinas.  Ou será preciso desenhar para Cardozo?

Nassif diz mais:

É  blefe a atitude do Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, de pedir uma investigação para a Polícia Federal sobre o ativismo político dos delegados da Operação Lava Jato. O problema da Lava Jato não é o ativismo de delegados no Facebook, mas a suspeita de armação com a revista Veja na véspera da eleição. Se Cardozo estivesse falando sério, estaria cobrando a conclusão das investigações sobre o vazamento.

Os quatro delegados têm o direito de ter as suas preferências políticas. A questão é que o comportamento desrespeitoso está longe de ser um caso menor. “É um ato político”, avalia Paulo Moreira Leite, em seu blog.

Na condição de ministro da Justiça, Cardozo, como bem observou Paulo Moreira Leite, deveria saber que o aspecto do caso está resolvido no artigo 364 no regimento disciplinar da Polícia Federal, que define transgressões disciplinares da seguinte maneira:

I - referir-se de modo depreciativo às autoridades e atos da Administração pública, qualquer que seja o meio empregado para êsse fim.
II - divulgar, através da imprensa escrita, falada ou televisionada, fatos ocorridos na repartição, propiciar-lhe a divulgação, bem como referir-se desrespeitosa e depreciativamente às autoridades e atos da Administração;
III - promover manifestação contra atos da Administração ou movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades;

A questão, portanto, é política. E  parece que Cardozo não quer se dar conta da gravidade do que aconteceu debaixo do seu nariz.

Nos últimos 12 anos, tivemos vários momentos em que a Polícia Federal agiu em benefício dos tucanos e contra os petistas. E sempre ficou por isso mesmo.

Em 2006, tivemos o caso do delegado Bruno, eleitor assumido do PSDB,  que vazou para a mídia fotos do dinheiro apreendido no caso dos “aloprados” do PT. A cena foi ao ar na quinta-feira anterior ao primeiro turno da eleição presidencial e ajudou a levá-la para o segundo turno. O delegado Bruno não foi punido por vazar fotos do dinheiro; pegou 9 dias de suspensão por mentir aos superiores.

Na campanha eleitoral de 2014, tivemos o caso de Mário Welber, assessor do deputado estadual  Bruno Covas, do PSDB paulista. Ele foi detido pela PF em Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro vivo e 16 cheques em branco assinados por Bruno Covas. A Polícia Federal ocultou o quanto pode o caso e continua a fazê-lo.

Em compensação, em 7 de outubro de 2014, a PF de Brasília vazou imediatamente para O Globo a apreensão de avião que transportava dinheiro suspeito. Em seguida, que o detido no jatinho era da campanha do PT em Minas GeraisSão, como sempre, os dois pesos e duas medidas da mídia e da Polícia Federal.

Eis que na eleição presidencial de 2014, setores da PF aparecem, de novo, atuando em favor dos tucanos e contra os petistas. O vazamento seletivo da Operação Lava Jato já sinalizava o objetivo político e a Polícia Federal do Paraná como uma das possíveis fontes.

Agora, as manifestações no Facebook dos delegados PF em postos-chave na Lava Jato escancararam as suspeitas. Eles agiram de forma organizada para interferir no resultado das eleições presidenciais de 2014. Deixaram a PF nua.

O nome disso é golpe.

Aparentemente, tudo foi bem armado com setores da mídia, sobretudo, neste caso, com a revista Veja.
Ela antecipou para quinta-feira, 23 de outubro, a ida para as bancas na semana do segundo turno, para que a matéria sobre corrupção na Petrobras e a Operação Lava Jato tivesse mais tempo de  repercussão na televisão, principalmente no Jornal Nacional,   e, assim, influenciasse o resultado da disputa presidencial.

Veja trazia na capa as fotos de Lula e Dilma, com o título: “Lula e Dilma sabiam de tudo”.
Em 25 de outubro, véspera do segundo turno, o doleiro Alberto Youssef  foi hospitalizado. Surgiram então boatos de que ele havia morrido envenenado.

A PF sabia que o suposto envenenamento e óbito não eram verdadeiros. Porém, deixou que isso fosse disseminado durante horas nas redes sociais e nos programas televisivos de domingo sobre as eleições, especialmente os da Globo. Só foi desmentir no começo daquela tarde. Tal ação fazia parte do golpe em andamento, que acabou não dando certo.

“Os delegados, flagrados no Facebook,  tinham tanta certeza de que o golpe teria êxito que deixaram digitais e provas pelo caminho. Só isso explica o que disseram”, observa um experiente analista da política brasileira.

Talvez também porque nesses 12 anos do governos petistas outros delegados da PF ficaram impunes.
Paulo Moreira Leite alerta:

A campanha anti-PT dos delegados da Polícia Federal lembra os desvios do Inquérito Policial-Militar (IPM)  da Aeronáutica que emparedou Getúlio Vargas em 1954.
Em 1954, quando o major Rubem Vaz, da Aeronáutica, foi morto num atentado contra Carlos Lacerda, um grupo de militares da Aeronáutica abriu um IPM à margem das normas e regras do Direito, sem respeito pela própria disciplina e hierarquia.
O saldo foi uma apuração cheia de falhas técnicas e dúvidas, como recorda Lira Neto no volume 3 da biografia de Getúlio, mas que possuía um objetivo político declarado — obter a renúncia de Vargas. Menos de 20 dias depois, o presidente da República, fundador da Petrobras, dava o tiro no peito.

Mas atualmente é inconcebível, além de inconstitucional, que isso venha a acontecer novamente. Em hipótese alguma, pode-se encarar com naturalidade o anti-petismo militante e radical dos delegados denunciados.

Para o bem da democracia, é preciso investigar a fundo a tentativa de golpe do qual esses quatro delegados fizeram parte, assim como é preciso combater seriamente a corrupção.

Do contrário, a democracia corre o risco de ser golpeada de forma mortal mais uma vez.

PS 1 do Viomundo: Na coletiva de imprensa, o ministro José Eduardo Cardozo disse que a Corregedoria da PF deve apurar primeiramente se as manifestações dos quatro delegados são verdadeiras.

Mas como isso vai ser apurado se o site OCC foi quase que totalmente esterilizado após a publicação da denúncia do Estadão? As provas só podem estar com Júlia Duailibi. Será que a jornalista fez os print-screens das páginas? Ou será que ela só teve acesso às fotos daquelas páginas do Facebook?

PS 2 do Viomundo: É importante que os leitores saibam que os delegados usam seus nomes cada hora de jeito: ou completos, ou em partes. Isso dá uma grande diferença nas buscas.

PS 3 do Viomundo: Maurício Moscardi Grillo foi nomeado para o cargo em 25/08/2014 - Seção 2, página 54, de acordo com o Diário Oficial da União. Portanto, depois que as investigações da Lava Jato já estavam em andamento.
14 - 11- Mauricio Moscardi Grillo-DOU

Quem quiser ver a segunda parte do vídeo do delegado, ela está abaixo.

PS 4 do Viomundo:  O delegado Grillo também atuou na investigação do mensalão, em 2009. Veja aqui, aqui e aqui.

PS 5 do Viomundo: A delegada Erika Marena trabalhou com o delegado da PF Carlos Alberto Dias Torres como responsáveis pelo inquérito que investigava Naji Nahas, o ex-prefeito paulistano Celso Pitta e outras 27 pessoas. Tudo derivado da Operação Satiagraha,que envolvia dois outros inquéritos, tendo como alvo o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
Pode-se vê-la falando sobre a Lava Jato neste vídeo e neste outro.

PS 6 do Viomundo: Já que a Superintendência da PF em Brasília se recusou a responder nossas perguntas, o Viomundo gostaria de recorrer, em última instância, à boa vontade do superintendente da PF do Paraná, Rosalvo Ferreira Franco:

7- Rosalvo Ferreira Franco 1
 
 
– Doutor, o senhor sabia que os seus quatro subordinados estavam atuando politicamente no Facebook, jogando no lixo o caráter republicano da PF como um todo?
 
– Que medidas o senhor, como chefe geral, irá tomar?



PF: "prato feito" ou oportunismo?

Do "Viomundo" do Luiz Carlos Azenha transcrevendo coluna de Jânio de Feitas na Folha de S. Paulo


Operação da PF foi feita 24 hs após delegados aparecerem comprometidos com Aécio


Polícia Federal na Camargo Correa
Abaixo e acima de tudo

por Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo

Operação da PF foi feita 24 horas depois que os delegados apareceram comprometidos com Aécio
Falta muito, e faltam muitos, para que as primeiras prisões de altos corruptores os levem, mais do que à efêmera experiência de humilhação, aos julgamentos que merecem há tanto tempo. Nem é certo que haja tais julgamentos e, havendo, que condenações sejam prováveis. Para isso, provas suficientes são tão necessárias quanto difíceis, dados os métodos preventivos e os recursos defensivos dos poderosos corruptores da administração pública.
A par do seu traço inaugural, a megaoperação das prisões teve dois outros efeitos mais destacáveis. Por um deles, proporcionou à oposição um estoque explosivo de grande resultado na opinião pública. Estoque posto em uso enquanto ainda ocorria a operação da Polícia Federal, simultânea a evento de Aécio Neves e do PSDB em São Paulo. Artilharia de oposição, como se as prisões se dessem em ação da PF sob governo dos atuais oposicionistas, e não dos atacados. É política e, pior, política brasileira.
O outro efeito se destaca, não por implicação política, mas no sentido, mais grave, institucional e social.
A megaoperação, com toda a cinematografia própria da polícia federal brasileira, foi desfechada apenas 24 horas depois que os delegados responsáveis pelo caso Petrobras apareceram comprometidos, como autores, com manifestações explicitamente agressivas contra Dilma e Lula. E de apoio a Aécio Neves, exibido com diferentes mulheres e recomendado pela mensagem “Esse é o cara!!!!!”.
Depois da incidência, sobre a disputa eleitoral e a candidata Dilma, dos “vazamentos” de delações bem premiadas feitas àqueles delegados, era inevitável que o conhecimento do que escreveram então tivesse alguma consequência. Apesar do modesto interesse que a imprensa demonstrou pela revelação da repórter Júlia Duailibi, em “O Estado de S. Paulo”, uma investigação foi determinada por José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, para averiguar desvio de conduta.
A megaoperação das prisões precipitou-se obre o caso dos delegados e sua sugestiva atitude, abafando-o. Não tem como emergir, ao peso do sucesso de empreiteiros presos.
Os dois assuntos têm componentes em comum, mas são distintos na essência. Ainda que por atos de delatores, e não por investigações policiais, os modos e os responsáveis da corrupção em negócios da Petrobras se esclarecem, mesmo que não seja de todo. As interferências impróprias em disputas eleitorais, porém, repetem-se desde a primeira eleição pós-ditadura, sem que qualquer delas recebesse a resposta exigida pelo regime de eleições democráticas. Nas eleições recentes houve condutas extravagantes, e a Polícia Federal, mais uma vez, foi parte óbvia em algumas e ficou sob suspeita de participação em outras.
É possível que os delegados do caso Petrobras não tenham relação alguma com qualquer tentativa de influência imprópria no eleitorado. Mas há o que ser investigado sobre tentativas com uso de informações, verazes ou não, tidas como procedentes do material coletado na ação conjunta de PF, Ministério Público e Judiciário. E é lógico que a conduta dos delegados seja investigada. A lisura eleitoral e a liberdade integral do eleitorado estão acima de tudo.

sábado, 15 de novembro de 2014

E o "petrolão" financiou o Aécio...

Do Blog "Contexto Livre":


Tiro pela culatra. Das 9 empreiteiras alvo da Operação Lava Jato, 6 financiaram Aécio.

 


Na sétima fase da operação, deflagrada nesta sexta-feira (14), presidentes de grandes empreiteiras foram alvos de mandados de prisão.


O alto clero tucano, em evento realizado pelo partido em São Paulo nesta sexta-feira (14), comemorou as prisões de executivos de empreiteiras e o possível desgaste do governo Dilma.



”Tem muita gente sem dormir em Brasília “, afirmou senador Aécio Neves; colega Aloysio Nunes, que foi vice dele na campanha presidencial, usou o mesmo tom: “A casa caiu”; PSDB se vê imune neste escândalo; “Petrobras incorporou à sua história a marca perversa da corrupção”, prosseguiu Aécio, em tom sério.



O que Aécio Neves e seus Correligionários (PSDB), não sabiam, por falta de assessoria de comunicação, ou por “cara de pau” mesmo, é que das 9 empreiteiras alvo da Operação Lava Jato, seis financiaram sua campanha para presidente; o valor gira em torno de 20 milhões de reais.


São elas: Odebrecht, OAS, UTC, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa.


CLIQUE NA IMAGEM PARA VER MELHOR









Do Blog "Aposentado Invocado" via Conversa Afiada

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Polícia Federal: a cortina de fumaça

Do "Diário do Centro do Mundo": 


A guerra fria da PF contra o PT


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Coincidências acontecem, mas …

Mas a superoperação da Polícia Federal no caso Petrobras nesta manhã de sexta feira parece feita sob medida.
O estardalhaço tende a desviar as atenções das denúncias – frescas  e de alta relevância — sobre o comportamento brutalmente partidário dos delegados encarregados das investigações.
As informações sobre o antipetismo estrondoso dos delegados da PF colocaram uma sombra copiosa de dúvida sobre a qualidade das apurações da PF.
Ódio partidário influencia qualquer investigação. Inimigos são tratados com extremo rigor e amigos podem ser convenientemente engavetados caso alguma coisa comprometedora apareça.
O caso do Helicoca é exemplar: como a PF conseguiu não apurar nada, com tantas evidências? Como a ligação com os Perrellas, os donos do helicóptero, foi tão rapidamente descartada?
Aparentemente, a nova fase da operação Lava Jato assinala uma guerra fria entre a PF e o PT.
Há similitudes no comportamento da PF e da mídia. Grandes organizações jornalísticas, quando alguém as aborrece, costumam promover uma retaliação imediata na qual não são poupados os feridos.
A Globo é mestra nisso, mas está longe de ser um caso único.
Num mundo menos imperfeito, as coisas não seriam assim. Mas, no Brasil 2014, são.
A PF tem que ser reinventada. Tanto a PF como as polícias militares são, para usar a grande expressão de Brizola, filhotes da ditadura.
A mentalidade dominante ali é aquela segundo a qual a esquerda come criancinhas.
É o tipo de pensamento com o qual a imprensa, a Globo de Roberto Marinho à frente, intoxicou mentalmente os brasileiros na época dos militares.
As polícias brasileiras são dominadas por uma cultura, ou falta de cultura, de extrema direita.
É esta cultura que tem que ser enfrentada com disciplina, método – e rapidez.
Ou teremos sempre, na PF, investigações partidarizadas – e por isso suspeitas — quando, como no caso da Lava Jato, políticos estiverem de alguma forma envolvidos.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.