Durante cinco minutos na apresentação de seu programa policialesco "Brasil Urgente" na TV Bandeirantes, o apresentador José Luiz Datena, sabidamente contra o governo Dilma , mostrou na tarde deste dia 12, imagens da repressão dos seguranças do Palácio Planalto a manifestantes que invadiram a rampa de acesso da sede administrativa do governo, com imagens chocantes de agressão com bastões e gás de pimenta contra mulheres e jornalistas.
As cenas ficaram no ar por esse longo tempo e foram repetidas diversas vezes com um dos seguranças - um homem moreno de bigodes - agredindo pelas costas uma das mulheres que descia a rampa se retirando do local e perdendo o bastão para logo depois disparar gás de pimenta contra um jornalista.
Em determinado momento, Datena recebeu ordem através do "ponto eletrônico" para deixar a imagem e passar a outra matéria. Protestou e chegou a perguntar "Não é para mostrar isso?..." Não se sabe a resposta, mas ato contínuo, a emissora - a mais agressiva da mídia televisiva contra o governo e a esquerda a ponto de manter no ar repórteres que dão opinião partidário em meio a matérias factuais, como o repórter Cayam Messina - passou a mostrar matéria sobre um acusado de pedofilia.
As imagens eram impactantes e a reportagem retratava a forma com que o General Sérgio Etchegoyen, Chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Temer, militar de uma família tradicional no Exército e publicamente um adversário de qualquer manifestação contra a ditadura na qual seu pai, também general, foi listado pela Comissão da Verdade, irá tratar movimentos sociais daqui por diante.
Foi um furo de reportagem ao qual a própria emissora sempre crítica a questões sociais não deu a menor importância a ponto de editar as imagens no "Jornal da Band" apresentado pelo jornalista argentino Ricardo Boechat - um profissional que há bem tempo vem jogando no lixo uma história profissionalmente respeitável - não mostrar mais que um minuto de 22 segundos da agressão, cotando as cenas da brutalidade do agente contra as mulheres e o jornalista.
Tudo isso aconteceu durante a cerimônia em que Michel Temer dava "posse" aos seus "ministros" e mostra de forma evidente que a manipulação da informação agora vai atingir patamares dignos da Polícia Militar de São Paulo sob as ordens do então Secretário de Segurança paulista, Alexandre de Moraes, por sinal, ministro de Temer.
Começou mal esse tal "governo Temer"