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domingo, 8 de maio de 2016

Lavajato: a "mani sporche" brasileira

"Mani sporche" é "mãos sujas" em italiano. E este seria bem a propósito o nome da malfadada "Operação LavaJato" uma conspiração messiânica e de ultradireita contra a esquerda brasileira, tomando por base investigação da corrupção. Na sua 386ª entrevista o Procurador da República Deltan Dalagnol deitou falação como verdadeiro "salvador da pátria", assumindo postura que não lhe permitem as normas internas da Procuradoria da República e sequer o bom senso. 

Sobre isso, é bom ler:


Do site da Rede Brasil Atual


pretextos

Del Roio: luta anticorrupção na Itália atingiu todos os partidos, aqui é contra a esquerda

Para ativista, quem quer o golpe são "os escravocratas, os de sempre"

por Redação RBA  
 

Opera Mundi TV / reprodução
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José Luiz Del Roio, em entrevista ao portal Opera Mundi, em 2015: 
no Brasil, combate à corrupção é só pretexto


São Paulo – A comparação entre as operações Mãos Limpas, na Itália, e a brasileira Lava Jato não é adequada, de acordo com a análise do ativista, historiador e ex-senador na Itália José Luiz Del Roio, 74 anos completados em março. "O grupo de juízes que lutou contra a corrupção na Itália foi contra todos os aspectos da corrupção, de todos os partidos. Logo, não existia essa coisa que era fixada em alguns aspectos, em alguns políticos. Lava Jato é para destruir a esquerda, nasceu com isso", afirmou Del Roio, em entrevista ontem (6) ao Programa da Sexta, da Agência Sindical, transmitido pela internet.

Ainda assim, os juízes da operação italiana, que Del Roio conheceu, cometeram um erro, segundo ele. "Eles se deixaram levar por um grande acordo justicialista das massas", observou, acrescentando que ultrapassaram limites por influência das ruas, ou da praça, como ele diz. "Não era bem a praça, eram os jornais." "O combate à corrupção é uma coisa muito mais complexa, que só um certo tipo de política pode superar. O neoliberalismo traz facilidades maiores para a corrupção, é um sistema de corrupção."

Em entrevista ao portal Vermelho, em março, Del Roio já havia criticado a Lava Jato. "Lá (na Itália), os ritos foram cumpridos. Aqui, um juiz de primeira instância age e prende no país inteiro. Nunca vi isso!"

Militante político desde o início dos anos 1960, na conversa com a Agência Sindical ele lembrou da mobilização para garantir a posse de João Goulart, em 1961, e as perspectivas do país naquele período, com as reformas de base. "O Brasil tinha tudo para virar um país desenvolvido e menos infeliz. A casa-grande, os malditos escravocratas, se uniram para impedir isso", afirmou, acrescentando que por trás de "golpe" atual estão, provavelmente, "os mesmos de sempre".

"Todo governo que rasga à Constituição e é ilegítimo tende à violência, porque é o único jeito de se manter", criticou Del Roio, mesmo assim dizendo-se "esperançoso" em relação à resistência. "Está (o golpe) isolado internacionalmente. E quando as forças operárias, os trabalhadores, perceberem que é contra eles, contra a CLT, os salários, contra a nação, a reação será muito forte."

Para ele, não só no Brasil se fala que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofre perseguição. "É uma opinião mundial. Até o sistema jurídico internacional, democrático, nunca vimos isso. Não existe país onde a ditadura da imprensa é tão feroz. Estamos combatendo numa trincheira..." O historiador diz não saber se Lula terá "força física" para voltar à Presidência da República, "mas é um homem que será absolutamente indispensável para a gente achar uma solução política para essa situação vexatória".

Del Roio espera que o movimento sindical consiga se rearticular em torno de propostas discutidas e aprovadas em 2010, durante conferência no estádio do Pacaembu, em São Paulo. E também pediu que as centrais resgatem o "verdadeiro sentido" do 1º de Maio. "Não se constrói nação, e classe operária não é classe em si se não constrói sua história, se não tem memória. Mas isso é um jogo muito hábil, martelante, feroz, da classe dominante brasileira. Nos fazem esquecer que 52% da população é negra e tivemos 350 anos de escravidão. A batalha pela memória é revolucionária."