"Mani sporche" é "mãos sujas" em italiano. E este seria bem a propósito o nome da malfadada "Operação LavaJato" uma conspiração messiânica e de ultradireita contra a esquerda brasileira, tomando por base investigação da corrupção. Na sua 386ª entrevista o Procurador da República Deltan Dalagnol deitou falação como verdadeiro "salvador da pátria", assumindo postura que não lhe permitem as normas internas da Procuradoria da República e sequer o bom senso.
Sobre isso, é bom ler:
Do site da Rede Brasil Atual
pretextos
Del Roio: luta anticorrupção na Itália atingiu todos os partidos, aqui é contra a esquerda
Para ativista, quem quer o golpe são "os escravocratas, os de sempre"
por Redação RBA
Opera Mundi TV / reprodução
José Luiz Del Roio, em entrevista ao portal Opera Mundi, em 2015:
no Brasil, combate à corrupção é só pretexto
São Paulo – A comparação entre as operações
Mãos Limpas, na Itália, e a brasileira Lava Jato não é adequada, de
acordo com a análise do ativista, historiador e ex-senador na Itália
José Luiz Del Roio, 74 anos completados em março. "O grupo de juízes que
lutou contra a corrupção na Itália foi contra todos os aspectos da
corrupção, de todos os partidos. Logo, não existia essa coisa que era
fixada em alguns aspectos, em alguns políticos. Lava Jato é para
destruir a esquerda, nasceu com isso", afirmou Del Roio, em entrevista
ontem (6) ao Programa da Sexta, da Agência Sindical, transmitido pela internet.
Ainda assim, os juízes da operação italiana, que Del Roio
conheceu, cometeram um erro, segundo ele. "Eles se deixaram levar por um
grande acordo justicialista das massas", observou, acrescentando que
ultrapassaram limites por influência das ruas, ou da praça, como ele
diz. "Não era bem a praça, eram os jornais." "O combate à corrupção é
uma coisa muito mais complexa, que só um certo tipo de política pode
superar. O neoliberalismo traz facilidades maiores para a corrupção, é
um sistema de corrupção."
Em entrevista ao portal Vermelho, em março, Del Roio já havia criticado a Lava Jato. "Lá (na Itália), os ritos foram cumpridos. Aqui, um juiz de primeira instância age e prende no país inteiro. Nunca vi isso!"
Militante político desde o início dos anos 1960, na conversa com a
Agência Sindical ele lembrou da mobilização para garantir a posse de
João Goulart, em 1961, e as perspectivas do país naquele período, com as
reformas de base. "O Brasil tinha tudo para virar um país desenvolvido e
menos infeliz. A casa-grande, os malditos escravocratas, se uniram para
impedir isso", afirmou, acrescentando que por trás de "golpe" atual
estão, provavelmente, "os mesmos de sempre".
"Todo governo que rasga à Constituição e é ilegítimo tende à violência, porque é o único jeito de se manter", criticou Del Roio, mesmo assim dizendo-se "esperançoso" em relação à resistência. "Está (o golpe) isolado internacionalmente. E quando as forças operárias, os trabalhadores, perceberem que é contra eles, contra a CLT, os salários, contra a nação, a reação será muito forte."
Para ele, não só no Brasil se fala que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofre perseguição. "É
uma opinião mundial. Até o sistema jurídico internacional, democrático,
nunca vimos isso. Não existe país onde a ditadura da imprensa é tão
feroz. Estamos combatendo numa trincheira..." O historiador diz não
saber se Lula terá "força física" para voltar à Presidência da
República, "mas é um homem que será absolutamente indispensável para a gente achar uma solução política para essa situação vexatória".
Del Roio espera que o movimento sindical consiga se rearticular em
torno de propostas discutidas e aprovadas em 2010, durante conferência
no estádio do Pacaembu, em São Paulo. E também pediu que as centrais
resgatem o "verdadeiro sentido" do 1º de Maio. "Não se constrói
nação, e classe operária não é classe em si se não constrói sua
história, se não tem memória. Mas isso é um jogo muito hábil,
martelante, feroz, da classe dominante brasileira. Nos fazem esquecer
que 52% da população é negra e tivemos 350 anos de escravidão. A batalha
pela memória é revolucionária."