Na
bombástica gravação da conversa entre o ministro-interino (ainda às
15h24) do Planejamento Romero Jucá e o ex-senador e diretor da
Transpetro, Sérgio Machado, há a indicação de dois momentos em que são
reveladas as práticas dos mais graves crimes contra a Constituição e o
País. São os trechos em que Jucá revela entendimentos com generais e
ministros do Supremo para o golpe contra as instituições.
Vale
lembrar que a conversa ocorreu em março, antes portanto, da votação
pelo Senado do processo de impedimento da Presidente da República.
Com
isso, os generais que participaram da trama cometeram crime capital de
traição à Comandante em Chefe das Forças Armadas ao participar de um
complô para a deposição de uma chefe de Estado regularmente eleita e no
uso de suas atribuições. O Código penal Militar prevê pena de morte em
casos dessa natureza - motim, rebelião ou traição. A Constituição também
foi afrontada por crime.
Sobre os generais, diz Jucá:
JUCÁ - Então... Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.
Já
em relação aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que pela
Constituição é a Corte Supremo do País, Tribunal Constitucional no qual
seus integrantes "zelam pelo cumprimento das normas constitucionais, o
envolvimento de seus membros é um crime. Sobre os ministros, diz Jucá:
JUCÁ - [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem 'ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca'.
Agora a Nação espera a palavra dos comandantes do Exército, Marinha e Aeronáutica ou do Estado maior das Forças Armadas para apontar os generais que cometeram o crime de alta-traição ou negar tal vileza e do Ministro Ricardo Lewandowsky também para apontar os ministros-conspiradores contra a Constituição ou negar tal fato.
O silêncio dessas instituições vai colocar à nu o golpe civil-militar e parlamentar contra a Chefe de Governo e de Estado.