A adjetivação do título desta postagem não é nossa. Ela vem de artigo escrito por Jânio de Freitas e publicado neste domingo pela Folha de S. Paulo, a mesma "Faia do Otavinho" que tem ódio do Brasil e adora uma ditabranda...
O texto vem do site do Luís Nassif Online já que a "Faia" não deixa seus textos serem copiados na rede:
Jânio acusa Marina de pautar campanha por ofensas e mentiras
Jornal GGN – A pouco menos de um mês das eleições, a campanha presidencial já descambou para o campo das agressões, com pouco ou nenhum teor político. Começou com Aécio, que optou pela agressividade para fazer frente, não mais a uma pouco ameaçadora candidatura de Eduardo Campos, mas a Marina Silva. Foi dar na própria Marina, que não poupou o seu antigo partido e está buscando na Petrobras todos os males do mundo para usar contra o PT – mesmo no caso de Paulo Roberto Costa, que acendeu na estatal durante o governo FHC. No meio dessa confusão, Dilma Rousseff, é a menos ofensiva dos três e tem preferido apenas dar respostas aos ataques.
Por Janio de Freitas
Da Folha de S. Paulo
Não se esperava que a disputa presidencial se fizesse por troca de agressões e um nível tão baixo do teor político.
Ainda que não seja novidade nas disputas pela Presidência, o pugilato
verbal entre os atuais candidatos veio surpreender. Não se esperava que
a campanha se fizesse por troca de agressões, e, sobretudo, não se
imaginaria um nível tão baixo do teor político contido nessa
agressividade.
A violência verbal não é novidade em termos. Na democracia anterior
ao golpe de 64, nas quatro eleições presidenciais houve muita
agressividade, mas toda por conta de não candidatos à Presidência. Entre
os disputantes, prevaleceu, sempre, a concepção de que pretendentes à
Presidência não podiam mostrar-se ao eleitorado sem a compostura
apropriada ao cargo.
Getúlio nunca citou o brigadeiro Eduardo Gomes nem foi por ele
citado. O mesmo se passara entre o general Dutra e o brigadeiro. O
general Juarez Távora fez campanha até raivosa, e Juscelino se ocupou
dos seus planos para fazer "50 anos em 5", sem referencia direta entre
eles. Jânio fez campanha de fortes insinuações contra tudo o que
lembrasse o governo Juscelino, representado na candidatura do general
Lott, mas nunca o fez de modo explícito e nominal.
Ditadura militar por 21 anos é, na cultura política, o mesmo que a
demolição acelerada de uma edificação construída durante séculos, como
as velhas catedrais. Em 1989, a primeira eleição direta da nova
democracia retrata, em tudo, os efeitos da demolição feita pela
ditadura. Fica muito bem em Collor a personificação da campanha sem
ética política e sem compostura pessoal, com variados modos de
violência, não só verbal.
Até que chegasse ao vitorioso "Lulinha paz e amor", Lula preencheu
três campanhas com irada pregação da temática petista. Sem agressões a
Fernando Henrique, cujas condições nas duas disputas dispensavam embates
diretos, que nem fariam o seu gênero. O mesmo se deu entre Lula e
Alckmin. Mas não com Serra, que se permitiu, contra Lula e contra Dilma,
desde diferentes modalidades agressivas até armações com ajuda de
terceiros.
Por aí se chegou à atual campanha sem imaginar que o candidato da
simpatia, herdeiro de uma prática política sempre elevada, passageiro de
uma vida alegre, não fosse isso mesmo como candidato à Presidência.
Ainda com Eduardo Campos, os dois fizeram um acordo de mútua preservação
que deu o sinal: as farpas logo voaram de um lado e de outro. Dilma e o
governo já estavam na mira, mas de tiros políticos.
O que os céus fizeram por Marina tomaram de Aécio, na queda do avião.
E, pior, trouxeram-lhe a suposição de se salvar pela agressividade
contra a nova concorrente. E logo também contra a antiga. Aécio Neves
foi o disparador da deterioração da campanha em que a perda de
escrúpulos é crescente.
Não se imaginava que a Marina Silva tão contida, como se toda travada
por poderosas forças interiores, ou, sabe-se lá, celestiais ("Deus não
quis que eu estivesse naquele avião"), fosse capaz de tamanha
desinibição para dizer coisas como esta raridade: "Um partido que coloca
por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras". "Para
assaltar"? A desonestidade dessa afirmação, feita em sabatina há três
dias no "Globo", não tem limite nem para trás.
Funcionário de carreira, Paulo Roberto Costa fez sua ascensão na
Petrobras durante o governo Fernando Henrique, nomeado então para
sucessivos postos e funções relevantes, que vieram a culminar no governo
Lula. É um mistério o momento em que começou sua corrupção. Mas há a
certeza de que, a não ser para Marina, nenhum partido e nenhum governo
dos dois presidentes promoveu Paulo Roberto Costa "para assaltar".
Diante de tamanha e perversa difamação, não surpreende a facilidade
com que Marina diz inverdades bondosas a seu respeito, atribuindo-se
votos, pareceres e projetos no Senado que o Senado nunca ouviu ou leu.
Sua agressividade tem este componente adicional: a inverdade. O que
aquela sabatina tornou ainda mais perceptível (e registrado
jornalisticamente).
Mas de Dilma, a "durona", a "gerentona", esperava-se que ao menos
confirmasse a maneira como a imprensa a descreve. A surpresa que lhe
cabe vem, no entanto, do oposto: é a menos ofensiva, tanto no sentido de
ataque como de insulto. Tem preferido dar respostas, algumas duras e
outras irônicas. Sem conseguir, porém, tornar menos deplorável esta
campanha indigna de uma disputa pela Presidência da República.