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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Rolezinho: a apropriação...

Quem lê jornal foi contaminado nos últimos dias pela "síndrome do rolezinho", um medo pânico de que os movimentos da garotada da periferia para seus encontros em Shoppings Centers - a mais visível expressão do consumismo capitalista em nossas cidades - se tornassem verdadeiros "arrastões" de pretos, pobres e desdentados...

Houve até analista de TV afirmando isso em todas as letras. 


Em matéria do Portal "Rede Brasil Atual", Helena Sthephanowitz comenta: 

Falha tentativa de transformar rolezinho em golpe eleitoral

Ideia de associar eventos em shoppings a uma crise de desordem nacional provocada por políticos progressistas fracassou. É provável que onda de encontros passe
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"Mas teve gente que tentou transformar esse fenômeno da sociedade (o rolezinho)  em movimento em golpe eleitoral. O jornal Folha de S. Paulo publicou na semana passada, em reportagem de capa, uma tentativa de retratar os rolezinhos como uma grande crise de desordem.

Esse tipo de golpe eleitoral conservador não é novo. Trata-se do velho truque de colar a imagem de desordem aos políticos progressistas que se solidarizam com minorias barulhentas, sabendo que há uma maioria silenciosa assustada que poderá ficar contrariada com o que entendam ser "apoio à bagunça".

Richard Nixon se elegeu em 1968 nos Estados Unidos com a maioria silenciosa assustada com movimentos hippies, dos panteras negras e estudantes fazendo grandes protestos de contestação. Margaret Thatcher se elegeu primeira-ministra do Reino Unido em 1979 com os votos da maioria silenciosa, após uma onda de greves e protestos, incluindo a contestação do movimento punk."