Reproduzo
abaixo texto do colega Eduardo Nunomura, jornalista conceituado e
professor dedicado, que pode explicar o projeto para se instaurar o
pânico nas grandes cidades brasileiras no período que precede a Copa do
Mundo.
“Hoje houve um protesto em Artur Alvim, na zona leste de São Paulo. Vocês não devem estar sabendo disso.
Eu moro bem longe de lá, mas passei e, ao parar para conversar, soube que jovens provocaram uma pequena confusão.
Um dos pais dos “manifestantes” me disse que o filho havia sido
arregimentado, por 50 reais, para engrossar o coro do #NãoVaiTerCopa.
Disse que grana foi de um partido. Citou três, PSTU, Psol e Pátria Livre (sim, essa aberração parece mesmo existir!).
Afirmou que não é a primeira vez que o filho virou protestante
mercenário. No dia do aniversário de São Paulo, ele estava lá também. A
única orientação que recebeu era para não ser preso.
Dei corda para aquele pai (um ex-seminarista), mas saí um tanto
quanto desconfiado. Os elementos que me trouxe não são prova de nada.
Imagino que a idiotice dos Black Blocs não precise de motivação
financeira. Quando se é jovem, ele tem mesmo de sair às ruas para
protestar.
Mas e se esse pai estiver certo? Imagine você ganhar 100 reais em
dois dias para sair com uma camiseta no rosto para provocar um pouco de
baderna?
Na minha época juvenil, as nossas badernas eram de outra natureza. Talvez as de hoje em dia sejam mais rentáveis.
Repórteres, eis um bom tema para vocês irem atrás. Pagar para
manifestantes é praxe em muitas manifestações políticas, de sindicatos e
movimentos sociais.
Por que não seria também para os protestos anti-Copa? Mas talvez
vocês estejam mais preocupados em dizer que o povo está cansado de
corrupção, né?”