Dom Fernando, o mais novo "imoral" da Academia, por azar do país um ex-presidente da República cujo sonho de consumo é se transformar no Barão do Higienópolis deitou falação neste último fim de semana e parte dessa verborragia está nos seus artigos "bota-abaixo Brasil" nos jornalões da direita e parte em solenidade tucana no interior paulista.
Ricardo
Kotscho comenta - e bem - o papel deplorável desse personagem que deve
estar mais é sofrendo de demência senil para dizer as bobagens que diz:
Dilma cresce, os outros caem, e FHC perde o bonde
No mesmo sábado em que era divulgada a nova pesquisa Datafolha
mostrando que a presidente Dilma Rousseff cresceu e aumentou sua
vantagem sobre todos os adversários, que caíram, o ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, ainda o principal líder da oposição, foi a
Ribeirão Preto fazer uma palestra e, como de costume, malhou o governo,
sem apresentar nenhuma alternativa para o país.
A vantagem de Dilma sobre o tucano Aécio Neves aumentou de 21 para 28
pontos ( 47 a 19); sobre Eduardo Campos, do PSB, cresceu de 27 para 36
pontos ( 47 a 11). Dilma tem 17 pontos a mais do que seus mais prováveis
adversários somados, o que indica uma tranquila vitória no primeiro
turno, confirmando as pesquisas anteriores (isso só não aconteceria se
Marina Silva for a candidata socialista, o que é pouco provável).
Certamente sem saber destes números, FHC perdeu o bonde ao
abrilhantar o aniversário de uma cooperativa de crédito, sempre olhando
pelo retrovisor e tocando o mesmo disco já arranhado: "Pararam dez anos
os investimentos em infraestrutura no Brasil
por preconceito ideológico", disse ele, segundo relato de Isabela
Palhares, da Folha, como se nos seus dois mandatos o país tivesse sido
transformado num imenso canteiro de obras.
O ex-presidente criticou tudo: dos mecanismos de controle da inflação
à taxa de juros, do afrouxamento da Lei de Responsabilidade Fiscal ao
endividamento dos municípios e Estados, dando a entender que o país
está vivendo uma profunda crise, à beira do precipício.
Ao final da palestra de 40 minutos, pregou que "o Brasil precisa de
gente nova, gente moderna, que acredita no Brasil", sem citar os nomes
dos dois pré-candidatos do seu partido, Aécio Neves e José Serra",
e deu a receita: "O Brasil precisa se reinventar. Não só
economicamente, mas socialmente. Acabar com a ilusão do marquetismo".
Será que este tipo de discurso acrescenta algum voto aos candidatos tucanos?
Conviria que FHC lesse atentamente as análises sobre os números da
pesquisa publicadas neste domingo pela Folha, a começar pelo editorial
"Retomada presidencial", em que o jornal afirma: "A taxa de desemprego é
historicamente baixa e a renda continua a crescer; os protestos de
junho criaram insegurança, que se dissipou com a percepção de que o país
não entraria em crise aguda".
"Presidente termina 2013 em alta graças à oposição ineficiente" é o
título do artigo de dois diretores do Datafolha. "Ambiente até esteve
propício, mas ninguém conseguiu formular discurso adequado às demandas
brasileiras."
O abismo entre o discurso sempre negativista de FHC, que passa muito
tempo no exterior, e os números da pesquisa, que revelam maior otimismo
sobre o poder de compra, embora a inflação ainda preocupe, mostram que,
enquanto a oposição não se dispuser a dialogar com o país real, a
presidente Dilma Rousseff continuará nadando de braçada, embora dois
terços da população queiram mudanças no governo ( o marqueteiro
presidencial João Santana gosta de ressaltar que são mudanças no governo e não de governo).
Os números de Dilma nesta pesquisa só não são melhores do que os do
ex-presidente Lula, que venceria em qualquer cenário no primeiro turno,
com intenções de voto variando entre 52% e 56%. Ao mesmo tempo em que a
oposição e a mídia aliada não conseguem definir um candidato para
bancar, o PT tem dois favoritos. Este é o quadro, a dez meses da
sucessão presidencial. O resto é o resto e não adianta espernear.