É, o Élio Gaspari que escreve uma coluna da direita mais conservadora em jornais desse tipo de gente, é amigo do Sílvio Berlusconi, aquele da Itália, que adora festas com garotas menores de idade e foi agora há pouco condenado à cadeia por roubalheira lá na terra do Gaspari, aliás, terra também daquel´outro, o Benito...
Como bons italianos, ambos adoram pizza, macarronada e são aparentados do Eremildo, o Idiota, que prega domingo sim, outro também, as teorias conservadoras da Casa Grande nos jornalões.
Hoje, o Gaspari, o amiguinho do Berlusconi - a quem aliás ele nunca condenou em suas verborrágicas colunas - recebeu merecido troco do Fernando Brito, no Tijolaço:
Elio Gaspari quer ser o novo guru dos coxinhas?
25 de dezembro de 2013 | 13:52 Autor: Miguel do Rosário
Em sua coluna de hoje, publicada na Folha e no Globo, Elio Gaspari tenta se auto-promover como guru dos coxinhas. Ou como ironizou um colega da blogosfera: “Elio Gaspari convoca Eremildo às ruas. De idiota a incendiário”.
O novo mote revolucionário de Gaspari tem como alvo Renan Calheiros.
Rememora podres do senador no passado e bate no mais recente escândalo:
Renan usou jatinho da FAB para ir à Recife, onde fez um implante
capilar.
Renan já falou que vai devolver o dinheiro correspondente ao custo da
viagem, mas o que importa, neste caso, é o comportamento reiteradamente
despudorado do senador. Parece que ele vive em outro mundo. Esse tipo
de postura, naturalmente, presta uma ajuda solene à campanha midiática
para desqualificar o parlamento.
Em vista disso, Gaspari convoca as ruas:
“Em 2014 a turma que paga as contas irá às urnas. Elas poderão ser um bom corretivo, mas a experiência deste ano que está acabando mostra que surgiu outra forma de expressão, mais direta: ‘Vem pra rua você também’.”
É um tanto engraçado ver um conservador midiático como Gaspari dando
uma de carbonário e guru de black blocs. Provavelmente ele tem em mente
um monte de coxinhas protestando contra a viagem da FAB de Renan
Calheiros. Sim, porque não imagino que ele queira nada além disso.
Protestos contra a grande mídia, por exemplo, nem pensar!
Acontece que a
mídia é justamente a fonte de poder do neocoronelismo eletrônico
brasileiro. De onde vem o poder eleitoral de Renan? Vem do fato dele
ser, juntamente com Collor e a família Lyra, o braço político das
oligarquias alagoanas, que dominam a política do estado através do
controle dos meios de comunicação. Assim como em todos os estados do
Nordeste, as famílias que detêm os direitos de retransmissão de Globo
(principalmente), SBT, Band e Record, tem uma desproporcional vantagem
política sobre todos seus concorrentes.
Há vários estudos sobre isso. E os partidos que mais dominam as
mídias nordestinas são DEM e PSDB. Com o lulismo, eles vem perdendo
poder, e daí o ódio cada vez maior. O ódio nasce do medo de perder
poder. Entretanto, eles ainda têm poder. Perderam governos do Estado,
mas ainda tem vereadores, deputados estaduais, prefeituras, e,
sobretudo, poder econômico e midiático para desestabilizar governos
constituídos.
As ruas serão muito bem-vindas em 2014, desde que não se deixem
manipular pela mídia, nem por pseudo-gurus como Elio Gaspari. A viagem
de Renan em aviãozinho da FAB é um sintoma. As ruas não devem perder
tempo atacando os sintomas, e sim as causas. As ruas deveriam vir
pedindo uma profunda reforma política e leis de mídia.
Aí sim eu quero
ver se o Elio Gaspari vai continuar posando de revolucionário.
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E mais: para bem conhecer quem é Élio Gaspari, o italiano que odeia o Brasil, nada melhor que o Editorial da Ag~encia Carta Maior, assinado por Saul Leblon:
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E mais: para bem conhecer quem é Élio Gaspari, o italiano que odeia o Brasil, nada melhor que o Editorial da Ag~encia Carta Maior, assinado por Saul Leblon:
A convocação para 2014: Eliooo, o Heitor!
Em coluna natalina, neste 25 de dezembro, o jornalista Elio Gaspari convoca protestos de rua para 2014. O panfleto está encartado na Folha e assemelhados.
por: Saul Leblon
Em sua coluna natalina, neste 25 de dezembro de 2013, na Folha, o jornalista Elio Gaspari convoca protestos de rua para 2014.
É a sua explícita contribuição à campanha conservadora no próximo ano.
‘Em 2014 vem prá rua voce também’, diz o título da coluna que arremata com a seguinte exortação: ‘Em 2014 a turma que paga as contas irá às urnas. Elas poderão ser um bom corretivo, mas a experiência deste ano que está acabando mostra que surgiu outra forma de expressão, mais direta: "Vem pra rua você também".
Gaspari engrossa o coro daqueles que – a exemplo dele (leia a análise de Antonio Lassance, nesta pág), sabem que só o impulso de acontecimentos anormais pode devolver o poder ao conservadorismo ao qual se filiam, nas eleições do próximo ano.
Reconheça-se no panfleto encartado na Folha o predicado da coerência: Gaspari se mantém fiel à cepa na qual foi cevado e graças a qual deixou o batente das redações para viver das memórias da ditadura.
O artigo é uma extensão dessa trajetória.
É como se o autor psicografasse vozes e agendas às quais serviu como uma tubulação expressa quando a ditadura militar agônica buscava erguer a ponte dos anos 80, para trocar o uniforme pela gravata, sem macular a essência do poder.
Gaspari, sub-chefão de Veja, então, ao lado de Roberto Guzzo, aderiu ao esforço de erguer linhas de passagem sem rupturas de destino.
Secretárias pressurosas emitiam a convocação em sustenidos de urgência pelos corredores da revista nos anos 80: 'Eliiooooo, o Heitor, o Heitor!.
Era algo religioso.
O telefonema-chave chegava invariavelmente um ou dois dias antes do fechamento da edição semanal.
'Heitor', mais especificamente, o coronel Heitor Aquino Ferreira, acumulava credenciais do outro lado da linha .
Elas justificavam a ansiedade incontida no trinado das secretárias.
Sua ficha corrida incluía o engajamento, cadete ainda, na conspiração para derrubar Juscelino, em 1955; a ativa participação golpista para derrubar Jango, em 64; a prestação de serviços para injetar músculos no SNI; a ação lubrificante à passagem de Daniel Ludwig, o bilionário do projeto Jari, pelos corredores do poder militar. E assim por diante.
Com base nesse saldo foi nomeado secretário de dois ditadores: Geisel e Figueiredo.
Elio e Heitor tinham mais que a cumplicidade na missão específica da travessia do quartel para a urna.
Fluxo e vertedouro identificavam-se num traço de caráter, digamos, olfativo: ambos eram bons farejadores dos ventos da história.
Elio começou a carreira no jornal Novos Rumos, ligado ao partidão (PCB); rápido sentiu a friagem vinda do polo oposto e foi servir ao colunista social e reacionário de carteirinha, Ibrain Sued; pós golpe, ascendeu como turbojato na carreira.
A pretensiosidade é outro traço que dá liga à parceria.
Na conspiração golpista de 64, o capitão Aquino Ferreira usava um codinome afetado: 'Conde de Oeiras'.
Nos telefonemas ao jornalista Elio Gaspari --destinatário dos pressurosos arrulhos das secretárias de Veja nos anos 80, o já coronel Heitor considerava desnecessário o anonimato.
Tampouco Elio recomendava discrição às telefonistas.
Eram tempos em que pertencer a certos círculos fazia bem ao currículo e ao ego.
Ser o mensageiro, a tubulação dos bastidores da ditadura dava prestígio e holerite.
Ademais de alimentar uma sensação de impunidade quase cínica.
Quando os telefonemas de Brasília agitavam as pautas e o arremate dos fechamentos de Veja, Heitor servia como homem de confiançae porta-voz do general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil do ditador Geisel.
Foi nessa condição de emissário e serviçal que ele reuniu as famosas 40 pastas de documentos da ditadura, entregues entre 1982 e 1987 ao jornalista amigo selando um troca-troca feito de empatia e propósitos comuns.
Os arquivos serviriam de lastro aos livros que Gaspari lançaria com a sua versão sobre o ciclo da ditadura.
Era essa a carga simbólica que os chamados de Heitor propagavam pelos corredores da Veja, um ou dois dias antes do fechamento. Às vezes no mesmo dia; não raro mais de uma vez ao dia.
O destinatário dos telefonemas das sombras, a exemplo de outros protagonistas de um enredo à espera de um filme, agora convoca as massas às ruas em 2014.
De certa maneira, presta-se ainda ao papel de duto de Heitor, já morto, psicografando lições, limites e agendas à democracia brasileira.
Teimosa, ela insiste em afrontar os perímetros sociais e econômicos delimitados nos anos 80, nos gloriosos dias da transição segura e gradual, abraçada pela dupla de democratas.
O artigo deste Natal carrega a petulância abusada de quem vê nas urnas de 2014 a última chance de evitar uma virada sem retorno aos bons tempos em que repressão e megalomaníacos determinavam o destino do país e a sorte de seu povo.