Parece mesmo que o jornalismo brasileiro se rendeu à Casa Grande de forma definitiva, para tristeza e desalento de todos nós profissionais da área. Hoje, no "Tijolaço" do Fernando Brito, tem matéria que mostra isso de uma forma bem clara.
Dá pena ler jornal no Brasil de hoje...
Pioramos, mas estamos bem, sei lá, entende?
16 de outubro de 2013 | 08:12
Eu tenho dito aqui que está cada vez mais difícil ler noticias
econômicas no Brasil, porque a necessidade de dar notícia ruim parece
ter se tornado uma obsessão.
Por isso, nem falo nada da matéria de hoje do Valor, que, mesmo com um pouco de nariz torcido registra os fatos:
“A confiança dos empresários brasileiros caiu nos últimos seis meses, mas ainda se manteve acima do nível registrado em outros emergentes, como China, México e África do Sul, onde também houve recuo no otimismo, de acordo com a 9ª edição do Índice Global de Confiança Comercial, realizado semestralmente pela companhia inglesa de gestão de escritórios Regus. Na contramão, a confiança dos homens de negócios dos países desenvolvidos cresceu no período.
Entre abril e outubro, o índice brasileiro recuou sete pontos, para 129 pontos, mas ainda seguiu acima da média dos países em desenvolvimento, que cedeu nove pontos, para 117. A desaceleração econômica foi a causa dessa retração. No grupo dos emergentes, a maior queda de confiança foi registrada no México, com queda de 24 pontos, para 111 pontos. Também houve recuo na confiança chinesa, porém com menor intensidade: dois pontos (121). Na África do Sul, o indicador cedeu de 121 para 114 pontos.”
Agora, olhe o gráfico lá de cima, tirado do mesmo relatório, fresquinho, e veja se não era mais simples escrever assim:
“O Brasil ocupa, ao lado da Índia, o segundo lugar o Índice de Confiança de Negócios (Business Confidence Index) da consultoria multinacional Regus. Os dois países têm 129 pontos, e só ficam atrás da Alemanha, que lidera o ranking, com 131. O índice brasileiro caiu sete pontos desde o último ranking, enquanto a Índia perdeu oito. China, com 121 pontos, e África do Sul, com 114, também caíram, dois e sete pontos, respectivamente. A média dos países em desenvolvimento ficou em 117 pontos. “
Mas parece que passou a ser obrigatório ter no título algo do tipo “cai”, “desaba”, “despenca”, “explode”. Dizer, então, que o Brasil tem a segunda mais alta confiança empresarial do mundo? “Nem morta, santa!”, como diria o Caetano Veloso…
Pobre leitor…
Por: Fernando Brito
Por isso, nem falo nada da matéria de hoje do Valor, que, mesmo com um pouco de nariz torcido registra os fatos:
“A confiança dos empresários brasileiros caiu nos últimos seis meses, mas ainda se manteve acima do nível registrado em outros emergentes, como China, México e África do Sul, onde também houve recuo no otimismo, de acordo com a 9ª edição do Índice Global de Confiança Comercial, realizado semestralmente pela companhia inglesa de gestão de escritórios Regus. Na contramão, a confiança dos homens de negócios dos países desenvolvidos cresceu no período.
Entre abril e outubro, o índice brasileiro recuou sete pontos, para 129 pontos, mas ainda seguiu acima da média dos países em desenvolvimento, que cedeu nove pontos, para 117. A desaceleração econômica foi a causa dessa retração. No grupo dos emergentes, a maior queda de confiança foi registrada no México, com queda de 24 pontos, para 111 pontos. Também houve recuo na confiança chinesa, porém com menor intensidade: dois pontos (121). Na África do Sul, o indicador cedeu de 121 para 114 pontos.”
Agora, olhe o gráfico lá de cima, tirado do mesmo relatório, fresquinho, e veja se não era mais simples escrever assim:
“O Brasil ocupa, ao lado da Índia, o segundo lugar o Índice de Confiança de Negócios (Business Confidence Index) da consultoria multinacional Regus. Os dois países têm 129 pontos, e só ficam atrás da Alemanha, que lidera o ranking, com 131. O índice brasileiro caiu sete pontos desde o último ranking, enquanto a Índia perdeu oito. China, com 121 pontos, e África do Sul, com 114, também caíram, dois e sete pontos, respectivamente. A média dos países em desenvolvimento ficou em 117 pontos. “
Mas parece que passou a ser obrigatório ter no título algo do tipo “cai”, “desaba”, “despenca”, “explode”. Dizer, então, que o Brasil tem a segunda mais alta confiança empresarial do mundo? “Nem morta, santa!”, como diria o Caetano Veloso…
Pobre leitor…
Por: Fernando Brito