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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

De vendilhões e vendidos...

Paulo Henrique Amorim, no seu "Conversa Afiada" publica hoje um texto que, em seu estilo irônico, guarda boa verdade sobre vendidos e vendilhões em momento importante no qual o Brasil  vem optando, no campo da defesa, por uma aproximação maior com os russos da Sukhoi...








Navalha 




O Príncipe da Privataria cometeu alguns atos de traição.
Pode-se dizer que ele vendeu, deliberadamente, a Segurança Nacional.
Em junho de 1993, ele vendeu à estrangeira Bunge a Ultrafértil, que produzia 42% dos fertilizantes do país.
Junto foi a Petrofértil, que produzia – e só ela – o combustível pesado para acionar os foguetes que saem de Alcântara.
Foguetes demandam combustíveis líquidos e sólidos.
Os sólidos são os mais complicados, porque, altamente poluentes, exigem um transporte complexo.
A Petrofértil foi fechada e o Brasil perdeu o fornecedor doméstico – e estatal – de combustível para foguetes.
(Depois a Petrobras recomprou a Ultrafértil.)
Outra traição à Segurança Nacional se deu em 1º de julho de 1998, no fim do primeiro mandato – para que não houvesse o risco de não conseguir fazê-lo mais tarde.
Foi quando ele assinou o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.
E jogou no lixo décadas de luta da diplomacia brasileira, de JK aos militares, que resistiu à furiosa pressão dos americanos, que, claro, querem o monopólio da energia nuclear.
Assinar o TNP foi a traição MAIOR, na opinião do amigo navegante.
Tem mais traição.
No dia 29 de julho, ele vendeu a Embratel à americana MCI.
Depois comprada pelo mexicano Slim.
Com a Embratel ele vendeu um satélite de comunicações com banda militar e a base terrestre para operá-la.
O Brasil tem que alugá-los ao Slim.
Enquanto não chega, ano que vem, o mega-satélite geoestacionário que a Dilma mandou comprar.
Como diria o então tucano Bresser Pereira, “só um bobo dá a telefonia para estrangeiros”.
O FHC deu.
Mas, de bobo não tem nada.
A outra traição à Segurança Nacional foi deixar de herança ao Lula uma licitação quase pronta de compra de caças.
A pedido dos americanos, ele tirou da licitação os Sukhoi-35 russos.
E deixou os americanos, os suecos – um clone dos americanos e da preferência da Tacanhêde -, e os franceses.
Agora, provavelmente, a Dilma vai ter que incluir os Sukhoi-35 de volta à competição.
O Príncipe da Privataria entregou a mercadoria.
Como lhe encomendaram.
Ele se elegeu para vender e entregar o Brasil aos americanos.
E foi o que ele fez.
Tirou o sapato !
Porque sempre acreditou em tirar o sapato.
Sua famosa “teoria da dependência” não passa disso: o Brasil não tem futuro, mesmo, então, é melhor ser dependente dos americanos.
Qual a surpresa, amigo navegante ?