Pois é... O Aécim, principal expoente (???) da oposição brasileira deitou falação nesta terça feira, condenando a atitude da Presidente Dilma Roussef de cancelar sua visita de Estado a Washington no dia 23 de outubro. Se a visita fosse confirmada, ele também criticaria no viés tucano de só criticar e nada falar de positivo.
Agora vem a BBC - insuspeita no seu alinhamento automático aos Estados Unidos, - mas com correção jornalística e dá um texto que é um verdadeiro tapa na cara do cambaleante "leader" carioca-mineiro que pensa que um dia pode vir a ser presidente deste sofrido Brasil.
Taí ó:
Adiamento da visita de Dilma impõe ‘alto custo político’ para EUA
O adiamento da visita que a
presidente Dilma Rousseff faria a Washington é possivelmente o mais alto
custo político que os Estados Unidos tiveram de pagar até agora pelas
revelações de espionagem contra a Agência Nacional de Segurança (NSA, na
sigla em inglês).
Se por um lado a presidente corre o risco de
despertar em Washington ecos do estereótipo do líder latino-americano
populista e nacionalista, por outro é o governo do presidente Barack
Obama que terá de lidar com a incômoda realidade de que as acusações
ameaçam, sim, relações com aliados que considera estratégicos.
Da mesma forma, indica-se que a
visita de Estado poderia ser retomada, em tom cordial e positivo, tão
logo o assunto seja considerado superado.
Ainda assim, "é difícil retratar esse episódio
de outra maneira que não seja um retrocesso nas relações", define
Michael Shifter, presidente do Interamerican Dialogue, um dos principais
centros de estudos sobre América Latina baseados em Washington.
Sinal das mudanças na relação de forças entre
países emergentes e industrializados, estava nas mãos da presidente
brasileira a decisão capaz de afetar uma relação que gira US$ 100
bilhões por ano em comércio e serviços, engaja governos e setores
privados e abarca áreas estratégicas como educação, ciência e tecnologia
e energia.
Dilma se encontrava sob pressão política em
direções opostas. A possibilidade mais arriscada para a presidente,
acreditam analistas, era que novas revelações de espionagem americanas
fossem divulgadas justamente quando ela estivesse em visita a
Washington, propagandeando as "relações estratégicas" de Brasil e EUA.
Para a líder que vem se recuperando de uma queda
circunstancial nas pesquisas de opinião, o risco de ter a imagem
arranhada junto aos americanos pode ter-lhe parecido um mal menor.
Custos políticos
Os custos políticos para a presidente ainda não
estão claros. O vice-presidente do Conselho das Américas (COA), Eric
Farnsworth, que já passou pelo escritório da Casa Branca para as
Américas, disse que "Washington tem uma memória comprida para essas
coisas".
O ex-deputado, ex-conselheiro para Comércio nos
governos de Obama e Bush e diretor da Escola de Política Aplicada da
Universidade George Washington, Mark Kennedy, acredita que Dilma
respondeu a um "apelo populista" para tomar sua decisão.
"As repercussões por causa da NSA têm sido extremamente negativas para a posição global americana e merecem uma resposta firme. Um parceiro regional forte com o Brasil seria um bom início para começar a reconstruir as relações internacionais"
Mark Kennedy, ex-conselheiro para Comércio nos governos de Obama e Bush
Kennedy considera que a decisão de Dilma foi ao
mesmo tempo uma "demonstração de força" e "uma tentativa de influenciar o
comportamento dos EUA no futuro".
Por outro lado, ele considera que o maior ônus
do incidente recairá sobre a Casa Branca. "Isto aumenta uma longa lista
de decepções que resultaram das revelações sobre a NSA", disse o
especialista.
"As repercussões por causa da NSA têm sido
extremamente negativas para a posição global americana e merecem uma
resposta firme. Um parceiro regional forte com o Brasil seria um bom
início para começar a reconstruir as relações internacionais."
Michael Shifter, do Interamerican Dialogue, é
mais incisivo. "Há algumas pessoas no governo americano que acreditam
que o Brasil está tentando fazer uma encenação política. Para mim, essa
atitude é um erro", diz.
"Acho que será bom para Washington entender que
há certas práticas que vão longe demais. (O adiamento da visita) é uma
mensagem forte de que se Washington não tomar cuidado com essas
práticas, vai pagar um alto custo político."
Para Shifter, o adiamento da visita de Dilma ilustra "claramente" um desses casos.
Mitigando os efeitos
Sinal do esforço dos dois governos em tentar
mitigar os efeitos colaterais negativos do episódio, o porta-voz da Casa
Branca, Jay Carney, reforçou nesta terça-feira que o adiamento foi uma
decisão comum de Brasil e EUA para que a visita de Estado não fosse
"ofuscada" por um assunto só.
Em seu briefing à imprensa, o porta-voz indicou
que a decisão foi acertada no telefonema de 20 minutos entre Obama e
Dilma, na véspera.
"Justamente porque o relacionamento é tão
importante e tem tantas facetas, o presidente concorda com esta decisão,
tomada em conjunto, de adiar a visita", declarou Carney.
A decisão, disse o porta-voz, foi "discutida no telefonema da noite de ontem (segunda-feira) e finalizada".