Tudo vale a pena quando a alma não é pequena
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Paulo Nogueira, no seu sítio "Diário do Centro do Mundo" lembra a frase e vai direto ao ponto:
A alma pequena dos leitores da ‘grande’ mídia
Que tipo de leitores a mídia está atraindo? Um bom exercício para
responder a esta questão, como repararam amigos do Diário, é a mera
leitura dos comentários deixados nos seus sites.
Tinha feito isso algumas semanas atrás com os blogs da Veja. Notei,
ali, que Reinaldo Azevedo atraía leitores tão repulsivos quanto aquilo
que ele escreve. O mesmo quadro vale para os outros dois colegas de
Azevedo, Augusto Nunes e Ricardo Setti.
Em outros grandes títulos da mídia, não é diferente. As manifestações
sobre a morte de Gushiken em sites como o da Folha e o G1 têm sido
simplesmente pavorosas.
Você lê aquilo e pensa: o brasileiro tem uma alma tão grotesca? Ou é a
mídia que atrai hoje um tipo de gente sem qualquer grandeza moral?
Se você avalia os brasileiros pelos leitores da mídia, é obrigado a
classificá-los como mesquinhos, desapiedados, raivosos, preconceituosos e
fanatizados. Para usar uma personagem de nossos dias, são o oposto de,
por exemplo, o Papa Francisco.
Somos isso mesmo?
Um comentário posto no G1 simboliza a alma de seus leitores: “Bandido
bom é bandido morto”. Havia centenas de outros na mesma linha.
No site da Folha, uma amostra: “Em enterro de verme só vermes
participam.” Curiosamente, um comentário na Folha foi removido sob a
alegação de que feria as “regras da casa”.
É difícil imaginar o que esteja fora das regras quando você lê uma
coisa assim: “Desculpem a impaciência, mas … quando vão chamar o Lula? O
que esse hospital deve estar gastando com produto de limpeza …”
Tenho para mim que esta é uma fração dos brasileiros, e cada vez
menor. Se não fosse assim, Serra – a grande esperança branca desse tipo
de gente — seria presidente da República ou, ao menos, prefeito de São
Paulo. E Joaquim Barbosa seria seu sucessor, numa chapa com Gilmar
Mendes. (O STF na versão inicial sob JB, aliás, representava
juridicamente aquele lamentável tipo de brasileiro.)
A mídia tradicional tem sérios problemas, como o Diário vem apontando com frequência.
A atração que exerce – não à toa – sobre brasileiros de caráter ruim é um deles.