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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Até a Folha ???... 

Muita gente vem dizendo que as manifestações que estão na rua expressam apenas a opinião da classe média que os blogs mais progressistas já chamam de "geração coxinha". Havia dúvida vez que ninguém até agora havia comprovadamente feito medição do nível econômico e social dos manifestantes...

Que as manifestações no exterior eram típicas da classe média alta ficou bem evidente desde o início das passeatas em Nova York, Londres, Berlin, Madrid et caterva... Só gente de maior poder aquisitivo tem tempo no exterior para confeccionar cartazes e mandar imprimí-los com lay-out caro e ficar pulando na rua em dia de semana. Brasileiro pobre no exterior lava prato o dia todo. 

Agora a Folha de S. Paulo, talvez num espasmo de sinceridade, publica matéria com pesquisa do IPEA que comprova exatamente isso: os protestos são de gente rica. Pobre tá fora...

Da Folha

Ipea diz que protestos não estão sendo feitos pelos mais pobres

MARIANA SALLOWICZ
DO RIO
 O  presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Marcelo Neri, apresentou nesta quinta-feira dados sobre a redução da desigualdade e aumento da renda e afirmou que os protestos no país não estão sendo realizados pelos mais pobres, que foram os mais beneficiados por essas mudanças.
 "Pessoas que estão no lado belga da 'Belíndia' talvez tenham razões para não estarem satisfeitas", afirmou em entrevista coletiva no Rio. A expressão 'Belíndia', criada pelo economista Edmar Bacha, buscar definir as desigualdades do Brasil, que mistura a riqueza da Bélgica e a miséria da Índia.

   Questionado se são os mais ricos que estão nas ruas, respondeu: "Não diria os mais ricos, mas certamente não [são] os mais pobres."Neri disse que a renda dos 10% mais pobres no país cresceu 550% mais rápido do que a dos 10% mais ricos, e que a desigualdade no Brasil se reduziu de maneira "muito forte" nos últimos 12 anos.

Aí vem Marcos Coimbra em artigo publicado na Carta Capítal e expressa a mesma opinião em artigo do qual tiramos o seguinte trecho: 


Para identificar o sentido das que aconteceram agora, temos o perfil mais típico dos participantes, suas bandeiras mais características e as reações mais comuns que suscitaram.
Nada ilustra melhor a mudança do perfil socioeconômico dos manifestantes que a imagem veiculada pela TV Globo nos primeiros jogos do Brasil na Copa das Confederações: madames vestidas a caráter e cheias de balangandãs, brandindo cartazes sobre o “fim da corrupção” e fazendo propaganda de um endereço no Twitter. Os jovens que, no YouTube, se tornaram astros dos “insatisfeitos”, parecem seus filhos ou irmãos.
No conteúdo, o elemento central da “ideologia das ruas” foi a crítica à representação política e às instituições, particularmente os partidos políticos. Os manifestantes gritaram País afora que não se sentiam representados por ninguém, que estavam na rua para denunciar os “políticos” e “fazer política com as próprias mãos”. As vagas perorações em favor de “mais verbas para a educação e a saúde” ou contra os “gastos exagerados na Copa do Mundo” nada mais foram que pretextos para externar sua aversão ao sistema político e ao governo.   
Quem monitorou as redes sociais durante esses dias percebeu que os defensores mais entusiastas das passeatas foram os antipetistas radicais. Esses é que se sentiram em íntima comunhão com os participantes e torceram para que as manifestações escalassem, enfraquecendo o governo e prejudicando as chances de reeleição da presidenta.
Para dizer o óbvio, quem deu o sentido das manifestações foi a classe média antipetista, predominantemente de direita. Nem sempre, nem todos os participantes, mas em seu núcleo característico. 

Texto completo aqui: http://www.conversaafiada.com.br/politica/2013/06/28/coimbra-e-a-classe-media-anti-petista/