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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Médicos cubanos... a verdade é bem outra!!!



Chegada dos primeiros médicos cubanos no Aeroporto Internacional de Recife, em Pernambuco Foto: Luiz Fabiano / Futura Press



Um comentário do Blog "Esquerdopata" merece ser publicado pelo que contém de informação correta sobre toda esta propalada campanha dos médicos + planos de saúde + entidades médicas contra os cubanos que aqui chegam. E ele diz do nosso dia a dia nos consultórios e dos riscos que passamos na mão dessa gente sem escrúpulos:




Médicos cubanos: a revolução é outra 


Embora a direita ultra conservadora esteja com medo dos médicos cubanos reeditarem a revolução castrista no Brasil (sim, é possível que alguém pense assim nesse mundo de Deus!), a questão é outra. Ou são outras.

A medicina de Cuba não é ultra dependente de duas grandes máfias industriais: a dos diagnósticos e a farmacêutica. 

A discussão sobre ideologias médicas não é nova e foi trazida para o Brasil pelo saudoso Sérgio Arouca, a partir de Canguilhem. Nenhum dos dois está vivo, mas a discussão continua, no meio acadêmico, na crítica severa à medicamentação excessiva dos sujeitos, o que produz enormes lucros das farmacêuticas. 

Outra discussão em curso e que também não encontra voz no senso comum e na mídia é a substituição da escuta e do diálogo pela intermediação, por vezes desnecessária, pelos aparatos tecnológicos: uma indústria que movimenta bilhões de dólares (e que alimenta gigantes da mídia, como a Sony e a MGM, que tem braços empresariais no setor das diagnoimagens) e é vendida sem que se esclareça sua determinação pelo lucro. 

Em artigo recente no Huffington Post, jornalistas mostraram que o custo com diagnósticos caríssimos está solapando a saúde pública mesmo nos EUA (que já não é grande coisa). 

Há um estudo muito interessante de Charles Rosemberg, um pesquisador americano de Harvard, publicado no texto "The tyranny of diagnosis: specific entities and individual experience". Ele fala não somente da "tirania" das máquinas de diagnóstico, mas no que se transformou a febre das taxonomias médicas (vide as discussões atuais sobre o DSM). 

Discussões essas importantes que passam ao largo da mídia, mais ainda da nossa mídia (Não temos uma cobertura crítica da saúde! Não há preparo jornalístico para tal infelizmente, deficiência a exigir uma reflexão de nossas faculdades!). 

A medicina cubana não tem grandes recursos. Teve que se virar com o que tem. E o que tem é gente. Afinal, e no final das contas, quando vamos ao médico queremos, em primeiro lugar, ser ouvidos. E remédios não escutam. Máquinas não confortam.

http://esquerdopata.blogspot.com.br/2013/08/medicos-cubanos-revolucao-e.html