Um dos mais tradicionais produtos de limpeza no País, o "óleo de peroba" tem entre suas funções bem conhecidas a de "lustrar cara de pau", como se diz aqui pelos interiores das Geraes...
E por falar em cara de pau, não é que o cambaleante Aécim diz "não saber" do mensalão do PSDB mineiro???
O senador Aécio Neves
, presidente nacional do PSDB e virtual candidato à Presidência da
República, criticou a sensação de impunidade existente no País e disse ter poucas
informações sobre o mensalão tucano, cujo julgamento tramita no Supremo
Tribunal Federal (STF). Aécio fez as declarações hoje (30), em seminário
promovido pela revista Exame, em São Paulo...
Pnad mostra que Brasil cresceu em ritmo chinês, diz ministro Marcelo NeriO secretário de Assuntos Estratégicos atribuiu o avanço registrado pela Pnad ao forte crescimento do mercado de trabalho
Rio de Janeiro –
Os números divulgados nesta sexta-feira (27/9) pela Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios (Pnad), referentes ao ano passado, mostram que
existem dois Brasis: um que gerou Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9%,
apelidado de “pibinho”, e outro, mostrado pela pesquisa, que revelou
crescimento de 8% na renda média dos trabalhadores, "um desempenho de
nível chinês". A análise foi feita secretário de Assuntos Estratégicos,
ministro Marcelo Neri, que também acumula a presidência do Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
“A Pnad 2012 surpreende
muito, porque foi o ano do 'pibinho' – o PIB cresceu 0,9%, mas a renda
média dos brasileiros cresceu 8,9%. Ou seja, uma diferença de 8 pontos
percentuais. O Brasil dos economistas está indo muito pior que o Brasil
dos brasileiros. A desigualdade deu uma estabilizada [descendente] em
2012, mas, com certeza, a pobreza teve uma queda espetacular por conta
do crescimento", afirmou Neri.
Segundo o ministro, em todos os
extratos da população, a renda aumentou bastante, "em ritmo chinês", e
"isso está em completa dissonância com os dados das contas nacionais do
PIB”.
Marcelo
Neri atribuiu o avanço registrado pela Pnad ao forte crescimento do
mercado de trabalho, principalmente pelo aumento do salário e não tanto
pelo crescimento na ocupação, pois o país está vivendo quase um momento
de pleno emprego. “Houve uma melhora em termos de formalidade e mais
acesso a direitos trabalhistas. Fundamentalmente, é uma economia em que o
mercado de trabalho está descolado do crescimento do PIB. São dois
Brasis completamente diferentes.”
Outros fatores que contribuíram
para o bom momento da economia brasileira demonstrado na Pnad foram a
melhor distribuição de renda e os ganhos reais do salário mínimo,
destacou o ministro, que apontou nova queda na desigualdade: “de 2003
até 2011, tivemos um crescimento da renda na Pnad de 40,5% no acumulado.
E o PIB per capita cresceu 27,7% nesse período.”
O ministro
Marcelo Neri falou com a imprensa durante o 13º Encontro Nacional de
Estudos Estratégicos, promovido pela secretaria, em parceria com o
Ministério da Defesa. O evento foi na Escola de Comando e Estado-Maior
do Exército.
Está circulando na rede uma coluna do Renato Rovai que merece ser lida: Ei-la: Vamos conversar?
Renato Rovai
Caro senador Aécio Neves, imagino que o senhor não conheça este escriba
e talvez nem a Revista Fórum, apesar de a revista já circular há 12
anos e de eu ter lhe encontrado recentemente no Aeroporto de Congonhas.
Sentamos frente a frente no saguão e vossa excelência me olhou umas
quatro ou cinco vezes de soslaio. Eu fiz de conta que não percebia e me
mantive concentrado no tablet. Depois pegamos o mesmo ônibus que nos
levou ao avião. Íamos para o Rio de Janeiro. Aliás, parece que vossa
excelência gosta muito da capital carioca. Eu também sou fã. E se
tivesse as mesmas condições econômicas que o senhor não resistiria a
viver boa parte do meu tempo por lá. Mas o que me motiva a escrever este
post não é o Rio. E outra coisa.
Assisti a uma recente
inserção de TV do seu partido e vi que vossa excelência está aberta ao
diálogo. Diz algo assim: “Sou Aécio Neves, vamos conversar”. Achei ótima
a iniciativa. E por este simples blogue, lhe digo: “Sou o Renato Rovai e
aceito o convite”. Quero conversar com vossa excelência.
E
aproveito para lhe dizer que irei lhe enviar oficialmente essa
solicitação de conversa. Acho que vou falar em entrevista, porque talvez
a sua assessoria não entenda o espírito da coisa. Mas que fique claro,
será um bate-papo. Aliás, um papo reto (o senhor tem usado este termo)
transmitido pela web. No qual farei algumas perguntas sobre temas que me
parecem muito importantes. Na sequência, seguem alguns temas das
perguntas. Ah, claro, vou abrir para os internautas poderem falar com o
senhor. É assim que funciona na lógica do papo reto. As pessoas não
ficam com esse lenga-lenga do script televisivo, onde tudo é meio que
combinado antes. Por isso não posso lhe garantir que tratarei apenas dos
temas abaixo. Mas, confio no seu espírito democrático. E na sua boa
intenção e sinceridade ao nos convidar para conversar. E fazer um papo
reto.
PAUTAS PARA A CONVERSA.
- As privatizações no governo Fernando Henrique e o custo delas para o Brasil
- O mensalão tucano
- Supostos desvios de recursos da saúde no governo de Minas Gerais
- A investigação do cartel do metrô no governo de SP
- Os motivos que levaram o PSDB a ser contra o Bolsa Família no início do governo Lula
- Por que o PSDB é contra o Mais Médicos
- O silêncio da mídia mineira em relação ao governo de Minas,
denunciado como censura econômica por vários jornalistas e movimentos
sociais.
- Os motivos que lhe levaram a rejeitar a usar o bafômetro numa blitz no Rio de Janeiro.
- O que o senhor achou daquele texto em espaço editorial, assinado por
Mauro Chaves, no jornal O Estado de S. Paulo, cujo título era “Pó parar,
governador”.
- Qual a sua real opinião sobre o ex-governador
José Serra. É verdade que o senhor e ele têm dossiês impressionantes um
contra o outro?
Listei apenas 10 pontos iniciais. Mas como na
internet não há limite de tempo, podemos ficar horas conversando. Papo
reto, senador. Sem papas na língua. Que tal?
De Mino Carta, na sua "Carta Capital" em artigo intitulado "Uma capa resume tudo"
Outro injustiçado é José Genoino, que, segundo Veja, gargalha com o
voto de Celso de Mello. A malta não sabe que Genoino é um herói
brasileiro, esperançoso e iludido até as últimas consequências,
acreditou que o Araguaia seria a Sierra Maestra brasileira, e, ao lado
de 80 companheiros, lutou contra 10 mil soldados da ditadura. Torturado
brutalmente, ressurgido das cinzas, ainda espera que o Brasil deixe de
ser o país da casa-grande e da senzala. Ao contrário do que afirmam seus
inquisidores a pretendê-lo “mensaleiro”, não sabe onde cair morto, se
me permitem a linguagem rasteira.
Texto integral em:http://www.cartacapital.com.br/revista/768/uma-capa-resume-tudo-8663.html
Com
a sincronia infatigável dos ponteiros de um cuco, e uma notável
harmonia de enredo e afinação, paladinos dos interesses conservadores
vieram a público, na semana que finda, opor reparos à condução das
coisas no país. A perda de confiança no governo é o diapasão que afina o
conjunto. Que os indicadores da economia e os da confiança - a dos
eleitores, inclusive, como mostra o Ibope,com Dilma a vencer no 1º
turno-- desenhe uma curva inversa, pouco lhes importa. Importa-lhes,
acima de tudo, demolir um governo que, na sua ótica, trocou a ênfase nas
reformas neoliberais pelo intervencionismo econômico. ‘"Vamos ter de
nos reorganizar para restabelecer a confiança (do capital)", convocou
FHC em ordem unida ministrada a empresários mineiros, na quarta (25).
Na quinta (26), foi a vez de José Serra ir ao ponto. "O governo
decidiu, em 2010, implantar um modelo de partilha para novas
explorações no pré-sal, obrigando a Petrobrás a deter pelo menos 30% do
capital e criando uma nova estatal - Petrosal! que controla o comitê
gestor de cada campo', fuzilou, em tom exclamativo. O resumo da ópera
veio impresso na edição especial da revista The Economist, que seguiu
na mesma toada: ‘"Será que o Brasil estragou tudo?", pergunta a bíblia
neoliberal.
Eis o texto completo da matéria de Saul Leblon:
O cuco infatigável: Serra, FHC e Economist
Com a sincronia infatigável dos ponteiros de um
cuco, e uma notável harmonia de enredo e afinação, três paladinos dos
interesses conservadores vieram a público, na semana que finda, opor
reparos à condução das coisas no país.
A perda de confiança no governo é o diapasão que rege o conjunto.
Que
os indicadores da economia, os da confiança dos consumidores – a dos
eleitores, inclusive, mostra o Ibope, com Dilma a vencer no 1º turno--
desenhe uma curva inversa, pouco lhes importa.
Importa-lhes,
acima de tudo, desautorizar um governo que trocou a ênfase nas reformas
neoliberais pelo intervencionismo econômico.
‘"Vamos ter de nos
reorganizar para restabelecer a confiança", convocou FHC em ordem
unida ministrada a empresários mineiros, na quarta (25).
‘Quando
o Estado sufoca, ‘os que empreendem ficam com medo’, pontificou o
tucano, de longe um especialista na arte de encorajar o capital.
Na quinta (26),foi a vez de José Serra ir ao ponto.
“O governo decidiu, em 2010, implantar um modelo de partilha para
novas explorações no pré-sal, obrigando a Petrobrás a deter pelo menos
30% do capital e criando uma nova estatal - Petrosal! que controla o
comitê gestor de cada campo’, arrepiou-se em exclamativos, no seu artigo
no jornal ‘O Estado de SP’.
O resumo da ópera veio impresso
na edição especial da revista The Economist, que seguiu na mesma toada:
‘"Será que o Brasil estragou tudo?", pergunta a bíblia neoliberal para
oferecer suas respostas 14 págs.
Nenhuma dedicada à questão
essencial do desenvolvimento brasileiro nos dias que correm: o desafio
de recuperar a competitividade da indústria e inscreve-la na grade das
cadeias globais.
Nada que se resolva com a bala de prata da abertura radical do mercado, receitada como panaceia pelos cucos de bico longo.
Ao contrário até.
A
tarefa convoca um salto em tecnologia, coordenação do câmbio e
blindagem do país contra a volatilidade financeira internacional.
A rigor, recoloca na ordem do dia a questão do controle de capitais. (leia ‘A guerra da informação’; neste blog ).
Não é essa, contudo, a hierarquia das prioridades grasnadas por Serra, FHC ou a The Economist.
O
oposto que os mobiliza explica a inquebrantável disposição de frustrar
o modelo de partilha do pré-sal, cujo 1º leilão ocorrerá dia 21 de
outubro.
O que uma coisa tem a ver com a outra?
Para
entende-lo é importante conhecer melhor um regime regulatório, alvo, ao
mesmo tempo, da dureza crítica da esquerda e do mutirão do cuco
conservador.
Para encurtar etapas, basta ir direto ao anátema
que mereceu um exclamativo eriçado no artigo de Serra: a Pré-Sal
Petróleo S.A. (PPSA).
Trata-se da operadora estatal exclusiva de todos os campos do pré-sal.
Na
prática, exerce o papel equivalente ao da gerência de um projeto
público que tenha sua execução fatiada (por leilão) a agentes privados.
A estes, no caso, caberá prestar um serviço: a extração do petróleo.
Cujo dono continua sendo o país.
As relações da PPSA com as petroleiras serão tensas.
A estatal controlará toda contabilidade da exploração, incluindo-se o grau de eficiência das múltis, seus custos e lucros.
Para exercer seu poder de comando, terá o controle de metade das cadeiras do comitê gestor de cada campo.
Cabe ao comitê decidir, por exemplo, qual será o custo equivalente em barris da exploração do petróleo.
Fixado o parâmetro, define-se a sua contrapartida:o petróleo excedente (excedente do custo de exploração).
É
sobre esse ‘excedente’ que incide a parte do governo no volume total
extraído dos campos: a ‘partilha’ do pré-sal, que será, no mínimo, de
41,5% .
É esse, portanto, o lance mínimo do leilão que ocorrerá no dia 21 de outubro. Mas o objetivo é justamente forçar a competição para produzir lances maiores, com ofertas de partilha mais vantajosas ao país.
Há, ainda, os royalties, elevados de 10% para 15% por barril na regulação do pré-sal.
A PPSA controlará toda essa contabilidade.
Com poderes incontrastáveis.
Em caso de impasse no comitê gestor, ela detém o voto de Minerva.
Cabe-lhe, ademais, o poder de veto sobre decisões que possam ferir o interesse nacional.
Quais decisões?
Por
exemplo, controlar o ritmo da exploração; controlar o volume de
petróleo exportado; controlar o índice de nacionalização dos
equipamentos e encomendas requeridos em cada etapa do processo.
Esse
poder dosador dá ao Estado brasileiro a possibilidade de transformar o
ciclo do pré-sal num impulso industrializante gigantesco.
E de
características inéditas na história do desenvolvimento: reside aí o
vínculo com a disjuntiva que separa a visão progressista da receita
conservadora para os gargalos da industrialização brasileira.
A
singularidade mais relevante do modelo de partilha consiste em agregar
um estratégico espaço de planejamento à luta pela regeneração da
estrutura industrial do país.
A PPSA funciona como um pé de cabra que arromba a caixa preta introduzida pelo governo FHC na história do petróleo nacional.
A
perda de controle veio com a quebra do monopólio , em 1995, seguida da
sua operacionalidade, o regime de concessão, adotado em 1997.
Essa modalidade, ainda vigente em poços fora do pré-sal, faz da empresa exploradora a dona absoluta do óleo.
Mediante
pagamento de bônus de assinatura e royalties, petroleiras
internacionais se autorregulam (afinal, os mercados são autorreguláveis,
não?).
Compete-lhes, assim, definir seus próprios custos,
estabelecer o ritmo da exploração e exercer a prerrogativa sobre o
destino do óleo extraído.
No limite, podem exportar o ‘seu’ petróleo mesmo havendo escassez interna.
A
mudança introduzida no regime do pré-sal, se bem sucedida, sobretudo em
tonificar a estrutura industrial do país, provocará redefinições
sensíveis na disputa política e no imaginário social.
Pode regenerar a combalida imagem do interesse público como planejador e gestor direto do desenvolvimento da Nação.
Entende-se,
portanto, a inquietação do infatigável cuco encarregado de nos lembrar,
de hora em hora, de ciclo em ciclo, de crise em crise, que o Brasil não
sabe, o Brasil não deve e o Brasil não pode, sob quaisquer critério,
assumir o comando do seu próprio destino.
Nunca é suficiente
repetir: ‘assumir o comando do seu próprio destino’, era assim que Celso
Furtado definia a luta épica embutida na palavra 'desenvolvimento'.
'Santa', cubana chega a SP para Mais Médicos e chora em recepção
Médica Santa Ester Gonzales é formada em Havana e mestre em reabilitação e pediatria
A médica cubana Santa Ester Covas Gonzales vai trabalhar em Embu-Guaçu, na Grande São Paulo Foto: Marcelo Pereira / Terra
Thiago TufanoDireto de Embu-Guaçu
Uma das médicas cubanas que trabalhará no Programa Mais
Médicos do governo federal chegou à cidade de Embu-Guaçu, na Grande São
Paulo, e foi recepcionada nesta sexta-feira por cerca de 50 pessoas em
um restaurante do município. Santa Ester Covas Gonzales foi recebida com
um café da manhã completo e chegou a chorar no momento de seu breve
discurso. Bastante tímida, a cubana evitou falar a respeito das
polêmicas em torno do programa, como, por exemplo, a questão salarial.
Além de Santa Ester, como já ficou conhecida pelos que
participaram da recepção, outros dois médicos cubanos trabalharão no
Estado de São Paulo: um deles em Pedreira e o outro em Santo Antonio da
Posse, interior paulista.
Entre os que participaram do café da manhã, estavam o
prefeito de Embu-Guaçu, Clodoaldo Leite da Silva, o secretário da Saúde,
Ronaldo Bueno, funcionários da prefeitura e até padres. Aos párocos, a
médica fez um pedido e acabou se emocionando. "Estou agradecida demais.
Não esperava todas essas pessoas aqui. Quero agradecer ao povo
brasileiro. Meu nome é Santa. Padres, cuidem de mim", disse a cubana,
aplaudida e interrompida pelo choro.
Santa Ester chegou ao Brasil no dia 21 de agosto e ficou
em Brasília por cerca de 20 dias, onde estudou e se informou sobre o
programa do governo federal. Depois da estada na capital da República, a
médica esteve em São Paulo por três dias para, depois, chegar a
Embu-Guaçu. Ela trabalhará na Unidade Básica de Saúde Paulo Maneta, no
bairro Cipó.
Formada há 26 anos, Santa Ester é da capital cubana de
Havana, onde estudou e se especializou em medicina integral geral e se
tornou mestre em reabilitação e pediatria. "Posso ajudar em muitas
coisas", disse a cubana. Além disso, a médica passou por algumas missões
na Venezuela e no Paquistão - ela trabalhou com vítimas do terremoto
que devastou o país asiático em 2005.
"Foi muito difícil (no Paquistão). Ajudei muitas
pessoas. Foi uma experiência muito boa para a formação de qualquer
médico. Trabalhei com médicos de vários países", disse a cubana.
Apesar de já estar pronta para trabalhar, Santa Ester
terá que esperar o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM).
Enquanto isso, ela continuará se informando sobre a saúde no território
brasileiro. "Estou estudando os programas de saúde, a secretaria
municipal de saúde está me ajudando a conhecer as medicações, as leis
etc. Minhas mãos e minha vontade estão à disposição."
A médica cubana fez questão de elogiar o Mais Médicos e a
oportunidade de trabalhar no Brasil. "É uma experiência maravilhosa,
muito boa. Estou muito feliz por participar do Programa Mais Médicos.
Quero agradecer a muitas pessoas, principalmente à presidente Dilma
Rousseff e à secretaria municipal de saúde de Embu-Guaçu."
O prefeito da cidade paulista também agradeceu ao
governo federal e disse que ainda espera outros 13 médicos do programa
para trabalhar em Embu-Guaçu. "Quero me solidarizar com o Padilha (Alexandre, ministro da Saúde)
porque pela primeira vez existe um debate em cima da saúde no País.
Temos o benefício da discussão sobre o maior problema do Brasil. Sou
100% favorável à vinda dos estrangeiros, sejam de onde for. Importamos
todos os profissionais. Por que só não se importam médicos?", questionou
Clodoaldo da Silva.
Ele disse ainda que a cidade necessita de mais médicos,
assim como todo o País, e que a saúde em Embu-Guaçu é precária. "A
situação da saúde no município é precária, ainda mais nós, que estamos
distantes de São Paulo. Os médicos preferem trabalhar mais próximos de
suas casas, então temos dificuldades de trazer médicos. Mesmo assim,
aqueles que estão aqui chegam atrasados, têm que sair mais cedo, pois os
horários não batem", afirmou.
O secretário de Saúde Ronaldo Bueno também comemorou a
chegada da médica à cidade da Grande São Paulo e disse que a
administração municipal fará de tudo para que o Mais Médicos dê certo.
"É preciso levar médicos até a população. Acredito muito no programa,
gostaria muito que desse certo e estou empenhado para isso. O que o
município precisar, estamos dispostos a fazer. Estamos acomodando ela no
município. Ela tem dificuldade de comunicação, mas é tímida, está
distante da família, mas com o tempo isso será superado", disse Bueno.
Santa Ester está hospedada em um hotel em Embu-Guaçu,
mas a prefeitura está procurando uma casa para alugar, de preferência
que seja perto da UBS onde a cubana irá trabalhar.
É bem sabido por todos os telespectadores que os jornais e
informativos da GloboNews, emissora de TV paga das Organizações Globo
têm uma posição crítica exacerbada em relação ao governo federal e aos
partidos de esquerda em uma linha editorial criticável, embora não
ilegal.
Um fato no entanto começa a mudar essa tendência com a aproximação da
campanha eleitoral para a Presidência da República em 2014: a emissora
muda o viés de seu noticiário e dá os primeiros passos para transformar
seus informativos, ditos jornalísticos, em espaço de propaganda
política. E mais: um desses noticiários, o "Jornal das Dez", apresentado
por Mariana Godoy é a ponta de lança desse processo de envolvimento
político direto da emissora na campanha eleitoral e o faz com patrocínio
de uma empresa pública, a Petrobras.
Na edição desta quinta feira, dia 26, o comentarista de economia da emissora,
Carlos Alberto Sardenberg com o pretexto de comentar jornalisticamente a
publicação da revista britânica "The Economist" com capa e matéria
questionando a economia brasileira, afirmou textualmente que a matéria
da revista inglesa mostra que o Brasil só estará melhor "com outro
governo" seguindo-se com diatribes contra o atual governo e fazendo
clara apologia de troca de titulares da Presidência.
Até onde entendo, a fala do comentarista se insere não em análise
econômica, mas em clara referência política com partidarismo assumido
abertamente contrário à atual Presidente, em distorção jornalística que
fere os mais singelos princípios do exercício da profissão. E fere
também diretamente a Lei elitoral ao antecipar campanha política em
período vedado a isso.
E o pior dessa evidente campanha eleitoral é o fato de a Petrobras,
uma empresa pública, patrocinar propaganda política antecipada em época
não permitida por lei, favorecendo assim a prática de uma ilegalidade
que tem sido severamente punida pelos nossos tribunais até mesmo com
perda de mandato para alguns políticos eleitos que fixzeram uso desse
expediente.
Não importa se a propaganda é a favor de A ou B ou contra C
ou D. O que não é admissível é que uma empresa que pertence, pelo menos
teoricamente, ao povo brasileiro patrocine - seguramente com alto custo
e generosas verbas - propaganda eleitoral de quem quer que seja, não
importa se Dilma Rousseff, Aécio Neves, Marina Silva ou até mesmo do
pernambucano neto de Arraes.
Com a palavra a Sra. Graça Foster, atual presidente da Empresa, de
quem esperamos não as costumeiras lenga-lengas de "liberdade de
expressão" e coisas tais. Por brasileiro que já foi acionista da
Petrobras, protesto contra esse uso de verbas da companhia para
patrocinar candidaturas à Presidência da República, mesmo aquelas
travestidas de pseudo análises jornalísticas dos notórios "comentaristas
" e "especialistas" que se utilizam dos "jornais das dez" e dos demais
noticiários da emissora para levar campanha eleitoral às ruas e aos
desavisados telespectadores que não se dão conta da manipulação a que
são submetidos por tais "jornalistas econômicos" e seus colegas.
Com a palavra também a Sra. Ministra Carmem Lúcia, Presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, a quem também levo a denúncia de estar a
GloboNews a fazer propaganda político-eleitoral antecipada em seus
telejornais.
A revista britânica "o economista" sempre foi a voz e a palavra do deus mercado no país que inventou a especulação e sangria de países e povos para o enriquecimento de uma minoria de magnatas na City londrina e arredores. Foi bem copiada depois, quando "o império no qual o sol nunca se põe" ruiu, pela sua antiga colônia na América.
Pois não é que a revistinha agora deu para chorar a decadência do Reino!!!...
Não vamos perder noites e noites de sono por causa disso... O Miguel do Rosário no "O Cafezinho" e o "Tijolaço" do Fernando Brito mostram que não vale a pena perder nem meia hora de sono...
The Economist: abatendo o Cristo que está saindo de sua órbita?
26 de setembro de 2013 | 14:36
Publico, abaixo, post de meu companheiro Miguel do Rosário, em seu blog O Cafezinho,
sobre a próxima capa da revista The Economist, que – depois de um ano
de catastrofismo tupiniquim – resolveu aderir ao coro dos urubus. Não
sei se atrasada, não sei se mandada pelos “primos” americanos, ou mesmo
por estar de “bico” pelas petroleiras inglesas terem ficado fora de
Libra, a revista escolheu má hora para entrar no coral urubulino: justo
quando os sinais da atividade econômica começam a dar sinais mais fortes
de ascensão. Rosário, você vai ler, desmonta a história com dados e comparações. E
eu, assim que puder, volto ao tema para falar o que acho: eles não
ficam muito satisfeitos quando percebem que algum cristo tem a ousadia
de estar saindo de sua órbita e tomando seus rumos.
Resposta ao ataque da Economist ao Brasil
Miguel do Rosário Parece até brincadeira, mas a menos que seja uma barriga gigante do
UOL, a próxima capa da Economist representará um ataque frontal ao
Brasil. A mídia tupi, que sempre escondeu os inúmeros elogios que o
governo recebeu da mídia estrangeira, nos últimos dez anos, agora poderá
fazer o contrário. Jornal Nacional, Fantástico, capas, a diatribe da
revista britânica com certeza vai ganhar destaque em todos os meios. Então eu voltei lá na Economist, para ver o que tinha mudado. E deparei com o artigo principal da
última edição, O Ocidente Enfraquecido, um ridículo, desorientado e
desonesto libelo em favor de mais intervenções militares
norte-americanas no Oriente Médio, a começar pela Síria. A Economist, que sempre foi conservadora, deu uma guinada à
direita ainda mais forte nos últimos tempos. E deu fim à lua de mel com
países em desenvolvimento. Não é tão difícil entender, contudo. Segundo dados do Banco Mundial,
o fluxo crescente de investimentos estrangeiros diretos para o Brasil
desvia verbas que, até então, iam apenas para as grandes potências
ocidentais, a começar por EUA e Reino Unido. Confiram o gráfico abaixo. Observem que o Reino Unido, pátria-mãe
da Economist, sofreu violenta queda de seus investimentos produtivos, e
agora recebe menos dinheiro que o Brasil. Ou seja, a Economist pode
resmungar à vontade. Na hora de botar a mão no bolso e investir, o mundo
prefere o Brasil. Aliás, esse é um fator para o qual devemos olhar sempre, porque a
crise financeira do mundo desenvolvido está forçando seus governos a
adotarem medidas algo drásticas para interromperem o fluxo de recursos
para países emergentes, como o Brasil. Com o poder que eles detêm sobre
a informação, há sempre o risco de incitarem desordens aqui com
objetivo de fazer os investidores desistirem do Brasil e voltarem a
aplicar nas praças tradicionais, como Londres e Nova York. Segundo a consultoria ATKearney,
que há anos produz um índice de investimento estrangeiro direto (em
inglês, FDI, Foreign Direct Investment), o Brasil subiu várias posições
nos últimos anos, e hoje está em terceiro lugar no ranking global, atrás
apenas de EUA e China. A Inglaterra, por sua vez, tem perdido pontos, e
está hoje em oitavo lugar, após décadas entre os três primeiros.
A avaliação que a consultoria faz do Brasil é ultra-positiva: 40%
de razões para otimismo, contra apenas 10% para pessimismo. Os
investidores têm sido atraídos por nossa demografia espetacular (muitos
jovens em idade produtiva) e pelo aumento da renda dos trabalhadores. Em
2012, o investimento estrangeiro direto no Brasil, segundo a empresa,
foi de US$ 65,2 bilhões, só um pouquinho abaixo do recorde registrado no
ano anterior, de US$ 66,7 bilhões.Nesses primeiros dois anos do governo
Dilma, os investimentos estrangeiros diretos (ou seja, em produção; não
em especulação) foram os maiores da história. A Inglaterra também não pode chorar de barriga cheia. Recebeu US$ 62,7 bilhões de
investimentos estrangeiros diretos em 2012. Mas entende-se a
choradeira: em 2008, recebeu quase US$ 90 bilhões. A avaliação que a
ATKearney faz do Reino Unido, em matéria de atração aos investidores, é
menos positiva, porém, que a do Brasil: apenas 24% de razões positivas,
contra 13% negativas. Investimento Estrangeiro Direto – Gráfico Comparativo – Reino Unido e BrasilFonte: Banco Mundial. Alguém poderia também lembrar à Economist que o desemprego no
Brasil já está bem abaixo da taxa britânica. E a renda dos trabalhadores
brasileiros tem crescido regularmente, ao contrário do que acontece na
Inglaterra, onde tem caído. O Brasil ainda precisa avançar muito para
alcançar o nível de desenvolvimento da Inglaterra. Mas não podemos
perder de vista dois fatores:
As estatísticas mostram que estamos no caminho certo.
A história mostra que a Inglaterra sempre jogou contra o Brasil.
Desemprego no Reino Unido: Desemprego no Brasil: E já que a revista desenhou o Cristo Redentor caindo feito um
míssil sobre o Rio de Janeiro, o Cafezinho retribui com um contra-ataque
semiótico: uma bela foto da cidade maravilhosa. Última informação:
segundo o IBGE, o desemprego na região metropolitana do Rio, em agosto, ficou em 4,5%, o menor da história da nossa cidade!
Por: Fernando Brito
**** E para completar aí está a matéria sobre o mesmo assunto, publicada no "Diário do Centro do Mundo":
Nem o aplauso ajudou e nem a crítica vai prejudicar
Uma das primeiras coisas que aprendi ao chegar a Londres, em 2009, é
que ninguém dá a menor bola para a Economist. A revista, idolatrada no
Brasil, é simplesmente ignorada em sua terra. Ninguém fala nela. Você não encontra no metrô ou no ônibus gente a
lendo. Jornalistas de primeira linha não trabalham nela – mas na BBC, no
Guardian, no Times, ou mesmo em tabloides como o Sun. A Economist, de
certa forma, é hoje uma invenção brasileira. Rio comigo mesmo quando vejo, como agora, a repercussão intensa de alguma reportagem da Economist sobre o Brasil. É uma prova de imensa caipirice nacional. Lembro uma vez em que fui a
Rio Claro, no interior de São Paulo, quando dirigia a Exame. Fui nota
na coluna social do principal jornal da cidade, e fui tratado como um
Platão. Só para minha mãe, ou talvez nem para ela, eu fazia jus a tanta
deferência. É mais ou menos o que os brasileiros fazem com a Economist, e com outros títulos como o Financial Times. A Economist não consegue resolver seus próprios problemas, nem os da
sua Inglaterra, e mesmo assim tem a pretensão de resolver os problemas
da humanidade. É professoral, como os editoriais do Estadão também são, só que não
existem entre os britânicos alunos dispostos a levá-la a sério. A revista vai minguando, e minguando, e minguando na Era Digital,
para a qual não encontrou resposta, talvez por estar demasiadamente
entretida em salvar o mundo. Mas, no apogeu da desimportância, não perde
a pose. O Brasil terá chegado à maturidade quando reagir às lições da
Economist — e do FT, ou de quem for – da seguinte maneira: ignorando-as.
Sobre o Autor
O
jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor
editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.