O tema "médicos para o Brasil" teima em não sair da pauta. Para um país que deixou de formar médicos para dar diploma a técnicos em medicina, os especialistas que nada entendem a não ser de sua especialidade - como, por exemplo, ortopedista, oftalmologista, endocrinologista, cardiologista, pneumologista, oncologista e por aí vai... - vem bem a calhar matéria que o Fernando Brito assina no "Tijolaço":
Médico público bem pago é ficção?
Não tenho a menor simpatia pela ONG Viva Rio, a qual nunca vi agir ou falar contra a criminalização da pobreza, o lado mais odioso do discurso da segurança pública.Por: Fernando Brito
Muito menos concordo que serviços públicos de saúde sejam operados por ONGs, empresas ou mesmo por “cooperativas” que, não raro, encobrem interesses empresariais.
Mas acho útil reproduzir o anúncio aí de cima, publicado em 7 de junto – muito antes, portanto, de eclodir a polêmica generalizada sobre a contratação, aqui e lá fora, de médicos para atuar em regiões remotas e periferias urbanas.
O programa, uma parceria da qual não conheço detalhes ou repasses de verbas e que, no site, não informa o número de vagas disponíveis, oferece salários de até R$ 18 mil a médicos interessados em trabalhar no Programa de Saúde da Família da prefeitura carioca.
E médicos jovens, dos quais nem se requer especialização.
Não creio que seja uma iniciativa ainda massiva, porque implicaria, numa cidade como o Rio de Janeiro, em milhares de médicos e unidades de atendimento primário.
Mas, mesmo pontual, pode ser de grande valia em áreas de favelas e outras comunidades extremamente pobres e desassistidas.
Publico porque é a prova de que – repito, não sei de detalhes e extensão – é possível remunerar bem aos médicos e ainda melhor àqueles que se disponham a trabalhar em comunidades mais carentes de seus serviços.
Acho que da forma errada, por um processo errado de renegar o serviço público à dependência de entidades privadas(embora ONGs), mas com o mérito de dar um exemplo positivo de que a valorização do profissional médico e dos demais profissionais que a seu lado atua nas equipes de saúde é possível e precisa acontecer.