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segunda-feira, 10 de junho de 2013




Um fio de esperança...



Há muito tempo há uma preocupação da sociedade mais esclarecida no País com a composição e formação das nossas Forças Armadas que têm na sua origem o domínio de verdadeiras castas de oficiais originários de famílias ricas e tradicionais e de filhos de militares na perpetuação de um "pensamento único" ligado às elites do Brasil de antanho, repetindo o que acontecia no Brasil Colônia, no Império e e nos primórdios da República. 

O crescimento da escolaridade e da educação das classes mais pobres ocorrido nos últimos dez anos, parece mudar esse padrão. 

É o que aponta estudo e estatística divulgado pela AMAM - Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende (RJ): 

Em 1998, 51,3% dos alunos da Aman eram filhos de militares. No ano passado, eram 45. Os filhos de civis chegaram a ser 78,1% em 2007, depois de extinta a obrigatoriedade de reserva de vagas para descendentes de militares. A participação de cadetes com famílias de renda entre 6 e 10 salários mínimos caiu de 47% em 2007 para 44,8% em 2011, enquanto houve um aumento de 21,1% para 23% dos oriundos de famílias com renda entre 2 e 5 salários mínimos.

Uma das explicações para essa nova caracterização de candidatos à vida de quartel é a busca de segurança financeira -, a carreira militar oferece estabilidade por muitos anos -, além de benefícios exclusivos, pessoais e familiares, inclusive de moradia. A origem geográfica reflete, de certo modo, o fator renda. Há décadas os cadetes da Aman são, em grande maioria, do Sudeste, mas a dimensão desse predomínio tem mudado: em 2007, os nordestinos eram 17,57%; hoje, são 32,99%.