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segunda-feira, 10 de junho de 2013

À deriva... mesmo!



Uma boa análise da Agência Carta Maior sobre o caminho da grande mídia no país e no qual o diagnóstico final é que jornalões e noticiário de TV estão à deriva, com porões cheios a ponto de naufragar. Na foto a P-36 plataforma da Petrobrax pouco antes de afundar durante o governo FHC em março de 2001


          DE COSTAS PARA O BRASIL



O colapso da mídia conservadora chegou antes da falência do país, vaticinada há mais de uma década pelo seu jornalismo. Estadão, Abril, Folha, Valor lideram a deriva de uma frota experiente na arte de sentenciar vereditos inapeláveis sobre o rumo da Nação, enquanto o seu próprio vai à pique. As corporações que fazem água nesse momento não são entes genéricos; não praticam qualquer  jornalismo; não reportam qualquer país, tampouco adernam num ambiente atemporal. Uma singularidade precisa ser reposta: o jornalismo dominante virou as costas ao país. Se a tecnologia envelheceu o suporte, o conservadorismo esférico mumificou a pauta. A saturação da narrativa antecedeu o esgotamento do meio. Ao ocupar diariamente suas páginas com a  reprodução da mesma
matéria, as corporações contraíram um  vírus fatal ao seu negócio: o bacilo da previsibilidade. Há quanto tempo as manchetes, colunas e reportagens disparadas do bunker dos Frias deixaram de surpreender o leitor? Existe algum motivo para ler amanhã um jornal que hoje tem a frase seguinte antecipada na anterior? E na anterior da anterior e assim sucessivamente? O golpe de misericórdia tecnológico,no caso brasileiro, talvez seja apenas isso. Uma gota d'água adicional em um galeão perfurado de morte pelos próprios artefatos. O naufrágio serve também de alerta à comunicação progressista.