Uuuufffffaaa..Uma boa notícia!
No meio do baixo astral que cerca o noticiário sobre o governo, o Blog "O Cafezinho" publica um texto que é um alento neste fim de feriado. Alguém mostra que as coisas não andam tão ruins como parecem. Isso se considerarmos que pouca gente vai ver a cara do Zé Serra na propaganda eleitoral da tucanada hoje à noite.
Por conta disso, já preveni minhas netas para que não fiquem na sala... E agora estou refazendo o alento com este texto do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos que tem uma frase santa: ..."das 50 maiores obras em andamento no planeta 14 estão sendo realizadas no Brasil.."
Vale a pena ler:
As revoluções simultâneas de Dilma Rousseff
Enviado por Miguel do Rosário
on 30/05/2013 – 5:30 am
12 comentários
(Desenho de Juliano Guilherme n.7. David e Golias. Coleção Cadernos)
Santos vai na contramão de todas as análises pessimistas e identifica
no presente uma série de transformações em curso, muitas das quais
silenciosas, mas todas profundas e reais.
O tempo das revoluções simultâneas
Por Wanderley Guilherme dos Santos, cientista político.
A Lei de Responsabilidade Fiscal de Fernando Henrique Cardoso foi um
dos últimos atos da república oligárquica brasileira, atenta à
estabilidade da moeda e fiadora de contratos. Necessária, sem dúvida,
mas Campos Sales, se vivo, aplaudiria de pé em nome dos oligarcas. Mas
já não ficaria tão satisfeito com que o veio a seguir. Depois de
promover drástica rearrumação nas prioridades de governo, o presidente
Lula instaurou no país uma trajetória de crescimento via promoção social
deixando para trás, definitivamente, a memória de Campos Sales e de
seus rebentos tardios. Milhões de famílias secularmente atreladas às
sobras do universo econômico foram a ele integradas como ativos atores e
consumidores. Desde agora, para desgosto de alguns e expectativa de
todos os demais, a história do Brasil não se fará sem o concurso
participante do trabalho e das preferências desse novo agregado a que
chamamos de povo.
Com Dilma Rousseff instalou-se a desordem criadora, aquela que não
deixa sossegada nenhuma rotina nem contradição escondida. Não há talvez
sequer um segmento da economia, dos desvãos sociais e das filigranas
institucionais que não esteja sendo desafiado e submetido a
transformação. Da assistência universal à população, reiterando e
expandindo a trilha inaugurada por Lula, à reformulação dos marcos
legais do crescimento econômico, à organização da concorrência, à
multiplicação dos canais de troca com o exterior, ao financiamento
maiúsculo da produção, aos inéditos programas de investimento submetidos
à iniciativa privada, a sacudidela na identidade nacional alcança de
norte a sul. A cada mês de governo parece que sucessivas bandeiras da
oposição tradicional tornam-se obsoletas. Já eram.
O tempo é de revoluções simultâneas, cada qual com seu ritmo e
exigências específicas, o que provoca inevitáveis desencontros de
trajetos. Uma usina geradora de energia repercute na demanda por vários
serviços, insumos, mão de obra, criando pressões, tensões, balbúrdias.
Li em Carta Maior (9/4/13) que a Associação Brasileira de Tecnologia
para Equipamentos e Manutenção informa que, no Brasil, convivem hoje
12.600 obras em andamento e agendadas até 2016. Ainda segundo a mesma
fonte, das 50 maiores obras em execução no planeta, 14 estão sendo
realizadas no país. Claro que os leitores não serão informados pela
mídia tradicional. A monumental transformação do país, que não precisa
apenas crescer, mas descontar enorme atraso histórico, produz
entrechoques das dinâmicas mais díspares, o que surge, na superfície,
como desordem conjuntural. É, contudo, indicador mais do que benigno.
Mas disso os leitores só são informados em reportagens e manchetes
denunciando o que estaria sendo o atual desgoverno do país. Qual…
Os melhores informativos do estado geral da nação encontram-se nos
portais do IBGE, do IPEA e afins. Os antigos jornalões apequenaram-se.
São, hoje, nanicos.
Wanderley Guilherme dos Santos é cientista político. Ás quintas, publica a coluna Cafezinho com Wanderley Guilherme.