Desânimo...
O governo Dilma está nos dando, a nós que o defendemos aqui na Rede, um enorme desânimo... De nada nos adianta gritar, espernear,denunciar, protestar, enquanto, olimpicamente, a própria Presidente e seus ministros e toda a estrutura de governo se põem a serviço da oposição.
São visitas sorridentes à Folha, elogios aos Civitas, submissão à Globo, escamoteamento do controle da mídia, posições dúbias de ministros como Cardoso, Bernardo e outros, aumento da Selic, trapalhadas na Caixa, indiferença ao fisiologismo do PMDB e por aí afora...
Vale a pena transcrever postagem do Blog do Miro, de Altamiro Borges, a propósito desse clima:
A covarde decisão do Banco Central
Por Altamiro Borges
A oligarquia financeira e a mídia rentista venceram mais uma batalha. Já o governo Dilma, acovardado e acuado, perdeu mais um ponto da luta de ideias na sociedade. Pela segunda vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (29) o aumento da taxa básica de juros, a Selic. A "calunista" Miriam Leite, a urobóloga das Organizações Globo, havia apostado numa alta de 0,25%. Mas o BC foi ainda mais generoso com os rentistas e aumentou os juros em 0,5%. Os maiores perdedores desta contenda, como sempre, são os trabalhadores e o povo brasileiro.
A oligarquia financeira e a mídia rentista venceram mais uma batalha. Já o governo Dilma, acovardado e acuado, perdeu mais um ponto da luta de ideias na sociedade. Pela segunda vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (29) o aumento da taxa básica de juros, a Selic. A "calunista" Miriam Leite, a urobóloga das Organizações Globo, havia apostado numa alta de 0,25%. Mas o BC foi ainda mais generoso com os rentistas e aumentou os juros em 0,5%. Os maiores perdedores desta contenda, como sempre, são os trabalhadores e o povo brasileiro.
A decisão de elevar os juros agradou os rentistas e
desagradou os setores produtivos da sociedade. Até a Confederação
Nacional das Indústrias (CNI) soltou uma dura nota de crítica à medida.
"Como acaba de mostrar o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no
primeiro trimestre, a indústria permanece estagnada. Segundo a CNI,
neste cenário, o aumento nos juros é ainda mais prejudicial ao setor,
justamente o de maior capacidade de recuperação e de contribuição à
retomada da economia. Sem uma participação expressiva da indústria, o
país cresce pouco... Para a CNI, a elevação isolada dos juros não é a
melhor forma de enfrentar essa equação, porque prejudica a expansão dos
investimentos e dificulta o aumento da oferta".
Entre os trabalhadores, os mais afetados pelo aumento dos juros - com
seus efeitos deletérios na geração de emprego e renda -, as críticas
foram ainda mais incisivas. "A elevação da Selic pela segunda vez
seguida no ano é um desastre do ponto de vista econômico e social. Não
existe a ameaça de descontrole inflacionário e a decisão do BC vai frear
ainda mais o ritmo do crescimento econômico, a expansão do crédito, o
fortalecimento da produção e do consumo e a geração de empregos”, afirma
o presidente da Confederação dos Trabalhadores no Sistema Financeiro
(Contraf), Carlos Cordeiro.
Para Wagner Gomes, presidente da Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), a medida é um verdadeiro desastre. "A
elevação da taxa básica de juros para 8% está na contramão dos
interesses de uma nação que anseia pelo desenvolvimento. O Brasil
precisa crescer. Mas a alta dos juros conspira contra esta necessidade e
fortalece as tendências de estagnação do PIB, que avançou apenas 0,6%
no primeiro trimestre e tende a repetir um desempenho medíocre em 2013".
O sindicalista ainda refuta a campanha midiática para defender a alta
dos juros. "A inflação é apontada como justificativa para a decisão do
Copom. O pretexto não convence num momento em que os preços das
mercadorias, a começar pelos alimentos, estão desacelerando. Mas já não é
segredo para ninguém que a alta dos juros vai ao encontro dos
interesses dominantes no sistema financeiro... Os banqueiros e grandes
credores ganham bilhões a cada momento em que a Selic sobe. Percebe-se a
persistente pressão pela alta das taxas de juros e spread nas análises
dos porta-vozes 'autorizados' do mercado veiculadas na mídia burguesa.
Estes não se cansam de agitar o fantasma da inflação e alardear a
necessidade de juros mais altos, bem como protestar contra a suposta
falta de autonomia do Banco Central quando este adota uma orientação que
contraria a vontade dos rentistas”.
***
Acho que vale agora uma pergunta: Até quando???