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sábado, 4 de junho de 2016

E o general mandou marmita para Dilma...

Na sequência de arbitrariedades cometidas pelo "governo" Temer e seu Gabinete de Segurança Institucional, sob o comando do new-gorila Sérgio Etchegoyen, depois de impedir visitas à Presidente da República eleita por 54 milhões de votos, afastada temporariamente do governo enquanto durar o processo de seu impedimento e ainda com todos os direitos garantidos pela Constituição, vieram outras medidas para criar uma aura de "prisão" em torno da Chefe de Governo. 

Suspenderam o direito de deslocamento da Presidente e seus seguranças em aviões da FAB, exceto na rota Brasília-Porto Alegre, sem qualquer justificativa para o ato. 

Hoje, os jornais noticiam que Temer e Etchegoyen decidiram cortar o fornecimento de alimentos ao Palácio do Planalto. 

Amanhã, possivelmente, vão determinar o corte de fornecimento de luz e água ao Palácio. 

Já circula na rede um "meme" improvisado mostrando a chegada de uma quentinha ao Alvorada



E o Diário do Centro do Mundo comenta o assunto: 


A mesquinharia infinita de Temer ao negar comida a Dilma. Por Paulo Nogueira


 
 
Monstro moral
Monstro moral

Nada como o poder para revelar a alma de alguém.

Considere Temer.

Ele mandou interromper a comida para Dilma e assessores no Palácio do Alvorada, conforme conta a Folha neste sábado.

A informação foi confirmada pelo Planalto. Depois, provavelmente por receio da repercussão, Temer devolveu a comida a Dilma.

Isso se chama mesquinharia, ruindade, canalhice.

Enquanto Temer se arrastou na obscuridade da vida política, estes traços eram desconhecidos. Bastou, aos 75 anos, chegar ao poder, ainda que pelas portas dos fundos, para que seu caráter se revelasse na imensidão do abismo moral.

Entende-se agora por que numa conversa gravada um íntimo de Temer disse que ele é homem de Cunha.

Ele já vinha numa escalada.

Uma de suas primeiras providências quando aparelhou a EBC com um pau mandado de Cunha, Laerte Rimoli, foi proibir o uso da palavra presidenta. Foi uma demonstração soberba de pequenez infinita.
(Na EBC, foi lindo ver justiça devolver a EBC ao jornalista Ricardo Melo, tirado de lá irregularmente por Temer. Tão bonito quanto isso foi ver a remoção de Rimoli, um pseudojornalista formado pelo que há de mais sórdido: a escola Globo e a escola Cunha. Na Câmara, onde dirigiu sob Cunha a tevê dos deputados, Rimoli censurou descaradamente progressistas que criticavam seu chefe.)

São conhecidas, fora tudo, as dificuldades que Temer impõe a quem queira visitar Dilma em seu refúgio. Mesmo assim, senadores como Cristovam Buarque e Romário superaram as barreiras e foram conversar com ela, nos últimos dias. Caso os dois mudem de voto, conforme se especula, Dilma estará perto da vitória na votação final do Senado.

Temer, com suas mesóclises obsoletas e sua inexcedível capacidade de recrutar corruptos para seu ministério de notáveis, parece no Planalto um cadáver que já vai cheirando mal.

Há que enterrá-lo e devolver o poder a quem de direito — a candidata que levou 54 milhões de votos há muito pouco tempo, e a quem Temer negou comida.