Quam diu etiam furor iste tuus eludet?
Quem ad finem sese effrenata iactabit audacia?
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O tempora, o mores!
Com estes versos, o cônsul romano Marco Tulio Cícero em 63 a. C. denunciou em quatro discursos, dois deles diante do Senado Romano o rico Catilina, filho de família nobre, juntamente com seus seguidores
subversivos, planejava derrubar o governo republicano para obter
riquezas e poder...
2079 anos depois, no Brasil, as frase de Cícero soam atuais, especialmente depois que o sr. Gilmar Mendes, investido nas funções de Ministro do Supremo Tribunal Federal vem a público para debochar da Presidente Dilma Rousseff numa clara afronta não apenas à chefe de governo, mas a toda a população que espera de seus juízes a moderação, o cuidado e a isenção. Gilmar Mendes, segundo o site Brasil 247 hoje foi além do limite como se vê neste texto:
247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, ironizou nesta terça-feira 10 o recurso apresentado nesta tarde pelo ministro José Eduardo Cardozo, da Advocacia Geral da União (AGU), contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff."Ah, eles podem ir para o céu, o papa ou o diabo", disse Gilmar, quando questionado sobre a ação.O ministro também ironizou a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de ter anulado o impeachment e depois voltado atrás em sua decisão."É interessante, né (risos)? Hoje eu vi uma notícia dizendo que isso (a decisão) foi regado a muita pinga, vinho. Isso até explica um pouco, né? É, tá muito engraçado isso. Estranho, né? Muito estranho", comentou.
E sabido publicamente tratar-se de uma pessoa acostumada ao coronelismo vigente em sua cidade natal, Diamantino, em Mato Grosso, onde demonstra seu poder cercando-se de capangas como afirmou e não foi desmentido o ex-ministro Joaquim Barbosa. Pistoleiro, como o acusam em sua terra, Gilmar perdeu todo o senso e todo o decoro que deve pautar o comportamento público de um magistrado.
Valem para ele os versos de Cícero nesta tradução e em todas as suas letras:
Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?
Por quanto tempo a tua loucura há de zombar de nós?
A que extremos se há de precipitar a tua desenfreada audácia?
Nem a guarda do Palatino,
nem a ronda noturna da cidade,
nem o temor do povo,
nem a afluência de todos os homens de bem,
nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado,
nem a expressão do voto destas pessoas, nada disto conseguiu perturbar-te?
Não te dás conta que os teus planos foram descobertos?
Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem?
Quem, dentre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, onde estiveste, com quem te encontraste, que decisão tomaste?
Oh tempos, oh costumes!