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quarta-feira, 11 de maio de 2016

Assistindo o golpe... Haja estômago!!!

Sem paciência e disposição para assistir às "justificativas" do golpe pela TV, valho-me de narrativa de Francisco Costa em sua página no Facebook onde ele analisa o que foi dito até agora por "Suas Excrecências", os Senadores (???) 

E de dar náusea, isso tenho certeza. 


VÃO ENGANAR O CARAI, EXCELÊNCIAS

De plantão diante do televisor, estou acompanhando atentamente a cada um dos pronunciamentos dos senadores, e vou percebendo “coincidências” que não são coincidências, mas uma linha que se repete, muito provavelmente por orientação de marqueteiros.

A primeira delas, presente em todos os discursos, é a do tirar o corpo fora, afirmando que a decisão do impeachment foi do povo nas ruas, ao qual o parlamento se submeteu.

Isso tem função dupla: a primeira é a preocupação com a história: sabem-se golpistas e isso os incomoda, então não assumem.

A segunda é a da política do convencimento: é preciso fazer o povo crer que quer isso, que o golpe não é uma manobra da elite dependurada nos tribunais, dos empresários reclamando maiores lucros, da potência hegemônica preocupada com a destinação do nosso minério e nosso petróleo, preocupada com o Brics.

Outra argumentação que se repete, e que chamarei de vaselina perfumada, é a constante afirmação de que a situação atual exigirá uma grande dose de sacrifício “de todos”, um bem planejado preparo para o estupro que vem aí.

Se um ou outro senador tivesse se referido a isso, seria uma casualidade, uma coincidência, mas todos – e eu disse todos, bateram nessas teclas, nos mostrando que há uma articulação por trás de tudo.

A demagogia campeia, sem o menor pudor: acusam a presidente Dilma de prejudicar o aposentado, sem dizer que o programa Ponte Para o Futuro desvincula o salário mínimo das pensões e aposentadorias, para que os nossos velhos voltem a receber parcelas do salário mínimo; fingem valorizar a educação e o professor, omitindo que há planos de privatizar a educação e acabar com o piso nacional dos professores; criticam a corrupção, escondendo que dos 14 ministros já escolhidos por Renan, 7 respondem a processos de corrupção...

É uma feira de hipocrisia, para todos os gostos.

O momento baixo, o mais baixo, no entanto, ficou por conta do gangster Magno Malta.
Não consigo assistir a um culto pentecostal, por muitos motivos, mas o principal deles está nos pastores, com a eloquências dos berros e gritos, para esconder o vazio de argumentos, o discorrer sobre o amor com ódio, o navegar sobre utopias com a pedagogia do que aconselha a retardados mentais, incapazes de juntar atos e fatos, as intenções mascaradas.

Pois Magno Malta foi esse momento baixo, repetindo o circo que assistimos na Câmara dos Deputados.
Há que se ter estômago, mas sou masoquista, continuarei ouvindo.

Francisco Costa
Rio, 11/05/2016.