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sexta-feira, 22 de abril de 2016

O risco do retrocesso

Uma das vozes mais abalizadas e sensatas na análise do quadro nacional está na figura respeitável do Embaixador Samuel Pinheiro Gonçalves, um servidos do estado com carreira notável no Itamaraty e sempre um analista arguto. 

Em entrevista publicada pelo pelo Portal da Rede Brasil Atual ele resume em algumas frases o que pensa sobre o atual momento político. 


Zanone Fraissat / Folhapress
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Guimarães: “Vamos ter uma revogação do voto popular e novas privatizações, mas não dizem isso claramente"


Diz Samuel: 

  • "O processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no Congresso, atinge não apenas a Presidência da República, mas o  país e a sociedade. Eu acho que vivemos um momento de tentativa de retrocesso, de volta ao passado, em todos os sentidos”.

  • Com o prosseguimento do processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer nas eleições de 2014, e mais o andamento do impeachment no Senado, Guimarães ele afirma que “o TSE pode levar a uma impugnação da chapa e a uma eleição indireta no Congresso entre o fim do ano e o início de 2017.

  • “Vamos ter uma revogação de todo o voto popular brasileiro e novas privatizações, mas não dizem isso claramente. Querem a Petrobras, BNDES, a Caixa Econômica e assim por diante”, diz o embaixador, que critica as propostas que os conservadores, aglutinados em torno do nome do vice-presidente, Michel Temer, estão defendendo para o país.

  • “Na economia, tem as propostas de um programa neoliberal de redução do Estado, de redução dos programas sociais, do poder de fiscalização do Estado, o que já permitiu o desastre de Mariana”, afirma, referindo-se à tragédia ocorrida no ano passado em Minas Gerais “E agora, a redução de programas de saúde e educação; vemos um retrocesso grande no programa proposto pelo PMDB. E uma cisão com a legislação trabalhista. Traz a redução de impostos para o capital, que é algo extraordinário”.

  • O embaixador classifica o golpe em marcha como um processo “concertado”, no sentido de que envolve também a Justiça, além do Parlamento. E cita como exemplo a postura do Supremo Tribunal Federal (STF), que adiou a sessão que vai analisar a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil.