Um texto publicado no site de Luís Nassif assinado por Fernando Reis, diretor do "Jornal do Algarve", mostra que nos tornamos razão de piada em Portugal, invertendo uma tendência brasileira de depreciar a "terrinha", como chamámos por vezes a antiga sede da Colônia.
Agora é o Brasil que faz papel lamentável e a oposição ainda acha que ninguém lá fora percebe o que acontece no País.
Do artigo tiramos este trecho bem claro dessa avaliação depreciativa:
"E o mais lamentável é que quase não ouvimos um argumento válido para justificar o processo de afastamento da presidente, pelo simples facto de que ela, efectivamente, não cometeu nenhum crime de responsabilidade, mas tão só uma manobra contabilística, como fazem muitos governos de outros Estados brasileiros e até mesmo muitos executivos, em Portugal e na União Europeia, transitando resultados e operações financeiras de um ano para o outro, para iludir o déficit.
E, sem crime, este afastamento de Dilma, à luz da constituição brasileira e aos olhos da comunidade internacional, não passa, de facto, de um golpe de Estado.
Mas o surrealismo deste processo é de tal ordem, que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha e Michel Temer, que se perfila para tomar o lugar de Dilma, estão eles, sim, indiciados por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e várias dezenas dos deputados que votaram a favor do impeachment estão também acusados de crimes de corrupção.
Até parece anedota mas não é. Uma deputada que declarou votar em nome da competência e honestidade do marido, um governante de Minas Gerais, tomou depois conhecimento, que o marido tinha sido detido, no dia seguinte, por alegados crimes de corrupção."
O texto completo está aqui:
http://jornalggn.com.br/noticia/as-diferencas-entre-o-parlamento-em-portugal-e-no-brasil-por-fernando-reis