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quarta-feira, 30 de julho de 2014

Isso é jornalismo???

Um manual de desinformação

Por Maximiliam Klimberger

O uso de um manual sobre as formas de minimizar o noticiário sobre as ações de Israel contra os árabes circula na mídia norte-americana e foi, no último dia 29, tema de postagem, no Portal Luís Nassif Online. 


Diante da publicação, o jornalista Maximilam Klimberger publicou o seguinte comentário ao fato: 

"O uso desse tipo de manual já não é dirigido apenas à mídia norte-americana ou européia. Ele já é aplicado aqui no Brasil de uma forma aberta e sem cerimônia, pelo menos em um canal noticioso da TV paga: a Globonews. 

Hoje, por exemplo, na edição do "Jornal das 18h", a apresentadora Leilane Neubarth chegou ao absurdo de mudar uma declaração do líder do Hamas atualmente exilado, Khaled Meshaal, que entrevistado afirmou que a luta do Hamas era contra os colonos judeus que ocupavam território palestino e não contra Israel, o Estado judeu. 

Falando em seguida, por três vezes, Leilane mudou a declaração do líder palestino, afirmando que ele dissera que todos os israelenses era colonos e, portanto, chegando à absurda conclusão de que todo o Estado de Israel era reivindicado pelo árabes. 

Por seu sobrenome, Leilane parece ser judia, como judias são diversas outras repórteres e correspondentes da emissora paga das Organizações Globo. Uma delas, a correspondente em Israel, Daniela Kresch Shahar, já esteve envolvida em polêmica com delcrações anti-Palestina e foi acusada de sionista. 

Essas moças, boas profissionais por sinal, usam e abusam da cartilha de que fala esta postagem nas notícias sobre Israel e Palestinos, mostrando piedade para com os árabes, mas sempre cercada da necessária ressalva de que Israel "pratica seu direito a auto-defesa". 

Pelo visto, continuamos sendo manipulados como há muito tempo. Desde os anos 60 do século passado, quando os "Latin americans desks" tanto da UPI (United Press International) quando da AP (Associated Press), por exemplo, eram chefiados por jovens e competentes jornalistas judeus que sempre direcionaram noticiário dessas agências em tudo favorável a Israel, a Terra Prometida em luta com os loucos árabes.

O manualzinho está funcionando a todo vapor, como funcionam em toda a grande mídia brasileira as "pautas negativas" que dominam o noticiário sobre o Brasil."

Hoje, no mesmo Portal está a seguinte matéria sobre jornalismo engajado pró matança de Israel em Gaza:  


Israel e o nazijornalismo ocidental, 

por Fábio de Oliveira Ribeiro 
 



Durante sua devastadora campanha aérea contra a Sérvia, a OTAN e os EUA bombardearam estações de TV e de rádio que existiam no país. A justificativa dada para atacar alvos civis foi absoltamente singela: as empresas de comunicação ajudavam a sustentar o regime infame de Radovan Karadžić que estava movendo uma guerra de conquista territorial mediante limpeza étnica. 

Gaza tem sido diariamente bombardeada por Israel. Mais de mil de civis foram mortos, centenas de crianças inocentes tiveram suas vidas ceifadas em virtude de terem cometido apenas um crime: nascer em Gaza de pais palestinos. 

A Reuters e outras fábricas de consenso que ajudam a formatar a opinião global sobre o conflito geralmente justificam o "ponto de vista" israelense. Quando não minimizam as baixas entre civis palestinos dizendo que os mortos e mutilados são "danos colaterais", os jornalistas culpam o Hamas por ter atacado Israel autorizando o país a contra-atacar. 

Os dois lados são tratados como se fossem iguais, muito embora Israel tenha centenas de aviões e tanques de guerra e Gaza não tenha nem mesmo armamentos para repelir os sofisticados e devastadores ataques mecanizados israelenses. 

Apenas para exemplificar o modo de operar dos jornalistas brasileiras em favor de Israel citarei o caso do Jornal da Gazeta. Hoje o telejornal informou que bombas de israelenses caíram numa usina de energia elétrica de Gaza deixando os palestinos sem eletricidade. 

Disse também que o Hamas disparou mísseis contra alvos em Israel. O foco da matéria em relação aos palestinos foi a intenção do Hamas (chamado de grupo terrorista) de atingir alvos israelenses, mas a intenção de Israel de deixar quase toda população de Gaza sem eletricidade é disfarçada pelo discurso jornalístico. 

Ao dizer que "bombas israelenses caíram" na usina de energia o Jornal da Gazeta sugeriu ao respeitável público que isto pode ter ocorrido por acidente (o que evidentemente é um absurdo, pois Israel está usando armamentos precisos e sofisticados made in USA). O jornalismo sérvio foi considerado culpado por ter ajudado Radovan Karadžić . 
 
Quem culpará o jornalismo ocidental por ajudar Israel a produzir um genocídio infantil em Gaza? Esta pergunta nem mesmo é feita. Nada do que os jornalistas ocidentais façam pode ser considerado crime. Eles ajudaram os EUA a invadir o Iraque repercutindo as mentiras contadas pelos habitantes da Casa Branca e do Pentágono sobre as "armas de destruição em massa" de Saddan Hussein. E não foram responsabilizados por terem tocado os tambores de guerra para justificar a injusta agressão militar norte-americana. 

Fomos enganados, disseram alguns jornalistas depois que ficou provado que o Iraque havia desmantelado completamente seus programas de "armas de destruição em massa" 4 ou 5 anos antes da invasão comandada por George W. Bush Jr. e sua quadrilha de assessores igualmente mentirosos. Centenas de milhares de iraquianos foram mortos e mutilados desde 2003. A tortura se tornou uma realidade fotográfica compartilhada na internet pelos próprios torturadores. 

Os jornalistas norte-americanos fizeram um acanhado mea culpa e foram receber seus cheques gordos no final do mês como se não tivessem cometido qualquer crime. Neste exato momento os jornalistas europeus, norte-americanos e alguns de seus colegas brasileiros estão ajudando Israel a transformar Gaza em um monte de entulhos e corpos despedaçados. 

Eles estão lavando as mãos, sim. Mas fazem isto em bacias cheias de sangue infantil. E nem sentem vergonha quando, nos telejornais diários, culpam os palestinos por serem vítimas de crimes de guerra. Os jornalistas sérvios fizeram o mesmo e pagaram caro. 

Antes deles, os jornalistas nazistas fizeram algo parecido e também foram impiedosamente bombardeados. O nazijornalismo ocidental, contudo, parece determinado a seguir em frente, fomentando guerras não autorizadas pelo Conselho de Segurança da ONU como se isto fosse algo bom, belo e justo. 

Hoje a Reuters anunciou no seu Twitter uma reportagem especial sobre a origem das armas utilizadas pelos rebeldes russos na Ucrânia. Nada dirá sobre a origem das armas que Israel utiliza para despedaçar crianças em Gaza? Esta omissão me parece deliberada, pois os F-16 e as bombas e mísseis que eles despejam sobre civis palestinos são made in USA. Os tanques de guerra israelenses que disparam constantemente contra as casas dos palestinos em Gaza também não são fabricados na Rússia. 

Quando não estão ajudando Israel a destruir Gaza, os nazijornalistas europeus, norte-americanos e brasileiros acusam a Rússia de ter derrubado um avião de passageiro na Ucrânia. Eles fazem isto para desviar a atenção do respeitável público do único fato relevante: eles mesmos estão com as mãos ensangüentadas porque ajudam os israelenses a cometer crimes de guerra.