Páginas

segunda-feira, 7 de julho de 2014

A cavalgadura e o complô...

Em tempo de Copa e de míngua nas pautas políticas, um assunto é tema de debate e foi hoje tratado com objetividade pelo capitão da seleção brasileira, Tiago Silva, de forma clara e objetiva: Neymar foi agredido de forma injustificável na patada da cavalgadura colombiana chamada Zuñiga. 

Postamos no Facebook o seguinte comentário: 

TÁ LIBERADO...

Em um dia de espera em meio à gripe Zuñiga, e para quem gosta de futebol, uma lembrança: Bebeto, por uma cotovelada em um jogo da Copa (acho que foi naquela em que o Ronaldo Amarelou) foi expulso e depois a FIFANALHA o suspendeu por três jogos... Hoje anunciou que aquele pangaré colombiano que quase aleijou o Neymar não vai ser punido fica bem claro que tudo está armado para evitar que um país acumule seis títulos e com isso ganhe protagonismo ainda maior nessa roubalheira em que transformaram o futebol... Hoje a FIFANALHA anunciou que vale tudo contra o Brasil, até golpe de UFC e tentativa de homicídio.. E na Colômbia estão até falando que o Neymar fingiu a contusão..

                                           Na foto, Zuñiga empurra a cabeça de Neymar para
                                               baixo e olha para sua cabeça enquanto a bola está
                                                   a sua esquerda, distante do olhar e do corpo

No seu Blog, na IstoÉ, Paulo Moreira leite também pensa assim: 

ISTOÉ COLUNISTAS


Paulo Moreira Leite
Diretor da Sucursal da ISTOÉ em Brasília, é autor de "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA e na Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

O ESCANDALO É A FALTA DE INDIGNAÇÃO

Depois do carnaval diante da mordida de Suarez, observadores silenciam diante da agressão criminosa contra Neymar


O aspecto mais chocante da contusão que deixará Neymar fora da Copa é a falta de indignação.

 A joelhada de Zuñiga aos 41 minutos do segundo tempo foi um ato  desleal e deliberado. Atacando sua vítima por trás, Zuñiga empurrou a cabeça de Neymar com a mão direita, para que o tronco ficasse encurvado e a espinha dorsal, mais exposta. 

Se Neymar tivesse sido atingido algumas vértebras acima, o dano seria muito grave e é bom nem pensar nas consequências para o futuro do jogador. Mesmo assim, uma vértebra foi fraturada – o que dá uma ideia da violência que atingiu Neymar. 

 Zuñiga não foi expulso. Nem recebeu cartão amarelo. 

A agressão, brutal, foi tratada como uma agressão normal de jogo, embora tivesse produzido uma lesão muito mais grave do que a mordida do uruguaio Luis Suárez no ombro do italiano Chiellini. 

Olha só: embora tenha sido um ato de uma pessoa psicologicamente perturbada, o que é sempre um atenuante num caso como este, a mordida de Suárez lhe valeu a suspensão por nove partidas da FIFA. Até Chiellini achou um exagero. 

A reação diante da violência contra Neymar, o maior jogador brasileiro, a estrela número 2 da Copa depois do argentino Messi, foi a passividade. Essa é a mensagem. 

É curioso imaginar por que não se fez um escândalo, nem no momento da agressão nem depois. Ficou tudo na normalidade.

O juiz Carlos Velazco Carballo será punido? E Zuñiga? Nada. A maior crítica que li nos jornais, hoje, foi um comentário dizendo que sua entrada foi “maldosa.” Fraco, hein? 

Será que a Comissão de Arbritragem da FIFA irá se manifestar contra Carballo? Quem está pedindo? Quem exige? 

Dá para entender o recado enviado aos árbritos das próximas partidas do Brasil, certo? 

Essa reação compreensiva – digamos assim -- encobre um movimento que não ousa se mostrar por inteiro. Estou falando da torcida contra a Copa. 

Derrotados fora de campo, quando se comprovou que a Copa era um sucesso nacional e internacional, e que a maioria dos meios de comunicação havia embarcado numa Escola Base em nível federal, testemunhada por 200 milhões de brasileiros, essa turma foi obrigada a guardar as energias negativas para o que acontece nos gramados. 

Não vamos negar: a possibilidade, real, do Brasil sair campeão  deixa essa turma em pânico. 

Seu movimento mental é semelhante ao discurso de Carlos Lacerda contra Juscelino Kubisctheck nas eleições de 1955, quando ele dizia: JK não pode candidatar-se; se sair candidato, não pode vencer; se vencer, não será empossado. Na Copa de 2014, o raciocínio é o mesmo. Não podia haver Copa. Como ela aconteceu, deve ser ruim. E se não foi ruim, o Brasil não pode vencer.  
 Por isso ficaram muito indignados com o penalti (duvidoso, no mínimo) em cima de Fred no jogo do VNTC contra a Croácia. Mostraram-se generosos quando a Holanda foi beneficiada num lance parecido. Acharam normal. O silêncio diante da omissão absurda de Carballo é parte dessa postura. 

  Nas rodadas finais do Mundial, a turma do “Não vai ter Copa” aposta suas últimas esperanças numa derrota da Seleção. 

Exibe sorrisos amarelos a cada vitória dos meninos. Ontem, quando ficou garantido que, na pior das hipóteses, a Seleção Brasileira terá direito a disputar uma medalha de bronze, o que ninguém espera mas está longe de ser aquele fiasco anunciado, a ausência de Neymar tornou-se a esperança silenciosa desse pessoal que, nos últimos dias, tentava inutilmente jogar nas costas da “Copa” e do “PAC” a tragédia numa obra de infraestrutura de Belo Horizonte, licitada e administrada pela prefeitura de um aliado da oposição.

 A joelhada de Zuñiga foi um ato canalha. Mas o jogo fora do campo é muito pior e desleal, vamos combinar.