A figura do "capitão-do-mato" no período escravocrata no Brasil ficou famosa. Eram negros empregados na caça de escravos aos quais aplicavam todo o rigor da posse da "coisa" que era o escravo fugido para torturá-lo antes da entrega de volta ao seu "dono"...
Joaquim Barbosa, até mesmo pelas sua origem étnica nos lembra essa figura abominável com suas vingança pessoal contra quem o desdenhou na escolha do ministro negro por Lula..
Miguel do Rosário, no "O Cafezinho", comenta isso:
Amanhã vai ser outro dia, Barbosa!
Enviado por Miguel do Rosário
Jamais se viu tanto casuísmo no Judiciário brasileiro.
Depois de ter autorizado Delúbio a trabalhar, Joaquim
Barbosa, que parece estar completamente ensandecido, revoga decisão de permitir
que o ex-tesoureiro do PT trabalhe fora do presídio. A decisão de JB pode
prejudicar 100 mil presos e colapsar o sistema prisional brasileiro, que já
sofre com problemas graves de superlotação.
É bom lembrar aos coxinhas que o regime semi-aberto não
significa liberdade. O preso pode trabalhar fora, mas tem de voltar todos os
dias para a prisão. O fato de trabalhar fora lhe permite um processo de
ressocialização que está em linha com a tendência clássica dos sistemas penais
de países democráticos.
Barbosa, no entanto, está inaugurando uma era de trevas
judiciais no país, em que a regra é a vingança pública, e não a tentativa
humanista de trazer o prisioneiro de volta ao convívio social.
Em se tratando de presos que não oferecem nenhum perigo
a sociedade, a decisão de Barbosa correspondente puramente num gesto político
abominável, que injeta ânimo nos setores mais obscuros e degenerados da
sociedade, os quais, após o gostinho do fascismo vitorioso na boca, tendem a
sair do armário para defender saídas antidemocráticas para os problemas
nacionais.
Não é a toa que todos os movimentos golpistas, que
pregam abertamente um novo golpe militar, adoram Joaquim Barbosa, e patrocinam
páginas em sua homenagem.
Barbosa, o ídolo do antipetismo psicótico, fanático, e
da Rede Globo, a qual empregou até seu filho e jamais deixou de elogiá-lo,
tornou-se uma figura perigosíssima para a democracia e para o Estado de
Direito.
Agora entendemos porque ele não quis sair do STF para
disputar um cargo eleitoral. Ele quer ocupar a posição para fazer o maior mal
possível ao país, ao qual ele só dedica palavras de ódio e desprezo. Nunca
vimos Joaquim Barbosa dizer uma palavra simpática em relação ao Brasil. Ele
parece amar só a si mesmo. O resto é ódio.
Ao agir assim, Barbosa produz factóides políticos que
prejudicam eleitoralmente o PT e força a imprensa alternativa a adotar uma
agenda triste, reativa, agressiva, tensa. Eu percebo isso por aqui. São
arbítrios tão sinistros, que o Cafezinho deixa de lado reportagens
investigativas e o debate político programático e ideológico, para externar
minha indignação contra a violência casuística e antidemocrática de Barbosa. O
Cafezinho fica mais amargo, mais tenso, mais sofrido.
É um plano genial e diabólico dos donos do poder, a
quem Barbosa serve com obediência absoluta. Com seus arbítrios, Barbosa
intimida o governo, que não sabe o que fazer diante de tanta truculência, a
qual, por sua vez, embute em riscos tremendos. O tensionamento excessivo leva
ao erro, a uma expressão desastrada por parte de uma pessoa indignada. E a
mídia, com ajuda inclusive das instituição, não perdoa: põe a expressão na capa
de suas publicações, dizendo que se trata de “ameaça de morte” de JB.
Desde 1999, através de uma decisão do Supremo Tribunal
de Justiça, que todo preso em regime semi-aberto tem direito a trabalhar fora.
Barbosa rasgou essa jurisprudência, perfeitamente amparada na Constituição,
para tomar mais uma decisão de caráter excepcional, qual um carcereiro
vingativo, mesquinho e raivoso.
Me impressiona ver a oposição pactuar com isso. Creio
que se Barbosa agisse assim mesmo com um tucano graúdo, parcelas importantes da
esquerda iriam protestar contra um abuso similar. Eu protestaria. Não quer ver
nem o pior dos meus adversários políticos sendo tratado com arbítrio e
casuísmo. Quero vencer meus inimigos na argumentação política, no voto, não usando
a mão pesada do Estado para violentar seus direitos civis.
Barbosa está criando corvos, incentivando o
recrudescimento da cultura do ódio, da vingança, da violência.
Com certeza, escolher uma pessoa tão desequilibrada,
tão essencialmente má, para ocupar um cargo tão estratégico para a democracia
foi o maior erro de Lula. Um erro cometido em nome de uma boa intenção, porém,
que era nomear o primeiro negro para o STF.
Barbosa conseguiu enfeixar um poder incrível em torno
de si. Seu chauvinismo e sua blindagem midiática intimidaram e silenciaram
outros ministros. Suas decisões são sempre monocráticas, tomadas
solitariamente. Ele jamais consulta ao plenário.
Só que o mundo dá voltas. O poder de Barbosa não é
eterno. E seus arbítrios podem ser populares junto aos setores degenerados, mas
não junto às camadas mais esclarecidas da sociedade. Como dizia Chico, apesar
de você, Barbosa, amanhã há de ser outro dia. Todo o mal que pensas infligir
àqueles que odeias, na verdade os deixarão mais fortes junto à posteridade.
Aliás, a canção de Chico serve lindamente para Barbosa.
Para tentar quebrar esse baixo astral de Joaquim Barbosa, deixo abaixo Clara
Nunes cantando Chico:
Agora que já identifiquei essa
armadilha macabra, de deprimir a opinião pública progressista e atiçar o
entusiasmo dos hidrófobos, vou combater renhidamente essa manobra.