A
frase do título, completamente fora de contexto, foi dita na manhã desta terça
feira, pela apresentadora do programa “Fala Brasil” da TV Record, por volta das
onze horas, logo após a apresentação de matéria copiada da TV inglesa sobre a
atenção que despertam crianças sozinhas no meio da rua. Depois de afirmar que “o
povo brasileiro é maravilhoso” pela atenção que dá aos menores que aparentam
abandono, a moçoila, sem mais aquela se sai com a frase “só falta melhorar o
governo”...
Sem
qualquer ligação com a matéria ou com um ponto específico do que foi
apresentado, a apresentadora, a morena das duas que ocupam a bancada do programa
- Carla Cecato, a da esquerda na foto, se não me engano - fez uso da mais antiga técnica de manipulação
do telespectador que se conhece na triste história da mídia nacional e razão
para que muitos ainda acreditem que o Brasil em 31 de março de 1964 seria
transformado numa “grande Cuba” com uma República sindicalista e comunista que
comeria criancinhas e profanaria templos.
O
uso do genérico “governo” nos remete de pronto ao governo federal, vez que
qualquer linguista ou filólogo há de admitir que a referência aos governos do
município e do Estado sempre se caracteriza pela adjetivação, ficando para a União a referência genérica de "governo"... Isso mostra a busca subliminar da
apresentadora ao fazer campanha política num programa de cunho popularesco na
emissora do Bispo Macedo.
Ao
contrário da sua principal concorrente que usa a técnica da edição dirigida de
seus programas para levar ao ar apenas as chamadas “pautas negativas”, o que a
apresentadora do programa fez foi propaganda eleitoral explícita e clara ao
praticamente dizer “nós temos que melhorar o governo, tirando esse aí...!”
O
governo do PT por incompetência ou temor reverencial se tornou, nos últimos
anos, subserviente e omisso em relação aos absurdos do comprometimento partidário
da grande mídia brasileira a ponto de ter o seu ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, considerado hoje uma das maiores nulidades que jamais ocupou a
cadeira daquele Ministério. A todos nós, telespectadores, nos parece que o PT se
acumplicia à própria oposição numa omissão que lhe atinge e que finge não ver,
afetando gravemente a democracia e o direito no País.
Propaganda
eleitoral subliminar ou travestida de subterfúgios é manipulação e isso está na
Lei Eleitoral e muitos foram os políticos que já perderam mandatos ou foram
condenados por infringir a regra. Regra que, no entanto, não vale para o
partido da Presidente Dilma Roussef, acovardado diante do poder das emissoras
de TV e grandes órgãos da mídia impressa.
O
que aconteceu antes de 31 de março de 1964 já deveria servir de lição e exemplo
não apenas ao Partido dos Trabalhadores, mas a todo brasileiro consciente de
que a manipulação de noticiário sempre leva a mudança indevida nos rumos da
democracia, constituindo-se, por isso, da mais grave distorção da vontade
popular na prática do voto.
A
emissora do Bispo e suas concorrentes, quase de forma unânime, usam e abusam
desse artifício. Na Globo são as edições manipuladas do noticiário do Jornal Nacional
ou as opiniões dos “comentaristas” contratados da GloboNews. Na Bandeirantes a
edição de noticiário sempre com um lado só, o de favorecimento à oposição, com
os comentários fora de propósito de Ricardo Boechat e Boris Casoy. Agora na
Record esses comentários que levam as pessoas mais simples e sem preparo político
a absorver o conceito: é preciso mudar o governo...
Creio
mesmo que, na verdade, é preciso mudar o Ministro e o governo se assumir, e à Record,
procurar caminho mais digno para se opor a sua concorrência.
A
fala da moça está no fim deste vídeo:
http://noticias.r7.com/videos/fala-brasil-testa-o-que-o-brasileiro-faz-ao-ver-uma-crianca-perdida-/idmedia/533ab9870cf2e8e708ce5033.html
http://noticias.r7.com/videos/fala-brasil-testa-o-que-o-brasileiro-faz-ao-ver-uma-crianca-perdida-/idmedia/533ab9870cf2e8e708ce5033.html