O privilegiado voltou... Ele está de novo nas rodas e não é em cima de moto Halley Davidson, não... é na roubalheira mesmo... E roubalheira comprovada que envolve até gente do FHC.
E com isso fica a pergunta: que credibilidade tem o inefável Bob Jefferson???
Esta matéria saiu hoje no Estadão:
Planilha indica propina de R$ 150 mil da Siemens para grupo de Roberto Jefferson
01 de março de 2014
FERNANDO GALLO, FAUSTO MACEDO - O Estado de S.Paulo
Planilhas apreendidas em computadores de
ex-diretores dos Correios indicam que a multinacional alemã Siemens
acertou o pagamento de pelo menos R$ 150 mil em propina ao grupo do
ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) para obter um contrato com a empresa
pública em 2005.
Naquela época, Jefferson controlava politicamente os Correios. Foi em
meio a suspeitas de que estaria envolvido com desvios na estatal que o
então deputado e também presidente do PTB decidiu denunciar o mensalão,
esquema de pagamento de parlamentares durante o primeiro mandato do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Hoje Jefferson cumpre pena de 7 anos e 14 dias no Rio de Janeiro por receber dinheiro do mesmo mensalão que delatou.
O contrato dos Correios que envolve a Siemens - que hoje também é
alvo de investigações por causa do cartel dos trens que funcionou nos
governos tucanos em São Paulo - tinha o valor de R$ 5,3 milhões. Ele foi
firmado no governo Lula para fornecimento de sistemas eletrônicos de
movimentação e triagem de carga.
As planilhas que indicam o pagamento de propina foram encontradas
pela Polícia Federal após apreensão dos computadores do ex-diretor dos
Correios Maurício Marinho e de outro assessor da diretoria. Além disso,
e-mails apreendidos com lobistas que atuavam na estatal mostraram que o
diretor da Siemens Luiz Cox negociou pagamento de "comissão" para obter
contrato com os Correios.
Os documentos integram ação penal em que Marinho e Jefferson são réus
na Justiça Federal do Distrito Federal. O ex-deputado responde por
formação de quadrilha e é acusado de ser "o chefe da estrutura
criminosa" que atuava nos Correios e desviava dinheiro para o PTB.
Marinho é acusado dos crimes de quadrilha e corrupção.
Os Correios abriram sindicância, investigaram o caso internamente e decretaram a inidoneidade da Siemens.
A empresa alemã recorreu à Justiça, mas perdeu. De quebra, acabou
proibida em janeiro de participar de licitações públicas e fechar
contratos com governos em todo o País nos próximos cinco anos, conforme
revelou ontem o Estado.
A sindicância dos Correios também viu indícios de suborno em outro
contrato com a Siemens, este de 2001, na gestão do ex-presidente
Fernando Henrique Cardoso, de R$ 25 milhões. Nesse contrato, as
autoridades que investigaram o caso não conseguiram detectar o valor da
propina. Na ocasião, os Correios eram presididos por Hassan Gebrin,
indicado pelo então ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga. Pimenta
hoje é o candidato tucano ao governo de Minas Gerais.
Jefferson denunciou o mensalão depois que a revista Veja publicou, em
maio de 2005, reportagem que abordava o esquema na estatal. A
reportagem citava vídeo em que Maurício Marinho recebia R$ 3 mil de
propina de um empresário - até hoje, este empresário nunca foi
identificado. Na gravação divulgada, Marinho também revelava ser
apadrinhado por Roberto Jefferson.
Três semanas depois, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo,
Jefferson revelou o mensalão. O então deputado alegou ter visto digitais
do então ministro da Casa Civil, José Dirceu, também preso atualmente,
no vazamento do vídeo. Jefferson acreditava que o PT desejava ocupar o
espaço do PTB nos Correios. Daí porque, no seu entender, tentava
incriminar Marinho, seu apadrinhado.
Ainda em 2005, a Polícia Federal fez operação para desmontar o
esquema nos Correios. Foram apreendidos, além dos materiais e planilhas
dos diretores da estatal, computadores de lobistas que, segundo o
Ministério Público Federal, cooptavam empregados dos Correios para obter
informações sobre licitações e se associavam com empresas para fraudar
concorrências.
Os lobistas José Santos Fortuna e Clauzer Esteves, sócios da empresa
Atrium, foram denunciados em outra ação penal também por desvio de
dinheiro dos Correios - hoje são réus. Em computadores da Atrium, a PF
encontrou e-mails trocados com o diretor da Siemens Luiz Cox, que
assinou o contrato de 2005. Em julho de 2004, Cox - atualmente gerente
de soluções inteligentes de tráfego da empresa - escreveu para os
lobistas: "Propomos reduzir o valor mínimo necessário para que
participemos do processo de 5.4 para 5.3 (excluída a comissão, que neste
caso poderia até ser um pouco maior se as devidas providências forem
tomadas)".
No material apreendido os lobistas também escreveram ter recebido "comissão" por ajudar a Siemens em negócios.