Agência chinesa dá nota 'A' ao Brasil
Fernando Nakagawa
Agência Estado
A milhares de quilômetros de Nova York, uma agência de classificação de
risco vê o Brasil em posição muito mais confortável do que a Standard
& Poors, a Moodys e a Fitch. Para a chinesa Dagong Global Credit
Rating, o Brasil tem rating "A-". Assim, a agência de classificação de
risco estatal da China coloca o Brasil três patamares acima da avaliação
anunciada, na segunda-feira, 24, pela Standard & Poors.
Ao contrário dos comentários duros contra o governo brasileiro, a
Dagong tem avaliação mais amena. A última revisão da nota brasileira foi
feita em janeiro, quando reafirmou a nota "A-" e disse que o ambiente
para a dívida brasileira é relativamente estável. "A situação política
basicamente estável do Brasil e a vantagem da atual presidente Dilma
Rousseff na eleição presidencial são fatores favoráveis para a
continuidade e estabilidade das políticas", diz relatório divulgado em
Pequim.
Os analistas chineses reconhecem, porém, que nem tudo são flores. "O
ambiente político interno complexo constrange as reformas estruturais de
longo prazo, que são repletas de grandes dificuldades."
Em um ponto Dagong e S&P concordam: a política fiscal. "O déficit
fiscal e a situação da dívida pioraram de forma consistente. Afetados
pelo gasto que aumentou significativamente, o déficit público aumentou
para o equivalente a 3% do PIB em 2013", diz a Dagong. Economistas da
agência preveem que a dívida pública subirá para 68,2% do PIB em 2014.
Criada em 1994 pelo governo, a Dagong é a resposta de Pequim às
agências ocidentais. Com critérios diferentes dos usados pelas
concorrentes, a agência se gaba de ter sido a primeira a rebaixar a nota
soberana dos EUA - movimento seguido por S&P, Moodys e Fitch. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.