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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

A suprema conspiração...







O rescaldo do julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal deixou a nu a intenção de alguns ministros daquela corte que deveria ser suprema na defesa da Constituição, da democracia e da Justiça. 

Dos cinco ministros que votaram contra os embargos infringentes propostos pelos réus condenados que obtiveram quatro votos contra sua inculpação no crime de "formação de quadrilha", quatro se manifestaram com indignação pela mudança no placar da avaliação da conduta típica dos condenados, deixando de lado o caráter técnico de uma votação serena para adentrar o caminho perigoso do golpe sugerido pela toga, ao invés da farda. 

E isso ficou claro quando Marco Aurélio de Mello atacou a indicação dos novos integrantes daquela casa, como se for só ele e os que o acompanham os detentores da verdade absoluta. E foi ainda em análise política do processo, sem uma intervenção sequer do ministro Joaquim Barbosa. 

Este ontem, próximo da apoplexia, acusou o ministro Barroso de dar voto político e defender sua tese. O ódio destilado nas reações inconsequentes do raivoso e ditatorial Presidente ficou bem claro na sua tentativa de intimidar um seu par em plenário e sob as luzes da TV Justiça, a ponto de ser interrompido pelo ministro Dias Tófolli que, quase aos gritos, o chamou à razão tamanha era seu destempero. 

Gilmar Mendes agiu como o coronel de Diamantino a reverberar contra o que considera "esquema inédito na história da República", esquecendo-se providencialmente, como sempre o faz quando se trata de julgar que é ligado ao PT ou à esquerda, que a mãe de todos os escândalos de financiamento de Caixa 2 de partidos está exatamente no seu tão querido PSDB e anos antes da escândalo envolver o PT.

E aí entra Joaquim Barbosa a mencionar "desvios de bilhões" mostrando que a sua matemática tem foco e alvo quando se trata de condenar aquele que observou quando de sua nomeação para o Supremo que "o País será mais justo quando ministros forem escolhidos pelos seus méritos jurídicos e não pela cor de sua pele", razão do extremado ódio do atual despresidente do STF para com José Dirceu. Só o mensalão tucano em Minas superou em quase uma centena de milhar de reais os desvios da turma comandada por Eduardo Azeredo e Aécio Neves no Palácio da Liberdade. E aí foi dinheiro público direto da Copasa, da Epamig e de outros órgãos estaduais...


E por fim a fala de Celso de Mello que borrou com mancha indelével sua história ignorando as dezenas de juristas de nomeada que o contraditaram com o argumento de que o julgamento da AP 470 foi mesmo "um Tribunal de Exceção"... Voltou o ministro Celso a ser o "juiz de merda" como o classificou seu padrinho, Saulo Ramos.
Aos cinco da Inquisição Suprema não ocorreu, em um minuto sequer, o peso da condenação que, por partidarismo, já impuseram aos réus desse processo. Ou será que para esses cinco "vestais tucanos da falta ética" cumprir pena de cinco, sete, doze, vinte e sete e trinta e quatro anos de prisão, é coisa à toa, sem importância. 

Que passem eles uma semana em cadeia brasileira para que bem avaliem o inferno para qual mandam os adversários políticos que lhes cai às mãos.. 

É suprema aplicação do direito contra o supremo ideal da Justiça!!!