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sábado, 21 de dezembro de 2013

O Aloysio, quem diria, acabou no Panamá...

Pois é! o Aloysio, quem diria, acabou no Panamá como mostra esta matéria do "Tijolaço" do Fernando Brito: 
  

Trensalão levou tucanos ao Panamá!

21 de dezembro de 2013 | 14:10 Autor: Miguel do Rosário
trensalao

Esse final de ano está cheio de situações irônicas. Lembram daquela deputada brasileira na Itália, Renata Bueno, que apareceu na televisão dizendo que tinha informações sobre Henrique Pizzolato e que poderia fazer pressão junto ao governo italiano para prenderem o sujeito?

Esta semana, o jogo se inverteu. O marido de Bueno, o atleticano Juliano Borgheti, foi condenado e emitiu-se voz de prisão contra ele, pela briga em que ele se meteu num estádio em Joinville. E a polícia passou a suspeitar que ele estivesse na Itália!

Só que Borghetti acabou se entregando a polícia. Ele diz que nunca chegou a sair do Brasil.

A outra ironia é esta. Lembram-se do hotel onde Dirceu tentou trabalhar? Lembram como a Globo viajou até o Panamá, quando descobriu que uma das empresas tinha sede lá. O repórter encontrou o presidente de fachada da empresa e fez um circo que obrigou Dirceu a largar o emprego e procurar outro.

Pois é, agora vejam a coincidência, essa matéria sobre Dirceu foi publicada no dia 3 de dezembro. Agora, dois dias depois, estoura na mídia uma outra bomba, dessa vez contra tucanos.

A ironia é que um dos principais investigados nessa rodada, o tucano Jorge Fagali Neto, era o representante de uma conta no Panamá a qual, segundo a PF, servia para distribuir propina aos aliados. Reparem bem, ele não era um empregado de um hotel que tinha uma empresa sediada no Panamá; ele era o representante da empresa.

Fagali Neto era homem de confiança de Aloysio Nunes, lobista da Alstom, e arrecadava para campanhas tucanas há bastante tempo. Uma secretária de Fagali entregou uma carta à PF, algumas semanas trás, com emails comprometedores entre ele e Alosyio Nunes.

Ironia das ironias: o mesmo rapaz entrevistado pelo Jornal Nacional, e que seria o “presidente da Truston”, a empresa que administrava o hotel onde Dirceu iria trabalhar, o mesmo José Eugenio Silva Ritter, também aparece como presidente da WOLER CONSULTANTS S.A., offshore operada por nosso amigo Fagali Neto.

A data de criação da empresa, 21 de setembro de 2007, ajusta-se perfeitamente ao período em que os trensaleiros mais movimentaram recursos numa conta em Genebra, conforme informou a Justiça suíça.
Fagali é um dos 11 indiciados pela Polícia Federal por suspeita de ilegalidades envolvendo contratos da Alstom com o governo estadual. Os investigadores afirmam que ele cometeu os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Fagali nega.

Antes de se tornar consultor da Alstom, Jorge Fagali Neto foi secretário dos Transportes em 1994 (no governo Luiz Antônio Fleury Filho), tendo sucedido Aloysio, que deixou o cargo em 1993. Hoje, Fagali tem US$ 6,5 milhões bloqueados na Suíça por suspeita de lavagem de dinheiro.

Só que dessa vez, a imprensa ficou quietinha. Aloysio Nunes permanece tão espetacularmente blindado que colunistas políticos  da grande imprensa continuam a citá-lo como possível vice de Aécio Neves sem fazer sequer uma menção a seu envolvimento cada vez maior com o escândalo do trensalão.

Abaixo, os documentos da Woler Consultants, no registro público do Panamá.

 
PS: Hoje a Folha volta a publicar matéria sobre o trensalão, mas procura forçar o foco para fora de São Paulo. Ao menos, porém, publica, pela primeira vez, fotinhos dos investigados de envolvimento com o cartel, que são, simplesmente, os secretários mais importantes do governo Alckmin.


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Mas, a Rede Globo de Televisão não mandou repórter lá não...