Hoje, no Luís Nassif Online estão um comentário e um texto que valem a pena ler e guardar...
Primeiro o comentário e depois o texto que o justificou:
Aposta contra o Brasil
Por: Carlos Alberto L. Andrade
Nassif:
por assistir ontem sua análise na TV Brasil e lendo agora esta
postagem, acabo por concluir que, na verdade, a grande imprensa - Folha
de S. Paulo à frente - já não mais faz uma oposição ao governo como a
situou a diretora da mesma FSP ao dizer que o jornal substituía os
partidos que se opõem ao PT.
Essa mídia, agora, faz uma oposição ao País
como um todo, não importando se o governo é do PT, de Dilma, Lula ou
quem seja...
É a coisa mais assombrosa e lamentável que se pode esperar
do jornalismo. Como profissional do campo por mais de cinquenta anos,
nunca vi algo de tamanha intensidade. Uma campanha insidiosa que supera
mesmo a da véspera do golpe em 1964 quando a mídia reagia impulsionada
pela elite, mas fundada no clima de guerra fria da época.
Hoje, pra todo
lado que nos viremos - da GloboNews à Bandeirantes+ Boechat, O Globo,
Estadão, Valor, Veja e outros quetais, só se vê isso: o Brasil é um país
de m.... Um país que não vale nada. Um país a ser derrotado...
É o
"complexo de vira-latas" do Nelson Rodrigues - levado a extremos inimagináveis.
Aí me pergunto assombrado e desiludido: até quando vai
isso????
O texto:
A manchete principal, bombástica, tratava da elevação do dólar.
Foi uma alta pontual, de 1,95%, refletindo um movimento internacional de valorização do dólar em função da divulgação de indicadores da economia norte-americana. Um fato interno adicionou um pouco de caldo à especulação: artigo do ex-Ministro Delfim Netto alertando para os riscos de um rebaixamento na classificação do Brasil pelas agências de risco.
Foi apenas um alerta endereçado aos senadores sobre a temeridade de aprovar o orçamento impositivo – pelo qual o governo seria obrigado a honras todas as emendas parlamentares.
A manchete da Folha, no entanto, colocava em xeque a credibilidade de toda política econômica: “Desconfiança no governo Dilma faz dólar ter forte alta”. Na matéria interna, falava-se em “disparada” do dólar e dizia-se que era a maior alta desde... 6 de setembro – período de tempo ridículo.
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No mesmo dia, o jornal “Valor Econômico”, na matéria “Menos é Mais” com gestores de fundos, informava que nenhum se arrisca a apostar no dólar. Perderam muito nos últimos meses com a reversão da alta do dólar. “O primeiro baque para os multimercados, diz, veio em maio, com a quebra da expectativa de que o governo seria mais leniente com a inflação”.
Principal porta-voz do Mercado, Armínio Fraga recuou na exposição ao dólar: “A Gávea optou por reduzir o tamanho das posições e diversificar bem a alocação nas três principais classes de ativos que compõem a carteira (moedas, juros e bolsa), em função das incertezas no curto prazo”.
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Ora, a gestão fiscal do governo tem produzido curtos-circuitos, sim. A presidente Dilma Rousseff mantem em postos-chave – na Fazenda e na Secretaria do Tesouro – pessoas tecnicamente fracas. Tem-se, em ambos, um prato cheio para críticas consistentes. São fracos, mas não são temerários. Quando o calo aperta, recuam, como todo ser racional.
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Tome-se o informe econômico do Banco Itaú, divulgado ontem, sobre a política fiscal.
Constata que o mero risco de piora da classificação de risco do País já produziu ajustes de rumo.
Por isso mesmo, o Itaú aumentou sua previsão de superávit fiscal primário em 2014 de 1,1% para 1,3% do PIB; projetou menor crescimento das despesas de custeio para os próximos anos, manteve a projeção de taxa de câmbio de R$ 2,35 para o final de 2013 e de R$ 2,45 para 2014; constatou a gradual recuperação das receitas tributárias, a desaceleração dos estímulos para fiscais e dos aportes de recursos do Tesouro aos bancos oficiais.
Se o maior banco privado brasileiro aposta em recomposição fiscal, que “mercado” é esse ao qual a Folha se refere?
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A intenção clara de parte da imprensa é apostar tudo ou nada no caos, única circunstância capaz de viabilizar a candidatura moribunda de José Serra – visto por alguns veículos como tábua de salvação.
Trata-se de um caso clássico de marcha da insensatez.