Páginas

domingo, 21 de abril de 2013



Até tu, Léo???


  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tradicionalmente, a comemoração da Conjuração Mineira em 21 de abril na cidade de Ouro Preto, antiga Vila Rica e palco principal do movimento separatista de 1789, é uma festa da nacionalidade, vez que marca a principal cerimônia em homenagem a Tiradentes que por lei é o "Patrono Cívico da Nação". 

A praça Tiradentes em Ouro Preto onde presumidamente teria sido exposta em 1792 na antiga capital de Minas a cabeça do herói do movimento reunia a população e autoridasdes para a celebração que tinha por ponto alto a entrega das Comendas da Ordem da Inconfidência, a maior condecoração civil mineira. 

Mas, depois que o PSDB, dos tucanos Aécio Neves e Antônio Anastazia, assumiu o poder, o acesso à praça foi vetado a esse tal de "povo", uma raça que não combina muito com os limpinhos e cheirosos amigos da dupla que desgoverna Minas há tantos anos. 

Neste ano da graça de 2013 a coisa desandou pelas mãos de um membro do proprio PSDB, o tucano Leonardo Barbosa,  o Léo da Feijoada, vereador Presidente da Câmara Municipal que resolveu tirar os torresmos, a couve e o leitão da comida que se tornou tradicional em Ouro Preto. 

E, para desespero da dupla de bico longo do governo estadual, a coisa desandou até nas folhas da insenta "Folha de S. Paulo"...

Veja só 

Presidente da Câmara de Ouro Preto troca bandeiras de Minas por panos pretos




PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A OURO PRETO

O presidente da Câmara Municipal de Ouro Preto, Leonardo Barbosa, o Léo da Feijoada (PSDB), estendeu panos pretos nas sacadas do prédio do órgão municipal, em plena praça Tiradentes, para protestar contra a ausência do público na cerimônia do 21 de abril. 

Ocorre que o protesto do tucano, correligionário do governador Antonio Anastasia (PSDB), o anfitrião, durou pouco. Os seis panos pretos foram retirados pelos organizadores da festa oficial e substituídos por bandeiras de Minas. 

Inconformado, o vereador mandou retirar as bandeiras de Minas, mas não pode voltar com os panos porque eles desapareceram. "Sumiram até com nossos panos, assim como fizeram com o corpo de Tiradentes", protestou. 

O capitão André Domiciano de Oliveira, diretor de Inteligência do governo mineiro, ainda tentou argumentar com o vereador, uma hora antes do início do evento, mas não o convenceu a mudar de ideia. Léo da Feijoada disse depois que só mudaria com um pedido do governador ou uma ordem da Justiça. 

"Alferes foi morto, e vem esses políticos que não têm nada a ver com a realidade da nossa população de Ouro Preto querer mandar e impor regras aqui em nossa praça Tiradentes, que é o centro da liberdade", acrescentou.



Paulo Peixoto/Folhapress
À esquerda, prédio da Câmara de Ouro Preto sem as bandeiras de Minas, em protesto do presidente da Casa
À esquerda, prédio da Câmara de Ouro Preto sem as bandeiras de Minas, em protesto do presidente da Casa

A tradicional cerimônia do 21 de abril celebra a Inconfidência Mineira e os ideais de liberdade do alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Historicamente, a cerimônia sempre foi também palco de reivindicações de servidores públicos, sindicalistas e estudantes.

Com o PSDB no comando do Estado, a partir de 2003, contudo, o acesso à praça foi se restringindo cada vez mais. Atualmente, apenas convidados conseguem acessar a praça. O vereador reclama que até as pessoas que trabalham no comércio têm dificuldades para acessar o local.

Neste ano, cerca de 50 manifestantes do Sindfisco, os auditores fiscais do Estado, foram à cidade protestar contra a política tributária e fiscal do governo. Não puderam chegar à praça. Foram cercados pela polícia e ficaram a um quarteirão da praça.

O orador oficial da festa neste ano é o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Joaquim Barbosa.

O presidente da Câmara disse que o fato de ser do PSDB não o obriga a "concordar com coisas impopulares"."Podem até tirar o meu mandato, mas eu preciso é do céu, e o céu eles não vão me tirar", afirmou.