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sexta-feira, 7 de junho de 2013




A raposa e o galinheiro...





Sempre acreditei que as chamadas "agências de risco" que dão notas aos países pelo seu desempenho econômico e são formadas por corretoras internacionais de câmbio e commodities tem um certo parentesco com a raposa da historinha que põe o animal a tomar conta de um galinheiro...

Como é que pode uma agência que recomenda aos seus clientes-investidores um destino para suas aplicações, ao mesmo tempo dar notas aos países que disputam esses investimentos? Alguma coisa não dá certo nessa equação e como já se viu em tempos recentes a manipulação acaba por acontecer. 

Na edição desta sexta feira de O Globo deu para sentir o orgasmo jornalístico da editoria do jornalão do PSDB e dos Irmãos Marinho com a sua manchete jogando a economia brasileira no chão do descrédito apenas para satisfação dos rentistas e especuladores do "deus mercado". 

A propósito a Agência Carta Maior também comenta o assunto: 


STANDARD & POOR'S & MÍDIA:A ENDOGAMIA ORTODOXA


Finalmente, uma agencia de risco internacional atende aos clamores da mídia brasileira e endossa a ‘percepção' de um país em ‘espiral descendente'. Não importam as flutuações estatísticas. A inflação em baixa, o investimento em alta, que deixaram zonzos os analistas da linearidade ortodoxa nas últimas horas, nada mereceu o destaque atribuído ao carimbo negativo com o qual a Standard & Poor's revisou a ‘perspectiva da nota de longo prazo'  atribuída ao país. Atenção, a ‘perspectiva da nota de longo prazo'. O velho truque da profecia autorrealizável que os tambores locais engrossaram em repiques sôfregos. A manchete de 'O Globo', desta 5ª feira, em letras garrafais, no alto da página, saboreava o acepipe. Idem a do 'Estadão'. Mas a fita métrica da credibilidade é crível? Que grau de confiança desfruta a própria Standard & Poor's, aqui tratada como um Moisés a rugir seu 11º mandamento: 'o Brasil fracassará'? Com a palavra, o economista Paul Krugman que, em agosto de 2011, atribuiu peso e medida à venerável instituição que acabara de rebaixar, também, a nota dos EUA. No entender de Krugman, na crise iniciada em 2008, a agência agiu com a mesma cara de pau do  jovem que mata os pais e então implora clemência alegando ser órfão. ‘A S&P, desempenhou papel importantíssimo na precipitação dessa crise, concedendo notas AAA a ativos que desde então se transformaram em  lixo tóxico', fuzilou Krugman