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Que falta que ele nos faz…
No texto de retorno deste blog,
afirmamos que, se não fosse a capacidade de Lula de desmascarar farsas,
como fez com o caso da bolinha de papel transformada em petardo contra
José Serra, “ estaríamos todos nos desculpando com os senhores da
mídia”.
O noticiário de hoje sobre o criminoso boato do fim do Bolsa Família é um bom exemplo do que se disse.
O presidente da Caixa, Jorge Hereda, deu uma entrevista mostrando
gráficos que provam que, mesmo com os saques liberados, não houve
corrida aos terminais eletrônicos da Caixa a não ser depois de ter sido
lançado o boato de extinção do programa.
Gráficos que não foram, ao menos que eu visse numa passada de olhos pelos jornais, mostrados na imprensa de hoje.
A mídia prefere dar manchete ao pedido de desculpas por uma demora no
anúncio da liberação dos saques antecipados e quase nada sobre a
informação com que a Caixa começa e termina seu comunicado oficial : “não foi a flexibilização dos pagamentos que causou corrida às agências e canais de atendimento da CAIXA.”
Os dados e a afirmação do banco estatal são mencionados lá no final, e de passagem.
Mas, reconheça-se, isto é, além da parcialidade completa da mídia,
resultado de uma postura tatibitati com que parte deste Governo se
comporta. Mais preocupados em serem “bonzinhos”, “republicanos” e
“politicamente corretos”, acabam sendo lenientes com um ato criminoso
indisfarçável.
Que, de novo, só Lula teve a coragem, ontem, de classificar de maneira nua e crua o episódio.
“O que mais falar com um ato de vandalismo desse? Ou seja, eu só
espero que se descubra quem fez isso, porque brincar com as pessoas mais
pobres desse país é, eu diria, uma ofensa”.
A mesma reação indignada que teve Dilma Roussef, mas que, parece, não
se espraiou para os quadros dirigentes do Governo e de sua base
política.
Ofende a inteligência pública que se esteja montando uma armação onde
as vítimas – Governo e Caixa – estejam sendo levadas à condição de
culpadas.
Assim como ofende ao bom-senso que, entre os primeiros sacadores da
“onda” de boatos não se possa ter uma informação de como receberam a
notícia falsa.
A impressão que se tem é que isso está mexendo com gente graúda da
oposição ou com algum interesse poderoso, tamanho é o empenho da mídia
em fazer disso um caso “Doca Street”, onde a vítima de assassinato,
Ângela Diniz, foi exposta na mídia como alguém que provocara aquele
crime.
Alguns dos colunistas da grande imprensa chegam a dizer que há
suspeitas de que a Polícia Federal tenha mencionado a descoberta de que
uma empresa de telemarketing disseminou a informação seja uma mentira,
para “livrar a cara da Caixa”.
Quem conhece a Presidenta Dilma Roussef sabe que ela, no caso de
existir um culpado na equipe de Governo, já teria “passado o rodo” no
responsável.
Mas, quem conhece este Governo sabe também que, no caso de haver
algum figurão tucano-midiático no meio da história, a coisa fica que nem
uma batata quente, que se sopra para esfriar.
Por: Fernando Brito